quinta-feira, 29 de setembro de 2011

EXÉRCITO SABOTADO



Por Jorge Serrão

O Exército foi sistematicamente sabotado em sua operação de cerco e
repressão ao narcovarejo no Complexo do Alemão, durante os nove meses
de “ocupação”. Sempre que montou “zonas de exclusão”, com acesso
restrito a pontos onde dificilmente deixaram de ocorrer venda de
drogas nos morros daquela região, os militares foram obrigados a deter
policiais civis, PMs e até maus elementos da elitizada tropa do Bope
que insistiam em furar o cerco para levar aos bandidos drogas e armas
ou para apanhar propina.
A divulgação sobre estas dezenas de detenções foi cuidadosamente
censurada pela cúpula de segurança do Governo Sérgio Cabral – que faz
marketagem política com a triste farsa das UPPs (Unidades de
Policiamento Pacificadoras). Em conluio com o governo Fluminense do
vascaíno Cabralzinho, que é aliado da petralhada em política e
negócios, o Ministério da Defesa não dá autorização para que o
Exército exiba tudo que registrou (gravando em áudio e/ou vídeo) nas
operações do Alemão. O EB fez um brilhante trabalho de inteligência,
aplicando sua doutrina de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mas não
existe vontade política de combater o tráfico, para valer, no Alemão e
adjacências.
Os governos federal e estadual do RJ não gostaram, mas foram obrigados
a engolir ontem a dura verdade revelada pelo Comandante Militar do
Leste. O General Adriano Pereira Júnior admitiu que traficantes ainda
vendem drogas em bocas de fumo itinerantes no Morro do Alemão.
Contrariando a vontade da turma do Cabral, o General Adriano avisou
que o EB volta a revistar suspeitos de tráfico de drogas na
comunidade. Em entrevista no Comando Militar do Leste (CML), o General
até identificou quem é o “agente do quarto elemento” responsável pelos
ataques ao EB: o traficante Paulo Rogério de Souza Paz, o Mica,
foragido da Vila Cruzeiro.
A verdade completa que o General Adriano conhece bem, mas não pode
proclamar é: Toda vez que o esquema de poder vigente é questionado
popularmente, seus esquemas mafiosos são desnudados, estouram sinais
de crise econômica e o sistema no poder teme sofrer um golpe, o
Governo do Crime Organizado escala o chamado “quarto elemento” para
desafiar as Forças Armadas. Criminosos politicamente orientados atacam
os militares que cumprem a missão de Garantia da Lei e da Ordem.
Os soldados e seus comandantes, quando reagem, voltam a ser,
injustamente, alvos de suspeitas de “violações dos direitos humanos”.
Bandidos, os chefes deles, o Ministério Público e a Mídia cumprem a
missão de estigmatizar o Exército. Por isso, o Alerta Total pergunta,
sem cansar: Até quando nossos militares aceitarão cair nesta armadilha
da guerra assimétrica promovida pelo sistema de Governo do Crime
Organizado? Quem quiser entender melhor como ocorre a guerra
psicológica contra o EB, basta dar uma olhada no organograma acima.
O medo do Governo do Crime Organizado é a alta qualidade das
informações que os estrategistas do EB colhem nesta operação. Por
isso, a ordem é intensificar os ataques assimétricos, na mídia, contra
as Forças Armadas. A tática do inimigo é simplória e manjada. Geram-se
assuntos desviantes da atenção, para irritar os militares, como a
Comissão da Verdade. Ao mesmo tempo, usa-se o Ministério Público para
fiscalizar a ação de GLO do EB, sob a desculpa de “evitar eventuais
excessos praticados pelos militares contra a comunidade”. Na mídia,
sempre que possível, reforça-se a imagem dos militares como
autoritários, abusando de uma inocente população carente.

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