Hoje mais uma vez nós recebemos noticias de que o presidente da França NICOLAS SARKOZI expulsou uma leva de CIGANOS da França, isso parece normal para a maioria do mundo porque ninguém nem mesmo a ONU se dignou até hoje a falar uma linha sequer sobre o assunto, isso é repugnante e humilhante ao ver-mos irmãos do POVO DA ESTRELA sendo humilhados e expulsos como se fossem animais, isso me enoja e me dá uma grande tristeza, não pelo fato de ser meu povo e minha raça, mas por serem gente como a gente.
Dou parabéns ao presidente FIDEL CASTRO, este ícone das américas, pela coragem e pela lucidez que ele se pronunciou sobre este crime contra a humanidade, ele chamou NICOLAS SARKOZI de louco, errou, deveria ter chamado de bandido, assassino,ou outra coisa pior, assim pode ser que alguém ouça o clamor deste povo, povo este que foi tão perseguido quanto aos JUDEUS, quando Hitler chacinou covardemente ditos seis milhões deles, só que a história esqueceu de mencionar que outros seis ou sete milhões de ciganos pereceram pelas mão do mesmo monstro, só que existe uma enorme diferença entre os CIGANOS e os JUDEUS, o "dinheiro", cigano sempre foi pobre e nunca teve posses além do que pudesse carregar consigo, já os Judeus sempre foram donos do ouro e dos capitais, essa diferença sempre foi o gargalo entre meu povo e o povo judaico.
Não tenho nenhuma mágoa ou revolta por isso, tenho que tentar entender que a humanidade dá mais valor a quem tem mais ou seja você vale o que tem e o povo da estrela só tem o que pode carregar consigo, mas nisso com certeza trazemos a nossa dignidade, honra e capacidade de continuar este caminho, mesmo que com dores e com a intolerância de animais como este presidente NICOLAS SARKOZI .
Não existe explicação para uma atrocidade igual essa, paro para pensar e me controlo para não partir para o lado da revolta, mas é difícil, muito, muito difícil entender como pode um povo ser tratado como se fossem animais, num país que se diz primeiro mundo e em plena europa? Onde está o órgão da ONU que se não me engano é a ACNUR? Onde estão as ONG´s que tanto se empenham em encher o saco dos brasileiros? Onde estão todos?
Espero que não se deixem chegar esses crimes ao limite de que não se possam resolver essa situação e que meu POVO DA ESTRELA não precise sofrer mais do que já sofreu,espero que este NICOLAS SARKOZI não se torne outro HITLER, espero ainda que a ONU se empenhe e a exemplo dos SIONISTAS, crie um estado CIGANO, quem sabe num pedaço da EUROPA?????
Que SANTA SARA KALI, mãe do POVO DA ESTRELA nos proteja!!!
SELVA!!!!!!
terça-feira, 14 de setembro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
RAPOSA SERRA DO SOL E O IMBRÓGLEO DE TARSO
Raposa e Serra do Sol e o Imbróglio de Tarso
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 02 de setembro de 2010.
Uma raça, cujo espírito não defende o seu solo e o seu idioma, entrega a alma ao estrangeiro, antes de ser por ele absorvida. (Rui Barbosa)
É sempre bom relembrar como o caso da Raposa e Serra do Sol foi tratado com “isenção” pelo então Ministro da InJustiça - Tarso Genro. O mesmo deu na época, uma clara demonstração de como uma autoridade da República “não deve agir” na resolução de conflitos deste gênero. Tarso foi a Roraima para ouvir, tão somente, as facciosas lideranças indígenas do CIR (favoráveis à demarcação contínua) deixando clara sua posição favorável à minoria separatista. A Força Nacional e a PF agiram como meganhas de republiqueta de 5ª categoria seguindo taxativamente a determinação de Tarso. O jornalista Reinaldo Azevedo publicou na ocasião um artigo mostrando a ação nazista e altamente condenável da Gestapo de Tarso Genro, candidato, infelizmente, mais uma vez, ao governo do Estado do Rio Grande do Sul.
- Raposa Serra do Sol: Entre a Realidade e a Mistificação Ongueira
Fonte: Reinaldo Azevedo
“Tarso, fica claro a cada dia, é um perigo para a democracia. Esta evidente que ele se aproveita das licenças concedidas pelo estado de direito para transgredi-lo e para turvar a democracia. Não conhecíamos, até agora, detalhes da ação da PF em Raposa Serra do Sol. Vimos apenas o que publicou uma imprensa notavelmente bem-comportada (com o governo), que já tinha elegido (é o certo no caso, não ‘eleito’) os seus bandidos e os seus mocinhos. Como é usual no Brasil, quem produz um alfinete que seja corre o risco de ir parar atrás das grades. Pois bem. Clique no link:
www.defesanet.com.br/toa1/raposa_24.htm para ver o vídeo
Vale a pena ver o vídeo todo para ressaltar o ridículo de Tarso Genro e de seus homens de preto. Mas uma passagem, em especial, merece ser apreciada: a invasão da Fazenda Canadá, a partir de 6min31s. Os agentes chegam e se trava, então, o seguinte diálogo:
- Proprietário - Tem mandado judicial?
- Policial - Negativo.
- Proprietário - Não tem mandado judicial?
- Policial - Não temos mandado judicial.
- Proprietário - Então eu não vou permitir vocês entrarem sem mandado judicial.
- Policial - Então nós vamos entrar à força.
- Proprietário - Perfeitamente.
- Policial - Como está sendo feito em outras propriedades também.
- Segundo Policial - O sr. pode esclarecer como o sr. vai resistir a isso?
- Proprietário - Posso, posso, eu vou resistir...
- Segundo Policial - Como?
- Proprietário - Eu vou resistir dentro da legalidade, na Justiça.
- Segundo Policial - O sr. vai resistir de alguma outra forma?
- Proprietário - Eu vou resistir dentro da legalidade, na Justiça.
- Segundo Policial - Ok. Tudo bem.
E os meganhas cortam o cadeado, invadem a fazenda sem mandado judicial. O diálogo acima é por demais eloquente. Dispensa grandes considerações. Observem, se vocês quiserem um motivo adicional para indignação, que, mesmo depois de o proprietário ter deixado claro que vai resistir na Justiça, há uma espécie de provocação, tentando induzi-lo a dizer algo que caracterize resistência ativa à ação policial - o que, certamente, levaria a PF a fazer o que fez com outro fazendeiro: meter-lhe algemas nos braços. Este é o estado policial de Tarso Genro, o trotskista surtado. Como vocês bem sabem, a questão tramitava e tramita na Justiça, e os agentes federais jamais poderiam ter invadido uma propriedade sem mandado judicial. Como? ‘Não é propriedade’? ‘É tudo dos índios’? A questão, reitero, está sub judice. É mais um abuso de autoridade patrocinado pelo ministro da Justiça”.
- Raposa Serra do Sol enfrenta o teste das urnas
Fonte: Cristiane Agostine - Valor Econômico
Reproduzimos, abaixo, parte do excelente artigo da jornalista Cristiane Agostine analisando o momento político atual de Roraima e o preocupante cenário da Raposa gerado pela inépcia de um desgoverno descomprometido com os interesses da grande maioria do povo brasileiro e a soberania nacional.
Em uma pacata Rua de Boa Vista os cartazes de propaganda política pendurados na casa de Regina e Ivo Barilli informam.
“A luta continua”
No quintal da casa, dezenas de funcionários da fábrica de processamento de arroz da família Barilli ouvem atentamente Paulo Cesar Quartiero (DEM) e Izabel Itikawa (PSDB), candidatos ao Legislativo federal e estadual. Os temas são a expulsão dos arrozeiros da reserva Indígena Raposa Serra do Sol e a “perseguição” do Governo Federal contra os produtores rurais. No comício que reúne Barilli, Quartiero e Itikawa, três das seis maiores famílias produtoras de Roraima, as palavras de ordem são resistir, impedir novas demarcações e retornar à reserva da qual foram expulsos em 2009.
A proposta para os não-indígenas voltarem à reserva é a tônica de outro comício na capital, desta vez do governador e candidato à reeleição, José de Anchieta Junior (PSDB). A construção da hidrelétrica do Cotingo, no meio da reserva é o principal projeto para seu segundo mandato. Contrário à demarcação contínua das terras, Anchieta quer que a obra sirva de exemplo a outros governos. “Construir não vai ser fácil, mas quero abrir um precedente”, explica. “Vou buscar o desenvolvimento onde for preciso”. (...)
Paralelamente, está em julgamento a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na homologação da reserva. O governo fez da demarcação sua bandeira, desde o primeiro ano da gestão. O resultado final, no ano passado, deve-se refletir nas urnas em outubro.
Lula foi a Roraima por duas vezes em seu mandato, mas só após a decisão do Supremo. Acusado de tirar a terra de quem queria produzir, foi repudiado em outdoors na capital e em uma das visitas o esquema de segurança foi reforçado, pois havia ameaça de que manifestantes jogassem ovos e tomates na comitiva.
No Estado em que a candidatura presidencial do PSDB obteve o maior percentual de votos em 2006 (59,7%), produtores rurais querem fazer da disputa eleitoral um protesto contra o governo do PT. Tentam transformar seu descontentamento em votos contrários à Dilma Rousseff. Indígenas, movimentos sociais, igreja, entidades de direitos humanos, no entanto, articulam-se para consagrar nas urnas o governo responsável pela homologação. Segundo Ibope do fim de julho, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, está à frente com 42% das intenções de voto contra 37% de Dilma.
“O governo do Estado sempre esteve do lado da gente, mas o Federal não. Sempre fez imposição, veio aqui demarcar impor”, reclama o produtor de arroz Genor Luis Faccio, que teve de deixar a reserva assim como os Itikawa, Barilli e Quartiero. “Quem vier pedir voto para o PT está enrolado”, afirma Faccio.
O Governo Federal e seus candidatos se defendem com o argumento de que foi Lula quem repassou o maior número de terras da União para o Estado, desde a criação de Roraima, em 1988: 6 milhões de hectares. Seria uma forma de compensar o 1,7 milhão de hectares homologados na Raposa Serra do Sol.
Os arrozeiros estão articulados em torno da campanha de Quartiero, seu principal líder. O candidato é um dos mais ricos do Estado: declarou patrimônio de R$ 8 milhões, sendo R$ 7,9 milhões em espécie, R$ 100 mil em uma empresa própria e apenas R$ 10 em máquinas agrícolas. “A principal atividade econômica do Estado chama-se eleições”, diz Quartiero. Entre suas principais propostas está a exploração de minerais, inclusive em Território Indígena. “De que adianta o ouro dormindo sob a terra, no meio do mato, se a gente chacoalha a população e não cai nada? Tem que fazer a transferência de recurso”, diz, em quase todos os comícios que participa. (...)
Os produtores rurais têm no governador Anchieta um grande aliado. Foi o tucano quem questionou junto ao Supremo a retirada dos arrozeiros da reserva em 2008 e paralisou ação da Polícia Federal até o julgamento do caso pelo STF, em 2009.
A hidrelétrica de Cotingo, principal proposta do governador, aparece também no material de campanha de diversos candidatos ligados ao governo e aos produtores rurais. A justificativa, assim como no caso da disputa pela reserva, é a soberania nacional. Boa parte da energia consumida em Roraima (65% do total) vem da Venezuela e os recentes problemas de desabastecimento no país vizinho afetaram o Estado. A nova hidrelétrica, dizem, supriria a demanda e possibilitaria a exportação do excedente. A obra poderia ser realizada fora das terras indígenas, mas a escolha é estratégica. "A forma como aquelas terras foram demarcadas esterilizou quase dois milhões de hectares", diz. "Há muitos interesses em jogo lá”.
A proposta da hidrelétrica gera revolta entre os indígenas integrantes da direção do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Marizete de Souza Macuxi reclama: "Isso vai ser uma nova invasão. Vão se apossar da terra, casar com as índias, voltar a morar na reserva. Fora as comunidades perto do rio que vão ser alagadas". O entendimento jurídico sobre a construção da hidrelétrica divide Funai, Ibama e Ministério Público Federal: enquanto as duas primeiras dizem que pode haver brecha legal para a construção em terra indígena, o MPF diz que é inconstitucional. Divide os índios também. Os indígenas do CIR buscam ganhar força e espaço no Legislativo para evitar a criação de leis que permitam obras como a hidrelétrica de Cotingo, a exploração de terras indígenas e da flexibilização das leis ambientais. (...)
Os indígenas do CIR tentam vencer duas dificuldades. A primeira é numérica: eles estão em desvantagem, já que dos 395 mil habitantes de Roraima, 53 mil são índios, 13% do total da população, segundo o Conselho Indígena de Roraima. Destes, 19,5 mil vivem na Raposa Serra do Sol e menos da metade é ligada ao CIR. A segunda dificuldade é política. Em Roraima, o PT, principal partido de luta pelos direitos indígenas, enfrenta dificuldades. Na disputa presidencial, Lula só venceu no Estado em 2002. Naquela eleição, os petistas elegeram o governador Flamarion Portela, cassado dois anos depois de eleito. O senador Augusto Botelho também se desfiliou da legenda. Mesmo entre os índios, existe uma minoria deles que defendiam a demarcação e uma maioria que estava do lado da integração.
Entre os indígenas que não queriam a expulsão dos brancos da reserva, o presidente da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (SODIUR), Silvio da Silva, começa a se articular para disputar a prefeitura de Pacaraima, Município em que está parte da terra indígena São Marcos, vizinha à Raposa Serra do Sol. Se não vencer, Silvio pretende candidatar-se a deputado, em 2014.
Das duas organizações indígenas da reserva, o Conselho Indígena de Roraima e a SODIUR, apenas esta declara voto e faz campanha nesta eleição. A sede da entidade, no centro de Boa Vista, está repleta de cartazes de Anchieta Junior. Com o carro lotado de material de campanha do PSDB, o presidente da entidade, Silvio da Silva, parte para as terras da Raposa Serra do Sol, onde ficará distribuindo folhetos e bandeiras.
Solicito Publicação
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 02 de setembro de 2010.
Uma raça, cujo espírito não defende o seu solo e o seu idioma, entrega a alma ao estrangeiro, antes de ser por ele absorvida. (Rui Barbosa)
É sempre bom relembrar como o caso da Raposa e Serra do Sol foi tratado com “isenção” pelo então Ministro da InJustiça - Tarso Genro. O mesmo deu na época, uma clara demonstração de como uma autoridade da República “não deve agir” na resolução de conflitos deste gênero. Tarso foi a Roraima para ouvir, tão somente, as facciosas lideranças indígenas do CIR (favoráveis à demarcação contínua) deixando clara sua posição favorável à minoria separatista. A Força Nacional e a PF agiram como meganhas de republiqueta de 5ª categoria seguindo taxativamente a determinação de Tarso. O jornalista Reinaldo Azevedo publicou na ocasião um artigo mostrando a ação nazista e altamente condenável da Gestapo de Tarso Genro, candidato, infelizmente, mais uma vez, ao governo do Estado do Rio Grande do Sul.
- Raposa Serra do Sol: Entre a Realidade e a Mistificação Ongueira
Fonte: Reinaldo Azevedo
“Tarso, fica claro a cada dia, é um perigo para a democracia. Esta evidente que ele se aproveita das licenças concedidas pelo estado de direito para transgredi-lo e para turvar a democracia. Não conhecíamos, até agora, detalhes da ação da PF em Raposa Serra do Sol. Vimos apenas o que publicou uma imprensa notavelmente bem-comportada (com o governo), que já tinha elegido (é o certo no caso, não ‘eleito’) os seus bandidos e os seus mocinhos. Como é usual no Brasil, quem produz um alfinete que seja corre o risco de ir parar atrás das grades. Pois bem. Clique no link:
www.defesanet.com.br/toa1/raposa_24.htm para ver o vídeo
Vale a pena ver o vídeo todo para ressaltar o ridículo de Tarso Genro e de seus homens de preto. Mas uma passagem, em especial, merece ser apreciada: a invasão da Fazenda Canadá, a partir de 6min31s. Os agentes chegam e se trava, então, o seguinte diálogo:
- Proprietário - Tem mandado judicial?
- Policial - Negativo.
- Proprietário - Não tem mandado judicial?
- Policial - Não temos mandado judicial.
- Proprietário - Então eu não vou permitir vocês entrarem sem mandado judicial.
- Policial - Então nós vamos entrar à força.
- Proprietário - Perfeitamente.
- Policial - Como está sendo feito em outras propriedades também.
- Segundo Policial - O sr. pode esclarecer como o sr. vai resistir a isso?
- Proprietário - Posso, posso, eu vou resistir...
- Segundo Policial - Como?
- Proprietário - Eu vou resistir dentro da legalidade, na Justiça.
- Segundo Policial - O sr. vai resistir de alguma outra forma?
- Proprietário - Eu vou resistir dentro da legalidade, na Justiça.
- Segundo Policial - Ok. Tudo bem.
E os meganhas cortam o cadeado, invadem a fazenda sem mandado judicial. O diálogo acima é por demais eloquente. Dispensa grandes considerações. Observem, se vocês quiserem um motivo adicional para indignação, que, mesmo depois de o proprietário ter deixado claro que vai resistir na Justiça, há uma espécie de provocação, tentando induzi-lo a dizer algo que caracterize resistência ativa à ação policial - o que, certamente, levaria a PF a fazer o que fez com outro fazendeiro: meter-lhe algemas nos braços. Este é o estado policial de Tarso Genro, o trotskista surtado. Como vocês bem sabem, a questão tramitava e tramita na Justiça, e os agentes federais jamais poderiam ter invadido uma propriedade sem mandado judicial. Como? ‘Não é propriedade’? ‘É tudo dos índios’? A questão, reitero, está sub judice. É mais um abuso de autoridade patrocinado pelo ministro da Justiça”.
- Raposa Serra do Sol enfrenta o teste das urnas
Fonte: Cristiane Agostine - Valor Econômico
Reproduzimos, abaixo, parte do excelente artigo da jornalista Cristiane Agostine analisando o momento político atual de Roraima e o preocupante cenário da Raposa gerado pela inépcia de um desgoverno descomprometido com os interesses da grande maioria do povo brasileiro e a soberania nacional.
Em uma pacata Rua de Boa Vista os cartazes de propaganda política pendurados na casa de Regina e Ivo Barilli informam.
“A luta continua”
No quintal da casa, dezenas de funcionários da fábrica de processamento de arroz da família Barilli ouvem atentamente Paulo Cesar Quartiero (DEM) e Izabel Itikawa (PSDB), candidatos ao Legislativo federal e estadual. Os temas são a expulsão dos arrozeiros da reserva Indígena Raposa Serra do Sol e a “perseguição” do Governo Federal contra os produtores rurais. No comício que reúne Barilli, Quartiero e Itikawa, três das seis maiores famílias produtoras de Roraima, as palavras de ordem são resistir, impedir novas demarcações e retornar à reserva da qual foram expulsos em 2009.
A proposta para os não-indígenas voltarem à reserva é a tônica de outro comício na capital, desta vez do governador e candidato à reeleição, José de Anchieta Junior (PSDB). A construção da hidrelétrica do Cotingo, no meio da reserva é o principal projeto para seu segundo mandato. Contrário à demarcação contínua das terras, Anchieta quer que a obra sirva de exemplo a outros governos. “Construir não vai ser fácil, mas quero abrir um precedente”, explica. “Vou buscar o desenvolvimento onde for preciso”. (...)
Paralelamente, está em julgamento a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na homologação da reserva. O governo fez da demarcação sua bandeira, desde o primeiro ano da gestão. O resultado final, no ano passado, deve-se refletir nas urnas em outubro.
Lula foi a Roraima por duas vezes em seu mandato, mas só após a decisão do Supremo. Acusado de tirar a terra de quem queria produzir, foi repudiado em outdoors na capital e em uma das visitas o esquema de segurança foi reforçado, pois havia ameaça de que manifestantes jogassem ovos e tomates na comitiva.
No Estado em que a candidatura presidencial do PSDB obteve o maior percentual de votos em 2006 (59,7%), produtores rurais querem fazer da disputa eleitoral um protesto contra o governo do PT. Tentam transformar seu descontentamento em votos contrários à Dilma Rousseff. Indígenas, movimentos sociais, igreja, entidades de direitos humanos, no entanto, articulam-se para consagrar nas urnas o governo responsável pela homologação. Segundo Ibope do fim de julho, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, está à frente com 42% das intenções de voto contra 37% de Dilma.
“O governo do Estado sempre esteve do lado da gente, mas o Federal não. Sempre fez imposição, veio aqui demarcar impor”, reclama o produtor de arroz Genor Luis Faccio, que teve de deixar a reserva assim como os Itikawa, Barilli e Quartiero. “Quem vier pedir voto para o PT está enrolado”, afirma Faccio.
O Governo Federal e seus candidatos se defendem com o argumento de que foi Lula quem repassou o maior número de terras da União para o Estado, desde a criação de Roraima, em 1988: 6 milhões de hectares. Seria uma forma de compensar o 1,7 milhão de hectares homologados na Raposa Serra do Sol.
Os arrozeiros estão articulados em torno da campanha de Quartiero, seu principal líder. O candidato é um dos mais ricos do Estado: declarou patrimônio de R$ 8 milhões, sendo R$ 7,9 milhões em espécie, R$ 100 mil em uma empresa própria e apenas R$ 10 em máquinas agrícolas. “A principal atividade econômica do Estado chama-se eleições”, diz Quartiero. Entre suas principais propostas está a exploração de minerais, inclusive em Território Indígena. “De que adianta o ouro dormindo sob a terra, no meio do mato, se a gente chacoalha a população e não cai nada? Tem que fazer a transferência de recurso”, diz, em quase todos os comícios que participa. (...)
Os produtores rurais têm no governador Anchieta um grande aliado. Foi o tucano quem questionou junto ao Supremo a retirada dos arrozeiros da reserva em 2008 e paralisou ação da Polícia Federal até o julgamento do caso pelo STF, em 2009.
A hidrelétrica de Cotingo, principal proposta do governador, aparece também no material de campanha de diversos candidatos ligados ao governo e aos produtores rurais. A justificativa, assim como no caso da disputa pela reserva, é a soberania nacional. Boa parte da energia consumida em Roraima (65% do total) vem da Venezuela e os recentes problemas de desabastecimento no país vizinho afetaram o Estado. A nova hidrelétrica, dizem, supriria a demanda e possibilitaria a exportação do excedente. A obra poderia ser realizada fora das terras indígenas, mas a escolha é estratégica. "A forma como aquelas terras foram demarcadas esterilizou quase dois milhões de hectares", diz. "Há muitos interesses em jogo lá”.
A proposta da hidrelétrica gera revolta entre os indígenas integrantes da direção do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Marizete de Souza Macuxi reclama: "Isso vai ser uma nova invasão. Vão se apossar da terra, casar com as índias, voltar a morar na reserva. Fora as comunidades perto do rio que vão ser alagadas". O entendimento jurídico sobre a construção da hidrelétrica divide Funai, Ibama e Ministério Público Federal: enquanto as duas primeiras dizem que pode haver brecha legal para a construção em terra indígena, o MPF diz que é inconstitucional. Divide os índios também. Os indígenas do CIR buscam ganhar força e espaço no Legislativo para evitar a criação de leis que permitam obras como a hidrelétrica de Cotingo, a exploração de terras indígenas e da flexibilização das leis ambientais. (...)
Os indígenas do CIR tentam vencer duas dificuldades. A primeira é numérica: eles estão em desvantagem, já que dos 395 mil habitantes de Roraima, 53 mil são índios, 13% do total da população, segundo o Conselho Indígena de Roraima. Destes, 19,5 mil vivem na Raposa Serra do Sol e menos da metade é ligada ao CIR. A segunda dificuldade é política. Em Roraima, o PT, principal partido de luta pelos direitos indígenas, enfrenta dificuldades. Na disputa presidencial, Lula só venceu no Estado em 2002. Naquela eleição, os petistas elegeram o governador Flamarion Portela, cassado dois anos depois de eleito. O senador Augusto Botelho também se desfiliou da legenda. Mesmo entre os índios, existe uma minoria deles que defendiam a demarcação e uma maioria que estava do lado da integração.
Entre os indígenas que não queriam a expulsão dos brancos da reserva, o presidente da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (SODIUR), Silvio da Silva, começa a se articular para disputar a prefeitura de Pacaraima, Município em que está parte da terra indígena São Marcos, vizinha à Raposa Serra do Sol. Se não vencer, Silvio pretende candidatar-se a deputado, em 2014.
Das duas organizações indígenas da reserva, o Conselho Indígena de Roraima e a SODIUR, apenas esta declara voto e faz campanha nesta eleição. A sede da entidade, no centro de Boa Vista, está repleta de cartazes de Anchieta Junior. Com o carro lotado de material de campanha do PSDB, o presidente da entidade, Silvio da Silva, parte para as terras da Raposa Serra do Sol, onde ficará distribuindo folhetos e bandeiras.
Solicito Publicação
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