sábado, 2 de junho de 2012
SE FOSSE NUM PAÍS SÉRIO, OS ESTUPRADORES DA LEI ELEITORA SAIRIAM PRESOS E ALGEMADOS DO SBT!
A captura do achacador de juízes do Supremo libertou o atropelador da legislação eleitoral. Nesta quinta-feira, com a cumplicidade militante do apresentador do Programa do Ratinho, Lula deixou em casa o chantagista a serviço da quadrilha do mensalão para incorporar num estúdio do SBT, durante 40 minutos, o animador de palanque a serviço de si próprio e de companheiros do PT. O que se viu na tela foi mais que propaganda eleitoral antecipada. Foi um comício ilegal estrelado por um pecador sem remédio nem limites, permanentemente empenhado em desmoralizar as normas que regem eleições no Brasil.
Na primeira parte da afronta transmitida ao vivo, o protagonista do espetáculo do deboche deixou claro que transforma até câncer em instrumento de caça ao voto. O relato da temporada no hospital foi enfeitado por um fundo musical de teatrão, mensagens açucaradas, cenas do filme “Lula, o Filho do Brasil”, depoimentos lacrimosos e reportagens pautadas pela sabujice. “Ele foi um grande presidente para nós brasileiros, que o adoramos, o amamos”, derramou-se, por exemplo, o ex-jogador Ronaldo. Há poucos anos, o Fenômeno aposentado só achava que “ele bebe pra caramba”.
Num dos vídeos que escancararam o crime premeditado, a locutora caprichou no fecho glorioso, ilustrado por imagens do herói que acabara de nocautear a doença: “Parecia a fênix renascendo das cinzas. O homem está de volta. E com a corda toda”. Ratinho deu-lhe mais corda ainda: por que a saúde não é tão boa?, quis saber o anfitrião da farra eleitoreira. Por culpa da oposição, garantiu Lula sem ficar ruborizado. Se o imposto do cheque não tivesse acabado, mentiu, os pacientes do Sírio Libanês hoje estariam morrendo de inveja dos fregueses do SUS.
Animado com a sintonia da dupla, Ratinho fez a proposta ao vivo: “Vamo montá um programa de entrevistas, Lula? Teve um monte de jornalista que bateu em você, vamo dá o troco neles”. O convidado gostou da ideia. ”Um dia desses vocês vão se surpriendê, que eu vou vir aqui trabalhá com o Ratinho”, ameaçou, olhando para a plateia. Foi a senha para o início da segunda parte do show repulsivo, concebida para resgatar Fernando Haddad do buraco dos 3% nas pesquisas.
“Por que você escolheu o Haddad?”, cochichou Ratinho. Close no ex-ministro da Educação, risonho na fila do gargarejo. “Acho que São Paulo precisa do Haddad”, comunicou o palanque ambulante. Outro close na salvação dos paulistanos. “Vem pra cá, Haddad”, ordenou Ratinho, que retomou o tema que o preocupa enquanto o candidato se ajeitava na poltrona: o que pode fazer um prefeito para melhorar a saúde?
“As coisas que dependem do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma, que é gerar emprego e distribuição de renda, isso está sendo feito”, declamou Haddad. Na maior cidade brasileira, ensinou, a saúde só não é de primeiro mundo porque o prefeito é do PSD e o governador é do PSDB. O padrinho aparteou o afilhado para jurar que nunca antes neste país houve um ministro da Educação tão competente. Quem construiu uma escola por dia é capaz de inaugurar um hospital por mês já no primeiro ano de governo.
Liquidada a questão municipal, começou a sucessão presidencial. Lula será candidato em 2014?, passou a bola Ratinho. “A única hipótese de eu sê candidato é a Dilma não querê se candidatá, eu não vô deixá que um tucano dirija esse país”, devolveu Lula. “O Zé Serra tá ralado”, chutou Ratinho de bico. Só na prorrogação o apresentador pareceu lembrar que andou lendo alguma coisa sobre Lula e Gilmar Mendes. O que houve mesmo?, perguntou.
“Quem inventou a história que prove a história”, cortou o lobista dos mensaleiros. Ratinho completou de canela: “”Quem gosta de você, gosta de você. Quem não gosta de você, não gosta de você. Quem é indiferente, vai ser indiferente”. Tradução: quem tem chefe não pode deixar de aplaudi-lo mesmo que apareça nu no Parque do Ibirapuera, com uma carabina engatilhada e avisando aos berros que vai liquidar a tiros a herança maldita legada por FHC. Lula, é verdade, não fez isso. Fez coisas piores.
Num país sério, a dupla sairia algemada do SBT por determinação da Justiça eleitoral. Nestes trêfegos trópicos, o ex-presidente continua fazendo impunemente o que quer. A apresentação de Lula e Ratinho começou com todo mundo cantando o hino do Corinthians. Deveria terminar com a chegada de um batalhão de policiais. Como estamos no País do Carnaval, só não terminou com a entrada de um batalhão de mulatas por falha da produção.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
COISAS DESSA IMUNDÍCIE!!!!!!!!!!!!!!!
A visita a Lewandowski confirma que Lula virou achacador de ministros do Supremo
O item 2 da nota do Instituto Lula sobre as revelações feitas pelo ministro Gilmar Mendes garante que “Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República”. Faz de conta que sim.
Faz de conta também que merece crédito a primeira das duas frases que compõem o item 4: “A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos”. É na segunda frase do tópico, suficientemente cínica para deixar ruborizado até devotos da seita lulopetista com mais de cinco neurônios, que se consuma a derrapagem espetacular: “O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público”.
Apaixonado pelo personagem que inventou, embevecido com o som da própria voz, Lula embarca na gabolice em reuniões com companheiros, acertos com aliados, papos de botequim ou conversas com porteiros do prédio onde mora. Graças à loquacidade do falastrão vaidoso, sabe-se agora que o protetor de pecadores assumiu o posto de lobista-chefe da quadrilha do mensalão desde que deixou o Palácio do Planalto. Leia o que escreveu em seu blog, nesta terça-feira, a jornalista Cristiana Lobo:
A preocupação de Lula com o julgamento do caso do Mensalão, conhecida de todos no mundo político, aumentou com a chegada de 2012 – ano do julgamento e, ainda, coincidindo com as eleições municipais nas quais o PT deposita grandes esperanças de crescer, particularmente, em São Paulo, antigo território adversário. Foi a partir daí que ele incluiu o assunto em sua agenda prioritária do ano. Fiel a seu estilo de falar muito e revelar seus passos políticos, mesmo aqueles que exigem maior discrição, Lula contou o desejo de visitar o ministro Ricardo Lewandowiski, ministro-revisor do relatório do Mensalão, um amigo de sua família. E assim fez. No começo do ano, acompanhado do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, ele foi à casa de Lewandowski e, conversa-vai-conversa-vem, chegou ao assunto: quando será julgado o mensalão? Sua preocupação central… Depois dessa conversa Lula passou a explicitar aos amigos políticos grande preocupação com a dificuldade de se deixar o julgamento para o ano que vem. Ele diz abertamente que considera inconveniente o julgamento do caso este ano. Com elogios à casa de Lewandowski, num condomínio chique de São Bernardo, Lula relatou a um aliado a pressão que o ministro vem sofrendo para apresentar logo o seu voto-revisor. E mais: o temor de que essa pressão de opinião pública possa afetar o conjunto do julgamento. Este é Lula. Por bravata ou relatando a realidade, ele conta a amigos os seus passos, até mesmo uns que deveriam ser inconfessáveis, como uma visita a um ministro do Supremo Tribunal Federal no ano do julgamento mais importante para sua história política – o caso que marcou negativamente o seu primeiro mandato. Lewandowski ensaiou negar a conversa com Lula. Mas, diante dos detalhes da conversa – a companhia do prefeito e os elogios à casa – ele sorriu e disse: “ele é amigo da família”. De fato, a mulher de Lula, Marisa Letícia, foi amiga da mãe do ministro, falecida ano passado.
É muita desfaçatez. Além de confirmar a essência da conversa de Lula com Gilmar Mendes, o texto acima reproduzido prova que um ex-presidente da República exerce pelo menos desde janeiro o ofício de achacador de ministros do Supremo. E explica por que Ricardo Lewandowski foi tão longe nas manobras forjadas para adiar o julgamento do mensalão. Se desse mais importância ao Estado de Direito, se soubesse rechaçar o assédio de pedintes influentes, o revisor do processo teria apresentado o relatório há muito tempo. O atraso deliberado resultou no episódio que começa a transformar-se em crise institucional.
O julgamento dos mensaleiros já demorou demais. Caso não cumpra seu dever nas próximas horas, Lewandowski transformará a toga de ministro do Supremo na fantasia que disfarça um ministro do Lula. A exasperante insistência em algemar o tempo, encarcerar a verdade e obstruir o avanço da Justiça pode ser a gota que fará transbordar o pote até aqui de náusea.
Tags: achacador, crise institucional, Cristiana Lobo, Gilmar Mendes, Lula, mensalão, ministro de Lula, náusea, pote, Ricardo Leswandowski, São Bernard
APLAUDINDO DE PÉ!!!!!!!!!
BRASIL CARINHOSO
Bom dia, dona Dilma!
Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do
Dia das Mães. Como cidadã da classe média, mãe, avó e bisavó, pagadora de
impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de
professora aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa
de Produtora Rural, fiquei preocupada com o anúncio do BRASIL CARINHOSO.
Brincando de mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição municipalista?
Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Brasil crie um
mecanismo bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus
executivos (presidente da república, governador e prefeito) para que as
matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil.
Setenta reais per capita para as famílias miseráveis que têm filhos entre 0
a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai estimular o convívio
familiar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo
teto o maior número de dependentes para "engordar" sua renda. Por outro
lado mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama
*produzir*filhos de cinco em cinco anos. Este é, sem dúvida, um plano
qüinqüenal
engenhoso de estímulo à vagabundagem, claramente expresso nas diversas
bolsas-esmola do governo do PT.
É muito fácil dar bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha,
jogar para a platéia. É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha
(que se governa, no seu caso) irresponsavelmente.
Não falo pelos outros, dona Dilma. Falo por mim. Não votei na senhora. Sou
bastante madura, bastante politizada, marxista, sobrevivente da ditadura
militar e radicalmente nacionalista. Eu jamais votei nem votarei num
petista, simplesmente porque a cartilha doutrinária do PT é raivosa e
burra. E o governo é paternalista, provedor, pragmático no mau sentido, e
delirante. Vocês são adeptos do "quanto pior, melhor". São discricionários,
praticantes do "bullying" mais indecente da História do Brasil.
Em 1988 a Assembléia Nacional Constituinte, numa queda-de-braço
espetacular, legou ao Brasil uma Carta Magna bastante democrática e
moderna. No seu Art. 5º está escrito que *todos são iguais perante a lei**.
Aí, quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta disposição, enfiando
goela abaixo das camadas sociais pagadoras de imposto seu *modus* *governandi
*a partir do qual *todos são iguais perante a lei, menos os que são
diferentes: os beneficiários das cotas e das bolsas-esmola.* A partir de
vocês. Sr. Luís Inácio e dona Dilma, negro é negro, pobre é pobre e
miserável é miserável. E a Constituição que vá para a pqp. Vocês
selecionaram estes brasileiros e brasileiras, colocaram-nos no tronco, como
eu faço com o meu gado, e os marcaram com ferro quente, para não deixar
dúvida de que são mal-nascidos. Não fizeram propriamente uma exclusão, mas
fizeram, com certeza, publicamente, uma apartação étnica e social. E o
PROUNI se transformou num balcão de empréstimo pró escolas superiores
particulares de qualidade bem duvidosa, convalidadas pelo Ministério de
Educação. Faculdades capengas, que estavam na UTI financeira e deveriam ter
sido fechadas a bem da moralidade, da ética e da saúde intelectual,
empresarial, cultural e política do País. A Câmara Federal endoidou? O
Senado endoidou? O STJ endoidou? O ex-presidente e a atual presidentA
endoidaram? Na década de 60 e 70 a gente lutou por uma escola de qualidade,
laica, gratuita e democrática. A senhora disse que estava lá, nesta
trincheira, se esqueceu disto, dona Dilma? Oi, por favor, alguém pare o
trem que eu quero descer!
Uma escola pública decente, realista, sintonizada com um País empreendedor,
com uma grade curricular objetiva, com professores bem remunerados, bem
preparados, orgulhosos da carreira, felizes, é disto que o Brasil precisa.
Para ontem. De ensino técnico, profissionalizante. Para ontem. Nossa grade
curricular é tão superficial e supérflua, que o aluno chega ao final do
ensino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a oração
principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não
sabe regra de três. Não sabe calcular juros. Não sabe o nome dos Estados
nem de suas capitais. Em casa não sabe consertar o ferro de passar roupa.
Não é capaz de fritar um ovo. O estudante e a estudantA brasileiros só
servem para prestar vestibular, para mais nada. E tomar bomba, o que é mais
triste. Nossos meninos e jovens lêem (quando lêem), mas não compreendem o
que leram. Estamos na rabeira do mundo, dona Dilma. Acorde! Digo isto com
conhecimento de causa porque domino o assunto. Fui a vida toda professora
regente da escola pública mineira, por opção política e ideológica, apesar
da humilhação a que Minas submete seus professores. A educação de Minas é
uma vergonha, a senhora é mineira (é?), sabe disto tanto quanto eu. Meu
contracheque confirma o que estou informando.
Seu presente para as mães miseráveis seria muito mais aplaudido se
anunciasse apenas duas decisões: um programa nacional de planejamento
familiar a partir do seu exemplo, como mãe de uma única filha, e uma escola
de um turno só, de doze horas. Não sabe como fazer isto? Eu ajudo. Releia
Josué de Castro, A GEOGRAFIA DA FOME. Releia Anísio Teixeira. Releia tudo
de Darcy Ribeiro. Revisite os governos gaúcho e fluminense de seu
meio-conterrâneo e companheiro de PDT, Leonel Brizola. Convide o senador
Cristovam Buarque para um café-amigo, mesmo que a Casa Civil torça o nariz.
Ele tem o mapa da mina.
A senhora se lembra dos CIEPs? É disto que o Brasil precisa. De escola em
tempo integral, igual para as crianças e adolescentes de todas as camadas,
miseráveis ou milionárias. Escola com quatro refeições diárias, escova de
dente e banho. E aulas objetivas, evidentemente. Com biblioteca, auditório
e natação. Com um jardim bem cuidado, sombreado, prazeroso. Com uma baita
horta, para aprendizado dos alunos e abastecimento da cantina. Escola
adequada para os de zero a seis, para estudantes de ensino fundamental e
para os de ensino médio, em instalações individuais para um máximo de
quinhentos alunos por prédio. Escola no bairro, virando a esquina de casa.
De zero a dezessete anos. Dê um pulinho na Finlândia, dona Dilma. No
aerolula dá pra chegar num piscar de olhos. Vá até lá ver como se gerencia
a educação pública com responsabilidade e resultado. Enquanto os
finlandeses amam a escola, os brasileiros a depredam. Lá eles permanecem.
Aqui a evasão é exorbitante. Educação custa caro? Depende do ponto de vista
de quem analisa. Só que educação não é despesa. É investimento. E tem que
ser feita por qualquer gestor minimamente sério e minimamente inteligente.
Povo educado ganha mais, consome mais, come mais corretamente, adoece menos
e recolhe mais imposto para as burras dos governos. Vale à pena investir
mais em educação do que em caridade, pelo menos assim penso eu,
materialista convicta.
Antes que eu me esqueça e para ser bem clara: planejamento familiar não tem
nada a ver com controle de natalidade. Aliás, é a única medida capaz de
evitar a legalização do controle de natalidade, que é uma medida
indesejável, apesar de alguns países precisarem recorrer a ela. Uberlândia,
inspirada na lei de Cascavel, Paraná, aprovou, em novembro de 1992, a lei
do planejamento familiar. Nossa cidade foi a segunda do Brasil a tomar esta
iniciativa, antecipando-se ao SUS. Eu, vereadora à época, fui a autora da
mesma e declaro isto sem nenhuma vaidade, apenas para a senhora saber com
quem está falando.
Senhora PresidentA, mesmo não tendo votado na senhora, torço pelo sucesso
do seu governo como mulher e como cidadã. Mas a maior torcida é para que
não lhe falte discernimento, saúde nem coragem para empunhar o chicote e
bater forte, se for preciso. A primeira chibatada é o seu veto a este
Código Florestal, que ainda está muito ruim, precisado de muito
amadurecimento e aprendizado. O planeta terra é muito mais importante do
que o lucro do agronegócio e a histeria da reforma agrária fajuta que vocês
estão promovendo. Sou fazendeira e ao mesmo tempo educadora ambiental.
Exatamente por isto não perco a sensatez. Deixe o Congresso pensar um
pouco mais, afinal, pensar não dói e eles estão em Brasília, bem instalados
e bem remunerados, para isto mesmo. E acautele-se durante o processo
eleitoral que se aproxima. Pega mal quando um político usa a máquina para
beneficiar seu partido e sua base aliada. Outros usaram? E daí? A senhora
não é "os outros". A senhora á a senhora, eleita pelo povo brasileiro para
ser a presidentA do Brasil, e não a presidentA de um partidinho de aluguel,
qualquer.
Se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Sei disto, é claro. Assim
mesmo vou aconselhá-la a pedir desculpas às outras mães excluídas do seu
presente: as mães da classe média baixa, da classe média média, da classe
média alta, e da classe dominante, sabe por quê? Porque somos nós, com
marido ou sem marido, que, junto com os homens produtivos, geradores de
empregos, pagadores de impostos, sustentamos a carruagem milionária e a
corte perdulária do seu governo tendencioso, refém do PT e da base aliada
oportunista e voraz.
A senhora, confinada no seu palácio, conhece ao vivo os beneficiários da
Bolsa-família? Os muitos que eu conheço se recusam a aceitar qualquer
trabalho de carteira assinada, por medo de perder o benefício. Estou
firmemente convencida de que este novo programa, BRASIL CARINHOSO, além de
não solucionar o problema de ninguém, ainda tem o condão de produzir uma
casta inoperante, parasita social, sem qualificação profissional, que não
levará nosso País a lugar nenhum. E, o que é mais grave, com o excesso de
propaganda institucional feita incessantemente pelo governo petista na
última década, o Brasil está na mira dos desempregados do mundo inteiro, a
maioria qualificada, que entrarão por todas as portas e ocuparão todos os
empregos disponíveis, se contentando até mesmo com a informalidade. E aí os
brasileiros e brasileiras vão ficar chupando prego, entregues ao deus-dará,
na ociosidade que os levará à delinqüência e às drogas.
Quem cala, consente. Eu não me calo. Aos setenta e quatro anos, o que eu
mais queria era poder envelhecer despreocupada, apesar da pancadaria de
1964. Isto não está sendo possível. Apesar de ter lutado a vida toda para
criar meus cinco filhos, de ter educado milhares de alunos na rede pública,
o País que eu vou legar aos meus descendentes ainda está na estaca zero,
com uma legislação que deu a todos a obrigação de votar e o direito de
votar e ser votado, mas gostou da sacanagem de manter a maioria silenciosa
no ostracismo social, desprecisada e desinteressada de enfrentar o desafio
de lutar por um lugar ao sol, de ganhar o pão com o suor do seu rosto. Sem
dignidade, mas com um título de eleitor na mão, pronto para depositar um
voto na urna, a favor do político paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa.
Dar o peixe, ao invés de ensinar a pescar, esta foi a escolha de vocês.
A senhora não pediu minha opinião, mas vai mandar a fatura para eu pagar.
Vai. Tomou esta decisão sem me consultar. Num país com taxa de crescimento
industrial abaixo de zero, eu, agropecuarista, burro-de-carga brasileiro,
me dou o direito de pensar em voz alta e o dever de me colocar publicamente
contra este cafuné na cabeça dos miseráveis. Vocês não chegaram ao poder
agora. Já faz nove anos, pense bem! Torraram uma grana preta com o FOME
ZERO, o bolsa-escola, o bolsa-família, o vale-gás, as ONGs fajutas e outras
esmolas que tais. Esta sangria nos cofres públicos não salvou ninguém? Não
refrescou niente? Gostaria que a senhora me mandasse o mapeamento do
Brasil miserável e uma cópia dos estudos feitos para avaliar o quantitativo
de miseráveis apurado pelo Palácio do Planalto antes do anúncio do BRASIL
CARINHOSO. Quero fazer uma continha de multiplicar e outra de dividir, só
para saber qual a parte que me toca nesta chamada de capital. Democracia é
isto, minha cara. Transparência. Não ofende. Não dói.
Ah, antes que eu me esqueça, a palavra certa é PRESIDENTE. Não sou
impertinente nem desrespeitosa, sou apenas professora de latim, francês e
português. Por favor, corrija esta informação.
Se eu mandar esta correspondência pelo correio, talvez ela pare na Casa
Civil ou nas mãos de algum assessor censor e a senhora nunca saberá que
desagradou alguém em algum lugar. Então vai pela internet. Com pessoas
públicas a gente fala publicamente para que alguém, ciente, discorde ou
concorde. O contraditório é muito saudável.
Não gostei e desaprovo o BRASIL CARINHOSO. Até o nome me incomoda. R$2,00
(dois reais) por dia para cada familiar de quem tem em casa uma criança de
zero a seis anos, é uma esmolinha bem insignificante, bem insultuosa, não é
não, dona Dilma? Carinho de presidentA da república do Brasil neste
momento, no meu conceito, é uma campanha institucional a favor da
vasectomia e da laqueadura em quem já produziu dois filhos. É mais creche
institucional e laica. Mais escola pública e laica em tempo integral com
quatro refeições diárias. É professor dentro da sala de aula, do
laboratório, competente e bem remunerado. É ensino profissionalizante e
gente capacitada para o mercado de trabalho.
Eu podia vociferar contra os descalabros do poder público, fazer da
corrupção escandalosa o meu assunto para esta catilinária. Mas não. Prefiro
me ocupar de algo mais grave, muitíssimo mais grave, que é um desvio de
conduta de líderes políticos desonestos, chamado populismo, utilizado para
destruir a dignidade da massa ignara. Aliciar as classes sociais menos
favorecidas é indecente e profundamente desonesto. Eles são ingênuos,
pobres de espírito, analfabetos, excluídos? Os miseráveis são. Mas votam,
como qualquer cidadão produtivo, pagador de impostos. Esta é a jogada.
Suja.
A televisão mostra ininterruptamente imagens de desespero social. Neste
momento em todos os países, pobres, emergentes ou ricos, a população luta,
grita, protesta, mata, morre, reivindicando oportunidade de trabalho.
Enquanto isto, aqui no País das Maravilhas, a presidente risonha e
ricamente produzida anuncia um programa de estímulo à vagabundagem. Estamos
na contramão da História, dona Dilma!
Pode ter certeza de que a senhora conseguiu agredir a inteligência da
minoria de brasileiros e brasileiras que mourejam dia após dia para
sustentar a máquina extraviada do governo petista.
Último lembrete: a pobreza é uma conseqüência da esmola. Corta a esmola que
a pobreza acaba, como dois mais dois são quatro.
Não me leve a mal por este protesto público. Tenho obrigação de protestar,
sabe por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a conta sou eu.
Atenciosamente,
*Martha de Freitas Azevedo Pannunzio*
*Fazenda Água Limpa, Uberlândia, em 16-05-2012 *
marthapannunzio@hotmail.com CPF nº 394172806-78
*CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
*Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:*
*I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição;*
Assinar:
Postagens (Atom)