sábado, 31 de janeiro de 2009

CARTA DO FREI BETTO AOS JUDEUS!!!!(Maravilhosa)

"*Por mais que o governo de Israel e todos os que o apóiam tentem, não ireiodiar a vocês, irmãos judeus. Ainda que as tropas israelenses matem centenasde crianças e pessoas inocentes, não irei desejar a morte de suas criançasnem jogar a culpa na totalidade de seu povo.**Mesmo que manchem a Faixa de Gaza com o sangue de um povo, que também correem minhas veias, metade árabe, não irei revoltar-me contra nenhuma etnia nemjulgar que há raças melhores ou com mais direitos que outras, como quer nosfazer acreditar o governo israelense.**Embora eu também queira ouvir as vozes judaicas de protesto contra omassacre dos palestinos, não deixarei de condenar os que se calaram diantedo holocausto judeu. E mesmo que tomem à força a terra do povo árabe, nãoirei jamais apoiar o confisco dos bens do povo judaico, praticado há tempospelo governo nazista.**Por mais que o governo de Israel e todos que o apóiam traiam a tradiçãohebraica dos grandes profetas que clamaram por justiça e paz, ainda queromanter viva a esperança que eles anunciaram. Mesmo que joguem sua memória nalata de lixo, faço dos profetas do antigo Israel os meus profetas, pois oanúncio da justiça não distingue credos, nações ou etnias.**Sei que muitos de vocês condenam a violência, não apóiam o massacre dosárabes palestinos, e gostariam que o governo de Israel respeitasse asdecisões da ONU e o clamor da comunidade internacional pelo cessar-fogoimediato. Mas, gritem! Se sua voz não for ouvida, acreditar-se-ã o com razãoaqueles que ainda falam mal de seu povo.**Mesmo que sejam deploráveis todos os anti-semitas, o silêncio dos judeusdiante do massacre perpetrado pelo país que ostenta a estrela de Davi nabandeira pode ser usado como reforço para os argumentos torpes dasuperioridade racial.**Há mais de 60 anos seu povo clamou ao mundo por solidariedade. Chegou omomento de retribuir, de mostrar que a solidariedade é um sentimentouniversal e não restrito a uma etnia. Não deixem o governo de Israel fazeresquecer o quanto vocês sofreram como vítimas, só porque agora ele é algoz eestá protegido pela maior potência mundial, os EUA.**Não permitam que a ação de Israel faça parecer que, apesar dasmanifestações mundiais de condenação, seu Estado se acredita o único quepossui razão, pois era assim que o governo alemão pensava no tempo donazismo.**Estejam certos de uma coisa: independentemente do resultado da absurdacampanha israelense ou qualquer que seja a posição de seu povo diante daviolência e injustiça cometida por aquele país, não irei ceder à tentação dopensamento racista; não irei apagar da minha memória a catástrofe do nazismoe o sofrimento do povo judeu; não irei pensar que há povos que não merecemnação e que devem ser eliminados; não deixarei de condenar o anti-semitismoou qualquer tipo de preconceito étnico. **Continuarei defendendo a idéia de que todos, sem distinção, somos iguais, etemos os mesmos direitos: judeus, negros, árabes, índios, asiáticos etc.Manter-me-ei firme em minhas convicções, pois jamais quero me igualar aosgovernantes de Israel e àqueles que o apóiam".*Faço minhas as palavras de meu querido amigo Maurício Abdalla, companheirono Movimento Fé e Política, professor de filosofia da Universidade Federaldo Espírito Santo e autor de reconhecida qualidade, como o comprova o textoacima, que tão bem traduz a indignação e a dor de tantos que testemunhamos aguerra do Oriente Médio.Vários intelectuais judeus têm manifestado indignação frente às operações doEstado de Israel. Tom Segev, historiador e cientista político, escreveu no"Haaretz" que "Israel sempre acreditou que causar sofrimento a civispalestinos os faria rebelarem-se contra seus líderes nacionais, o que semostrou errado várias vezes". O escritor Amos Oz sublinhou: "chegou o tempode buscar um cessar-fogo" , com o que concorda o escritor David Grossman e oex-chanceler israelense Shlomo Ben-Ami.*Frei Betto é autor de "A mosca azul - reflexão sobre o poder" (Rocco),entre outros livros.*

CORONEL HIRAM REIS E SILVA, FALA DA TIRSS

MANAUS – O coronel da reserva do Exército Hiram Reis e Silva afirmou na última segunda-feira (26) que a reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, representa um “apartheid em solo brasileiro” e um “campo de concentração”, já que, segundo ele, a demarcação impede a miscigenação entre a população indígena e as pessoas que o militar chamou de “civilizados”.– Nós estamos num país que sempre se caracterizou pela miscigenação, e isso não pode estar acontecendo com aval do Supremo Tribunal Federal, o que demonstra total desconhecimento no que acontece na reserva – declarou o militar, poucos minutos depois de encerrar, em Manaus, a expedição “Projeto-Aventura Desafiando o Rio-Mar”, que percorreu 34 cidades e comunidades do interior do Amazonas.Como referência, Hiram Reis citou o caso de um casal formado por uma índia e um “civilizado”, que tiveram de se separar por conta da proibição de não-índios na reserva. Ele conta que o marido da índia teve de ir morar em Boa Vista (RR), enquanto ela permaneceu na Raposa Serra do Sol.Coronel Hiram Reis (de branco) é recebido por militares logo após desembarque em Manaus. Foto: Mário Bentes/Portal Amazônia.Críticas à FunaiO militar gaúcho também criticou veementemente a Fundação Nacional do Índio (Funai) por supostos “empecilhos” que a instituição federal teria criado para o Exército em regiões de fronteira demarcadas como reservas indígenas.– A Funai já tentou impedir que os militares entrassem nos pelotões de fronteira. Ela está extrapolando seus limites. A Funai mais parece um governo paralelo que sistematicamente tem criado empecilhos para a realização de exercícios militares em áreas de reserva – disparou.O presidente da Funai, Márcio Augusto Freitas de Meira, está em Belém (PA) participando do Fórum Social Mundial, e não pôde ser contatado pela reportagem para comentar o caso. Mas a assessoria de comunicação do órgão, em Brasília, informou que vai se posicionar oficialmente assim que conseguir “acionar seus coordenadores”.ONGs estrangeiras também são alvo de críticasEm relação às atividades de Organizações Não-Governamentais estrangeiras com atuação em áreas indígenas, o coronel foi incisivo: “Em áreas pobres, não há nenhuma ONG. Basta dizer que se descobriu ouro em uma reserva que vai chover de ONG por lá”, afirmou o militar, ressaltando a existência de ouro e diamante dentro da reserva Raposa Serra do Sol.– Estão todos de olho naquela região. Então a intenção dessas organizações não é outra senão criar enclaves na área. Nós temos uma área de fronteira enorme, todo ele bloqueado por reservas, e é uma área extremamente vulnerável – alertou.Acionado pela reportagem do Portal Amazônia para comentar as declarações do coronel, o Comando Militar da Amazônia (CMA), responsável pelas atividades do Exército nos estados da região Norte do país mais o estado do Mato Grosso e parte do Maranhão, preferiu não comentar o caso.ExpediçãoAo lado do professor de educação física Romeu Chala, o coronel estava participando da expedição “Projeto-Aventura Desafiando o Rio-Mar”, que passou por 34 cidades e comunidades do interior do Amazonas abordo de dois caiaques, percorrendo cerca de 1,7 mil quilômetros.Iniciada no dia 1º de dezembro do ano passado, em Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus), a expedição gaúcha tinha como meta, segundo o coronel Hiram Reis, levar conhecimento sobre a região Amazônica para os alunos do Colégio Militar de Porto Alegre.– A idéia é levar o conhecimento para o Colégio Militar de Porto Alegre porque essa gurizada que está hoje no colégio pode vir a assumir um posto de comando mais tarde. E tem a questão da soberania da Amazônia. Para você tomar decisões a respeito de uma região, você tem que conhecê-la – explicou.