‘Neste momento eu sou a oferta e a aceitação’
Por Cel Eng R/1 Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 31 de Março de 2009
Tudo quanto o Presidente Médici fez nesse fecundo período do seu mandato leva a marca de sua fidelidade ao movimento revolucionário, que abriu para este País perspectivas regeneradoras que nenhum espírito de boa-fé ousaria denegar. Para isso, o General Médici, cujas inclinações democráticas se atestam em palavras e atos, e vêm de sua afinidade com a alma do povo brasileiro, coloca na primeira linha das suas preocupações criar, pela estabilidade econômica, pela justiça social, pela eliminação das contestações ilegais e pela repressão aos delinqüentes da moral administrativa, a segura atmosfera de ordem e de progresso que dará à democracia brasileira a solidez de que tanto tem carecido. (O Jornal - 01/11/1970)
- Márcio Moreira Alves e a ‘Ditabranda’
Márcio Moreira Alves, jornalista e político brasileiro, nasceu, em 14 de julho de 1936, no Rio de Janeiro. O ex-deputado é lembrado como o agente catalisador do AI-5. Discursando no Congresso Nacional, em setembro de 1968, propôs um boicote às paradas militares de celebração à Semana da Pátria e solicitava às jovens brasileiras que não namorassem oficiais do Exército.
No seu livro ‘O Despertar da Revolução Brasileira’, se referiu ao período 1964-68, do governo do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, antes do AI-5, como ‘ditabranda’. Para ele foi um alívio ver a saída de Jango do governo, pois ‘Achava-o oportunista, instável, politicamente desonesto (...) Aparecia bêbado em público, deixava-se manobrar por cupinchas corruptos (...) e tinha uma grande tendência gaúcha para putas e farras’.
- O Polemico Editorial da Folha de São Paulo
“(...) Mas, se as chamadas ‘ditabrandas’ - caso do Brasil entre 1964 e 1985 - partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça -, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente”. (Folha de S. Paulo - 17 de fevereiro de 2009)
Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua ‘indignação’ é obviamente cínica e mentirosa.
O patrulhamento ideológico que se faz contra um periódico que externa seu pensamento mostra que estamos, agora sim, vivendo uma ‘ditabranda’. A democracia e a liberdade de imprensa só são lembradas, pelos ‘petrarcas’, quando defendem os seus direitos e suas posições políticas. Não permitem, jamais, que se estabeleça o contraditório. Parabéns à Folha por tentar mostrar que nem todos os meios de comunicação estão à soldo do ‘governo companheiro’.
- Emílio Garrastazu Médici
Médici nasceu na cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul, no dia 04 de dezembro de 1905. Ingressou, em 1918, no Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), onde permaneceu até 1922 e, em abril de 1924, matriculou-se na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, sendo declarado aspirante a oficial da arma de cavalaria em janeiro de 1927. Em 1957, como coronel, foi Chefe do Estado Maior da 3° Região Militar, com sede em Porto Alegre, comandada pelo general Arthur da Costa e Silva. Promovido a general de brigada, em 1961, foi nomeado comandante da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), no Rio de Janeiro e, em 1964, ainda como comandante da AMAN, apoiou a Revolução de 1964.
Foi delegado brasileiro na Junta internacional de Defesa Brasil-Estados Unidos, em Washington. Em 1967, sucedeu a Golbery do Couto e Silva, assumindo a chefia do Serviço Nacional de Informações (SNI) e, em 1969, o comando do III Exército, atual Comando Militar do Sul (CMS), no Rio Grande do Sul. Após a morte de Costa e Silva foi eleito presidente, pelo Congresso Nacional, em 25 de outubro de 1969, com 239 votos a favor e 76 abstenções.
- Governo Médici e o Milagre Brasileiro (30/10/69 - 15/03/1974}
“Seu governo foi o período de maior desenvolvimento e prosperidade. A economia teria o maior crescimento, alcançando a taxa anual de 11,9%. Por cinco anos o crescimento foi superior a 9% ao ano. As empresas estatais encarregavam-se da infra-estrutura: indústrias de base, hidrelétricas, rodovias, ferrovias, portos e comunicações. A produção de bens de consumo desenvolveu-se consideravelmente. A indústria automobilística atingiu a produção anual de um milhão de unidades, triplicando a produção de veículos. Havia trabalho para todos.
Ao invés de desempregados perambularem meses em busca de emprego, como hoje, eram comuns, nas indústrias e no comércio, as tabuletas nas portas oferecendo emprego. Nos bairros, Kombis passavam com alto-falantes oferecendo trabalho. As políticas interna e externa e o modelo econômico adotados estimulavam as exportações, principalmente de artigos manufaturados, colocando o Brasil na ordem econômica mundial como o país com o crescimento mais rápido que a história contemporânea conhecera. Passou de 46ª economia mundial à posição de 8ª economia. A inflação se estabilizou em torno de 20% ao ano. As exportações ultrapassaram a marca dos três bilhões de dólares.
Foi criado o Fundo de Modernização e Reorganização Industrial para financiar a modernização do parque industrial. Além da indústria, o abastecimento e a produção agrícola eram prioridades do governo.
O ministério de Médici era constituído por administradores das respectivas áreas e não por políticos profissionais, como é de praxe. Mário Gibson Barbosa, ministro das Relações Exteriores, foi o responsável pela implementação da política externa do período Médici, que ficou conhecida como “diplomacia do interesse nacional”. O objetivo principal do governo era o desenvolvimento do País. O Brasil queria, precisava crescer e crescia. O PIB teve um crescimento em níveis jamais alcançados: índice de 9,5% ao ano. A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro bateu recordes em volume de transações. O nível das reservas cambiais era excelente. O Balanço de Pagamentos apresentava constantes superávits. As exportações de produtos industrializados passaram de um bilhão de dólares. Duplicara a produção de aço, triplicara a produção de veículos e quadruplicara a de navios. Uma pesquisa do IBOPE atribuiu ao presidente Médici 82% de aprovação.
Eis Algumas das principais realizações do governo Médici:
- Inauguração de 15 hidrelétricas, entre elas, Solteira e Urubupungá, gerando 15,8 milhões de kw;
- Abertura das Rodovias Transamazônica e Perimetral Norte;
- Construção da Ponte Rio-Niterói, inaugurada em 04/03/1974, na gestão do ministro dos Transportes Mário David Andreazza;
- Construção da ponte fluvial de Santarém;
- Asfaltamento da Belém-Brasília e da Belém-São Luis;
- Criação do Provale (Programa para o Vale do São Francisco);
- Criação do Prodoeste (Programa para o Pantanal Matogrossense);
- Criação do Plano de Integração Social (PIS);
- Implementação do Projeto Rondon (Integração da Amazônia à Unidade Nacional, relançado agora, como novidade, pelo governo Lula);
- Criação do Programa de Aposentadoria ao trabalhador rural;
- Criação do Proterra (programa de redistribuição de terras e de estímulo à agroindústria do Norte e do Nordeste);
- Criação do Funatel;
- Instituição do Programa de Telecomunicações e criação da Empresa Brasileira de Telecomunicações - Embratel;
- Inauguração do sistema de transmissão de televisão em cores. No governo Médici se tornou possível estabelecer uma rede nacional de televisão, que levaria a quase todo o Brasil os programas de TV. Isso foi feito pela TV Globo, que na época era uma defensora e difusora entusiasmada das idéias e dos feitos do regime militar;
- Aceleramento das obras dos metrôs do Rio e de São Paulo;
- Finalização das obras da BR-101, que corta o Brasil de Norte a Sul;
- Exploração, pela Petrobras, da Plataforma Marítima;
- Reforma do ensino;
- Aumento, em sete vezes, o número de universitários (de 60.000 para 450.000), na gestão do ministro da Educação, Jarbas Passarinho; e - Implementação do Mobral (Alfabetização de adultos, com a diminuição significativa do número de analfabetos), também na gestão do ministro Jarbas Passarinho.
Em 1971, o Brasil possuía três vezes mais estradas que em 1964 e todas as capitais brasileiras estavam interligadas a Brasília”. (Carlos Alberto Brilhante Ustra - ‘A Verdade Sufocada – A história que a esquerda não quer que o Brasil Conheça’)
- Discurso de posse (30/10/1969).
“Homens de meu País!
Neste momento eu sou a oferta e a aceitação.
Não sou promessa. Quero ser verdade e confiança, ser a coragem, a humildade, a união. A oferta de meu compromisso ao povo, perante o Congresso de seus representantes, quero-a um ato de reverdecimento democrático. A aceitação da faixa presidencial. Faço-a um auto de justiça e a confissão de minhas crenças.
Faço a justiça de proclamar o equilíbrio e a serena energia, o patriotismo e a grandeza com que se houveram os três Ministros Militares no exercício temporário da Presidência da República, que a mim transmitem, no símbolo dessa faixa, pelas mãos honradas de Sua Excelência, o Almirante Augusto Hamann Rademaker Grünewald.
Faço a justiça de dizer, já agora ouvindo a Nação, à cuja frente o destino me trouxe, faço a justiça de assinalar a total dedicação do grande Presidente Costa e Silva à causa pública, o empenho tanto, que se fez imolação da própria voz.
Venho como sempre fui. Venho do campo, da fronteira, da família; venho do povo, da caserna; venho de minha terra e de meu tempo.
Venho do minuano. ‘Esse vento faz pensar no campo, meus amigos, este vento vem de longe, vem do pampa e do céu’.
Valho-me, ainda uma vez, do poeta augusto do meu Sul, para ver, no vento, o homem do campo de todo o Brasil - o homem que ninguém vê, sem face e sem história - aquela humildade mansa, que a vida vai levando na quietação do caminho abraçando a coxilha.
- Homem do Campo
Homem do campo, creio no homem e no campo. E creio em que o dever desta hora é a integração do homem do interior ao processo de desenvolvimento nacional. E, porque assim o creio, é que tudo darei de mim para fazer a revolução no campo, revolução na agricultura, no abastecimento, na alimentação. E sinto que isso não se faz somente dando terra a quem não tem, e quer, e pode ter. Mas se faz levando ao campo a escola ao campo adequada; ali plantando a assistência médica e a previdência rural, a mecanização, o crédito e a semente, o fertilizante e o corretivo, a pesquisa genética e a perspectiva de comercialização. E tenho a diversificação e o aumento da produção agrícola, a ampliação das áreas cultivadas e a elevação da renda rural como essenciais à expansão de nosso mercado interno, sem o qual jamais chegaremos a ter uma poupança nossa, que nos torne menos dependentes e acione, com o nosso esforço, aliado à ajuda externa, um grande projeto nacional de desenvolvimento.
- Homem da Fronteira
Homem da fronteira, creio em um mundo sem fronteiras entre os homens.
Sinto por dentro aquele patriotismo aceso dos fronteiriços, que estende pontes aos vizinhos, mas não aceita injúrias nem desdéns, e não se dobra na afirmação do interesse nacional.
Creio em um mundo sem fronteiras entre países e homens ricos e pobres. E sinto que podemos ter o mundo sem fronteiras ideológicas, onde cada povo respeite a forma dos outros povos viverem. Creio em um mundo sem fronteiras tecnológicas, onde o avanço científico fique na mão de todo homem, na mão de toda nação, abrindo-se à humanidade a opção de uma sociedade aberta.
Homem da fronteira, conheço o peso específico de nosso País e hei de faze-lo valer em favor do nosso povo. Fronteiriço, não sei, não vejo, não sinto, não aceito, outra posição do Brasil no mundo que não seja a posição da altivez. E sinto que esta nossa América, já na idade da razão, realizado o esforço concentrado e pertinaz de formulação de suas posições, há de receber, em breve, a solidariedade da outra América.
E creio que se pode tornar mais intenso o surto de comercialização de nossos produtos e buscar o comprador na extensão toda do mapa do mundo. E creio na contribuição de nossa gente, para o entendimento, o respeito e a paz entre os povos.
- Homem de Família
Homem de família, creio no diálogo entre as gerações e as classes, creio na participação. Creio que a grandeza do Brasil depende muito mais da família que do Estado, pois a consciência nacional é feita da alma de educador que existe em cada lar. E, porque assim o creio, é que buscarei fortalecer as estruturas de governos municipais e sub-regionais, provendo as comunidades do interior do saneamento básico indispensável à proteção da unidade familiar, pedra angular da sociedade.
- Homem do Povo
Homem do povo, creio no homem e no povo, como nossa potencialidade maior, e sinto que o desenvolvimento é uma atitude coletiva, que requer mobilização total da opinião pública. E, porque assim o creio, e porque o sinto amadurecido para a tarefa global, é que buscarei ouvi-lo sempre.
Homem do povo, olho e vejo o trabalhador de todas as categorias e sinto que, normalizada a convivência entre empregados e patrões, e consolidada a unificação da previdência social, nosso esforço deve ser feito na formação e no aperfeiçoamento de mão-de-obra especializada e no sentido da formulação de uma política salarial duradoura, que assegure o real aumento do salário e não o reajustamento enganador.
Homem do povo, conheço a sua vocação de liberdade, creio no poder fecundante da liberdade.
- Homem da Caserna
Homem da caserna, creio nas virtudes da disciplina, da ordem, da unidade de comando. E creio nas messes do planejamento sistematizado, na convergência de ações, no estabelecimento das prioridades. E, porque assim o creio, é que tudo farei por coordenar, integrar, totalizar nossos esforços - tantas vezes supérfluos, redundantes, contraditórios, dispersivos - em uma tarefa global, regida por um grande plano diretor.
Homem da caserna, creio nos milagres da vontade. E, porque o creio, convoco a vontade coletiva, a participação de todos os que acreditam na compatibilidade da democracia com a luta pelo desenvolvimento, para que ninguém se tenha espectador e todos se sintam agentes do processo.
- Homem de Minha Terra
Homem de minha terra, creio nas potencialidades e na viabilidade econômica e social de meu País.
Creio no desenvolvimento como fenômeno global, interiorizado primeiro na alma de cada homem, para poder ganhar, então, a alma da terra toda.
Creio na função multiplicadora da empresa, e, porque assim o creio, buscarei fortalece-la - sobretudo a empresa nacional - encontrando formas e processos de baratear-lhe os custos de produção, para que se fortifique e mais produza. E me empenharei no sentido da utilização racional e efetiva do território brasileiro, na vivificação das estruturas municipais, na atenuação dos desequilíbrios regionais.
- Homem de Meu Tempo
Homem de meu tempo, tenho pressa. Sei que, no ano 63, antes da Revolução, nosso crescimento era nenhum e que a inflação se aproximava de cem por cento. Sei que hoje nosso crescimento oscila entre 6 e 7% e que a inflação decresce, já agora em nível de alguma estabilidade. Sei que nos últimos anos avançamos no fortalecimento das instituições econômicas, edificando, não só a estrutura, mas a mentalidade de planejamento, programação e orçamentação.
Homem de meu tempo, sei que essa metodologia e esse ritmo de crescimento, por si sós, já não nos bastam, que urge acelerar o processo; que ‘o minuano para enganar a miséria, geme e dança pela rua’; que penso nas vidas que virão; penso nas dores futuras; penso no século que vai nascer.
Homem de meu tempo, creio no surto industrial brasileiro, em bases estáveis, de vivência nossa, de nosso exclusivo interesse, buscando-se a evolução, o mais cedo que se possa, dos tempos de filial para os tempos de matriz.
Homem de meu tempo, creio na mocidade e sinto na alma a responsabilidade perante a História. E porque o sinto e o creio, é que darei de mim o que puder pela melhor formulação da política de ciência tecnologia, que acelere nossa escalada para os altos de uma sociedade tecnológica humanizada.
Homem de meu tempo, tenho fé em que possamos, no prazo médio de meu governo, preparar as bases de lançamento de nossa verdadeira posição nos anos 2000 e assegurar a nossa participação em programas nuclear e espacial, sempre que sirvam para a aceleração do desenvolvimento brasileiro.
- Homem da Revolução
Homem da Revolução, eu a tenho incontestável, e creio no ímpeto renovador e inovador de seus ideais. E, porque a tenho assim, é que a espero mais atuante e progressista. E. depois de aceito o desafio econômico, eis à nossa frente o desafio tecnológico.
Homem da Revolução, é meu propósito revolucionar a educação, a saúde, a agricultura, para libertar o nosso homem de seus tormentos maiores e integrar multidões ao mundo dos homens válidos.
E para isso, convoco a Universidade, chamo a Igreja, aceno à empresa, e brado ao povo para que me ajude a ajudar o homem a ajudar-se a si mesmo.
- Homem da Lei
Homem da lei e do regulamento, creio no primado do Direito. E, porque homem da lei, é que pretendo velar pela ordem jurídica. E, homem, de pés no chão, sinto que, nesta hora, a ordem jurídica se projeta em dois planos. Vejo o plano institucional, destinado a preservar as conquistas da Revolução, vejo o plano constitucional, que estrutura o Estado e assegura o funcionamento orgânico dos Poderes. Estou convencido de que é indispensável a coexistência dessas duas ordens jurídicas, expressamente reconhecida pela Constituição, fundada no imperativo da segurança nacional, e coerente enquanto for benéfica à defesa da democracia e à realização do bem comum.
Homem da lei, sinto que a plenitude do regime democrático é uma aspiração nacional. E, para isso, creio necessário consolidar e dignificar o sistema representativo, baseado na pluralidade dos partidos e na garantia dos direitos fundamentais do homem. Creio em que os partidos políticos valem como forças vivas que atuam sobre a vida nacional, quando a dinâmica das idéias prevalece sobre a pequenez dos interesses pessoais. E sinto que urge fortalecer o Partido da Revolução, para que ele seja, não só o sustentáculo deste governo, mas uma verdadeira escola de política nacional harmonizada com o pensamento revolucionário. E espero da Oposição que nos honre com o cumprimento de seu dever, apontando erros, aceitando acertos, indicando caminhos, fiscalizando e fazendo também a sua escola de democracia, dignidade e respeito mútuo.
Homem da lei, creio imperioso dotar o Brasil de novos códigos que reflitam os progressos da ciência jurídica, a atualização dos institutos e as inquietudes de um povo em desenvolvimento.
- Homem de Fé
E, homem de fé, creio nas bênçãos de Deus aos que não têm outros propósitos que não sejam os do trabalho da vida inteira, os da justiça e os da compreensão entre os homens.
E creio nos milagres que os homens fazem com as próprias mãos. E nos milagres da vontade coletiva. Creio na humanização da vida dos severinos do campo. E na solidariedade da família brasileira. Creio na alma generosa da mocidade. Creio na minha terra e no meu povo. Creio na sustentação que me haverão de dar os soldados como eu. Creio no apressamento do futuro.
E creio em que, passados os dias difíceis dos anos 60, amanhecerá, na década de 70, a nossa ora.
E creio na missão de humanidade, de bondade e de amor que Deus confiou à minha gente.
E, porque o creio, e porque o sinto, no arrepio de minha sensibilidade, é que, neste momento, sou oferta e aceitação.
- Posse
E aceito, neste símbolo do Governo da República, a carga imensa de angústias, de preocupações, e vigílias - a missão histórica que me foi dada. E a ela me dou, por inteiro, em verdade e confiança, em coragem, humildade e união. E a ela me dou, com a esperança acesa no coração, que o vento de minha terra e de minha infância, que nunca me mentiu no seu augúrio, está dizendo que Deus não me faltará, está me trazendo o cheiro de minha terra de minha gente. E, com a ajuda de Deus e dos homens, haverei e pôr na mão do povo tudo aquilo em que mais creio”.
Fonte:
ALVES, Márcio Moreira. O Despertar da Revolução Brasileira, Seara Nova, Lisboa, 1974.
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Solicito publicação
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
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segunda-feira, 30 de março de 2009
domingo, 29 de março de 2009
DITABRANDA UMA REVOLUÇÃO BRASILEIRA
‘Ditabranda’ uma revolução à ‘Brasileira’
Por Cel Eng R/1 Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 31 de Março de 2009
"(...) a democracia brasileira deve afeiçoar-se às exigências de nossas condições sociais e não às exigências de sociedades alienígenas". (Emílio Garrastazu Médici)
- Le Brésil n’est pas um pays sérieux
Frase atribuída ao presidente francês Charles André Joseph Pierre-Marie De Gaulle, por ocasião da crise diplomática entre Brasil e França em 1962. A apreensão de embarcações francesas que pescavam lagostas em águas territoriais brasileiras teria irritado Charles Gaulle levando-o a afirmar que ‘o Brasil não era um país’. Na realidade o autor da frase é o embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza Filho. O embaixador depois de discutir com De Gaulle a questão da ‘guerra da lagosta’, relatou ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na época correspondente do ‘Jornal do Brasil’ em Paris o encontro dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco ‘A lagosta é nossa’ e das caricaturas que faziam do general De Gaulle, terminando a conversa com a seguinte frase: ‘Edgar, le Brésil n'est pas un pays sérieux’. O jornalista, por sua vez, encaminhou o despacho para o jornal e a frase acabou sendo outorgada a De Gaulle. Na época, a frase causou um profunda constrangimento aos brasileiros. Hoje, certamente, teríamos de nos calar e aceitá-la como verdadeira.
- 31 de Março - Com a palavra a Mídia
“Seria rematada loucura continuarem as forças democráticas desunidas e inoperantes, enquanto os inimigos do regime vão, paulatinamente, fazendo ruir tudo aquilo que os impede de atingir o poder. Como dissemos muitas vezes, a democracia não deve ser um regime suicida, que dê a seus adversários o direito de trucidá-la, para não incorrer no risco de ferir uma legalidade que seus adversários são os primeiros a desrespeitar”. (O Globo de 31 de março de 1964)
“(...) Além de que os lamentáveis acontecimentos foram o resultado de um plano executado com perfeição e dirigido por um grupo já identificado pela Nação Brasileira como interessado na subversão geral do País, com características nitidamente comunistas”. (Correio do Povo de 31 de março de 1964)
“O Exército e os desmandos do Presidente.
Se a rebelião dos sargentos da Aeronáutica fora suficiente para anular praticamente a eficiência da Arma, a subversão da ordem na Marinha assumia as dimensões de um verdadeiro desastre nacional”. (Estado de São Paulo de 31 de março de 1964)
“Aquilo que os inimigos externos nunca conseguiram, começa a ser alcançado por elementos que atuam internamente, ou seja, dentro do próprio País. Deve-se reconhecer, hoje, que a Marinha como força organizada não existe mais. E há um trabalho pertinaz para fazer a mesma coisa com os outros dois ramos das Forças Armadas”. (Folha de São Paulo de 31 de março de 1964)
“Basta! Não é possível continuar neste caos em todos os setores. Tanto no lado administrativo como no lado econômico e financeiro”. (Correio da Manhã de 31 de março de 1964).
“É cedo para falar dos programas administrativos, da Revolução. Mas é incontestável que um clima de ordem substituiu o que dominava o País, onde nem mesmo nas Forças Armadas se mantinham nos princípios de rígida disciplina hierárquica que as caracterizam”. (Folha de São Paulo de 31 de março de 1964)
- Reescrever a História (Alexandre Garcia)
“No último fim de semana, eu lia Desvios do Poder, do ex-Consultor da República Galba Veloso, para entender a legalidade da reunião com os prefeitos em Brasília, e descobri, no livro, uma lei sobre abusos de poder. A lei 4898 trata com severidade a autoridade civil ou militar que praticar abuso de poder. A lei diz que todo cidadão tem o direito de agir penal e civilmente contra a autoridade, civil ou militar, que abusar do poder atentando contra a liberdade de locomoção do indivíduo, a inviolabilidade do domicílio, o sigilo da correspondência, o direito de união, a incolumidade física, privação de liberdade, como manter alguém sob custódia ou submetê-lo a vexame, não comunicar prisão ao juiz, prender mesmo com possibilidade de fiança - e por aí vai. Agora, a minha surpresa: sabem de quando é a lei? De 9 de dezembro de 1965. Em pleno regime militar, sob a chefia do marechal-presidente Castello Branco.
Lembrei-me de registrar isso porque no dia 17 último, a insuspeita Folha de S.Paulo, em editorial, chamou de ‘Ditabranda’ aquela época brasileira, em contraposição com ditaduras como de Fidel Castro e a disfarçada de Hugo Chavez. Houve gente que ficou furiosa com a Folha, por causa do editorial. ‘Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de ‘Ditabranda?’
- perguntou uma professora da Faculdade de Educação da USP, segundo a Veja. Minha neta me fez a mesma pergunta, porque o professor dela contou que foram anos de chumbo, que ninguém tinha liberdade. Desconfiei que o professor nem havia nascido em 1964 e ela me confirmou isso.
Eu vivi aqueles tempos. Fui presidente de Centro Acadêmico em 1969. Fui jornalista do Jornal do Brasil de 1971 a 1979. Cobria política e economia e nunca recebi qualquer tipo de ameaça, censura ou pressão. Sei que havia censura. Comigo, nunca houve. Sei que havia tortura. Certa vez me chamaram para identificação no DOPS, de suspeitos presos por um assalto ao Banco do Brasil, que eu havia testemunhado. Os dois estavam no chão, gemendo, com sinais evidentes de tortura. Fiquei revoltado e não fiz o reconhecimento. Nada me aconteceu.
Nesse último carnaval, contou-se que o governador do Rio preparou uma claque para afastar o temor de vaia para o presidente Lula - que no Rio já havia sido vaiado na abertura do Pan, no Maracanã. O temor existia, mesmo com o alto índice do presidente nas pesquisas de popularidade. Lembro que o general Médici foi o mais duro entre os generais-presidentes. Mas ele entrava no Maracanã, de radinho no ouvido e cigarro no canto da boca, e quando aparecia na tribuna o estádio inteiro o aplaudia. E ele estava reprimindo os grupos armados de esquerda que seqüestravam e assaltavam bancos. Os carros dos brasileiros andavam com um plástico verde-e-amarelo que dizia ‘Brasil - ame-o ou deixe-o’. Alguém explica isso?
Os generais-presidentes foram todos eleitos pelo Congresso, onde havia oposição. O último deles, ao contrário de Fidel e Chavez que negam suas ditaduras, assumiu fazendo uma promessa: ‘Eu juro que vou fazer deste país uma democracia’. Coisa rara, um suposto ditador reconhecer que não governava numa democracia.
Por tudo isso, já está em tempo de se esquecer a propaganda, os rancores, as mentiras, e reescrever nossa História recente. História sem verdade não é ciência, é indecência”.
- Lula deixa o Maracanã sem comentar vaias
“Ao lado da primeira-dama, Dona Marisa, e outras autoridades, Lula assistiu à cerimônia. O presidente foi vaiado quatro vezes durante a festa. A primeira manifestação das mais de 90 mil pessoas aconteceu quando uma imagem do presidente apareceu nos novos telões do Maracanã no início da festa. Neste momento, a maioria dos presentes ao estádio protestou. Outro momento em que foram ouvidas vaias aconteceu quando o sistema de som anunciou a presença de Lula.
No fim da cerimônia, o público presente protestou contra Lula mais duas vezes, constrangendo-o. Primeiro quando Nuzman agradeceu à presença do presidente, única autoridade citada por Nuzman vaiada. Por último, Lula foi novamente vaiado quando teve o seu nome citado por Vázquez Raña, que teve de fazer uma pausa no seu discurso por causa do barulho. Lula deveria declarar abertos os Jogos Pan-Americanos após o discurso de Raña. Mas não o fez”. (Globo Esporte.com - Rio de Janeiro (13/07/2007 )
- Nomes e Homens
“É preciso não esquecer o que houve nas ruas de São Paulo e dentro do Morumbi. No Estádio Mário Filho, ex-Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio e, como dizia o outro, vaia-se até mulher nua. Vi o Morumbi lotado, aplaudindo o Presidente Garrastazu. Antes do jogo e depois do jogo, o aplauso das ruas. Eu queria ouvir um assobio, sentir um foco de vaia. Só palmas. E eu me perguntava: ‘E as vaias? Onde estão as vaias?’ Estavam espantosamente mudas”. (crônica de Nelson Rodrigues)
- Lulinha - o ‘bem-sucedido Ronaldinho’
“Fábio Luís Lula da Silva, de 30 anos, um dos cinco filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, experimentava, até 2003, uma situação profissional parecida com a de muitos brasileiros: a do subemprego. Formado em biologia, Lulinha, como é chamado pelos amigos, fez alguns poucos trabalhos na área, todos com baixa ou nenhuma remuneração. Para ganhar a vida, dava aulas de inglês e informática.
Atualmente, o primeiro filho do casal Lula e Marisa Letícia da Silva é sócio de três empresas que, além de prestar serviços de propaganda (pelo menos no papel), produzem um programa de games para TV. Somados, os capitais das empresas ultrapassam os 5 milhões de reais. Individualmente, de acordo com sua participação societária, Fábio Luís tem 625.000 reais em ações - mais do que os 422.000 reais que seu pai presidente amealhou ao longo de toda a vida, segundo a declaração de bens que apresentou em 2002 ao Tribunal Regional Eleitoral. Melhor que tudo: nessa fulgurante trajetória, Fábio não teve de investir um único real. O negócio foi bancado quase que integralmente pela Telemar, a maior companhia de telefonia do país. Com base em documentos obtidos em cartórios de São Paulo, e em entrevistas com profissionais do setor”. (Marcelo Carneiro, Juliana Linhares e Thaís Oyama - 13/07/2005)
- Elio Gaspari
Quando Lula defendeu o filho, que recebeu R$ 5 milhões da Telemar para tocar sua empresa, o jornalista Elio Gaspari publicou a seguinte história:
“Em 1965, o marechal Castelo Branco leu no jornal que um de seus irmãos, funcionário da Receita Federal, ganhara em cerimônia pública um automóvel Aero Willys! Era o agradecimento de sua classe pela ajuda que dera na elaboração de uma lei que organizava a carreira. Paulo Castelo Branco, filho do presidente, costumava contar que o marechal telefonou para o irmão, dizendo-lhe que deveria devolver o carro. Ele argumentou que se cada fiscal da Receita tivesse presenteado uma gravata, o valor seria muito maior.
Castelo interrompeu-o:
- Você não entendeu.
Afastado do cargo você já está!
Estamos decidindo agora se você vai preso ou não”. (Jornal O Globo)
- 'O Supremo Apedeuta’
“Bem sabemos que nosso ilustre presidente não consegue falar direito a língua pátria e nenhuma outra, embora fale com loquacidade e eficiência à alma do povo idiotizado. Lula é o apedeuta por antonomásia. Aqui que mora o perigo: um cego guiando a multidão de cegos”. (José Nivaldo Cordeiro)
O Presidente “não sabia e nem sabe de nada do que acontece” no país tupiniquim e o que fazem seus ‘companheiros’ e familiares, ele está sempre viajando. Para os companheiros palacianos tudo é normal e legal quando se refere aos seus correligionários.
- Conclusão
“O Brasil deve ser pensado daqui ‘pra frente. A anistia apagou as marcas dos dois lados. Se houver punição terão de ser revistas também as ações da esquerda, a exemplo do atentado a bomba no Aeroporto de Guararapes (Recife), em 1966”. (general Exército Leônidas Pires Gonçalves)
As manobras dissuasórias, da camarilha palaciana, visam desviar a atenção, dos brasileiros incautos, das maracutaias institucionalizadas e os desmandos do governo federal. Ecoam cada vez mais fortes, na nossa memória, as palavras atribuídas ao general de Gaulle - “Le Brésil n’est pas um pays sérieux”.
Penso que suas palavras, hoje, soariam amáveis demais frente ao maior desgoverno republicano de todos os tempos. Acorda, nação brasileira! Até quando permanecerás deitada em berço esplêndido? Onde estão os caras pintadas? Precisam eles da mídia aliciada para mostrar suas caras!
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Solicito publicação
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Rua Dona Eugênia, 1227
90630 150 - Petrópolis - Porto Alegre - RS
Telefone:- (51) 3331 6265
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail: hiramrs@terra.com.br
sexta-feira, 27 de março de 2009
CRISE, QUE CRISE??????
Por Gen Bda Eliéser Girão Monteiro Filho, Brasília, DF, 22 de Março de 2009
Em tempos de crise, diz o ditado popular, é que conhecemos melhor as pessoas.
Pois é: temos ou não uma crise?
No mundo inteiro é quase certo que esta situação é mais do que uma realidade, aliás, triste realidade.
Quais são os fatos?
São perdas de milhares de empregos, falta de produtos manufaturados, falta de alimentos, mau uso do dinheiro público, trazendo reflexos negativos para problemas sociais, políticos, econômicos, militares, enfim em todas as áreas.
Até nas maiores democracias do mundo, exemplos de aproveitamento da situação caótica que o mundo está passando nos mostram que: falar é fácil, fazer é que são elas.
O pagamento de bônus pela e para membros da alta administração de uma empresa de seguros nos Estados Unidos, trouxe revolta aos cidadãos americanos, em função de que esses pagamentos estavam sendo feitos a profissionais que foram responsáveis por prejuízos. E então, como pagar prêmios a quem trabalhou sem competência?
E o pior, em relação à proteção do dinheiro do cidadão, este está entregue à própria sorte. Quem escondeu no colchão não perdeu quase nada. Entretanto, aqueles que confiaram no sistema financeiro internacional e nas autoridades, perderam toda uma vida de economias e sonhos.
É a globalização negativa, mostrando ao mundo que a proteção de seus bens é um fenômeno muitas vezes virtual, muito mais frágil do que em qualquer época do passado.
A confiança do cidadão eleitor, entretanto, está depositada nas autoridades por ele escolhidas, que devem ou deveriam proteger os interesses dos que os escolheram. Pelo menos, assim estão organizadas a quase totalidade das sociedades do mundo.
Aqui no Brasil, quando dos primeiros sintomas da crise, há uns oito meses atrás, autoridades foram à mídia dizer que não haveria tal situação em nosso país; outras que seria apenas uma marolinha. Fica difícil culpar erros de avaliação, mas, também não podemos demonstrar que somos ingênuos. A estrutura de um país é complexa e as informações disponíveis aos dirigentes precisam ser completas e confiáveis.
E aí, como ficamos? Aqueles que ouviram os apelos para que fossem às compras, estão agora correndo riscos de não terem como pagar seus compromissos, simplesmente por terem perdido seus empregos, pela insegurança do mercado e a alta de suas despesas pessoais.
Enfim, estão instaladas a dúvida e o medo. É o ponto de partida para o aparecimento de fatos espetaculares, provocados pelos mesmos dirigentes, na busca do esquecimento dos problemas maiores do país.
Assim, temos observado o acirramento do nacionalismo em países vizinhos, como pretexto para solução da tal crise, mas na verdade para calar as vozes da oposição.
No Brasil são decisões que invertem o sentido dos direitos coletivos e individuais que produzem movimentos com finalidades amnésicas, como por exemplo, a concessão de grandes extensões de terras para pequena representatividade nacional. É a volta dos grandes latifundiários.
E tudo sem a consulta ao membro da Federação brasileira, diretamente envolvido, para saber como poderia ou poderá solucionar os problemas decorrentes da decisão do poder central.
Aliás, decisão foi o que faltou desde o início dos problemas naquela região, nos idos dos anos 90, apesar de várias orientações terem sido prestadas aos dirigentes de então, principalmente pelas áreas militar e de inteligência. Infelizmente, a solução veio em dois capítulos, um em 2005 e outro em 2009, com o prenúncio infeliz que dias melhores não virão.
Não nos cabe aqui apresentar mais detalhes sobre como a situação chegou a esse ponto, apenas levantar o interesse para a reflexão. Mesmo considerando que houve uma decisão judicial e que a mesma terá que ser cumprida.
Ou melhor, o assunto é tão complexo que deveríamos admitir nossa incompetência em estudá-lo. Não foi somente uma decisão, foram duas: a primeira do Poder Executivo e a segunda do Supremo Tribunal Federal.
Perguntas simples deveriam ter sido respondidas antes das decisões:
- na ação de retirada dos ditos invasores poderá haver quebra da segurança pública nas cidades?
- haverá reação? Há risco de mortes dentre os que se sentirem prejudicados, exatamente como o ocorrido em Eldorado dos Carajás, no Sul do Estado do Pará?
- como fica a redução na arrecadação dos impostos decorrentes da atividade produtiva de arroz que foi mandada ser destruída?
- como será equacionada a convivência entre índios de mesma etnia que têm pensamentos diferentes em relação à integração com os não índios?
- quem efetivamente irá prover o dia a dia da segurança pública dentro dessa enorme área demarcada? Merece citar que na caso da Raposa Serra do Sol, o Ministério Público Federal de Roraima, enviou recomendação ao governador daquele estado, para que retirasse todos os elementos de policiamento de dentro da terra indígena. Quem fará o cumprimento da manutenção da ordem do STF?
- quem irá garantir que após a ação de retirada, os direitos dos índios serão garantidos, principalmente considerando-se essa diferença de pensamento?
como fica a situação daqueles miscigenados, isto é, daquelas famílias compostas por índios e não índios? Terão que pagar pela ousadia de repetirem os mesmos passos de seus antepassados?
- apesar de ter sido reescrito pelo Supremo Tribunal Federal, que não pode haver impedimento da circulação da Polícia Federal na terra indígena, quem vai garantir que a presença dessas tropas realmente vai passar a ocorrer? Temos que considerar que hoje não há efetivo disponível para cumprir tal decisão e que, em função da negada crise, as contratações de mais pessoal pelo Governo Federal já estão ameaçadas de serem adiadas.
- como proceder para manter a capacidade de produção de arroz do Estado de Roraima, já que os maiores produtores estarão sendo expulsos de suas terras?
Não teria sido melhor prever um prazo para que outras áreas pudessem vir a serem disponibilizadas, evitando-se desemprego ou desabastecimento?
- e em relação aos indígenas proprietários do latifúndio, serão eles orientados a continuar a produção, ou terão a opção simples de abandonar a terra tornada produtiva?
- Finalizando, dizemos que decisão do Supremo tem que ser cumprida, mas que muitas dúvidas ainda pairam, cabendo à Corte Maior do nosso país arcar com a responsabilidade sobre tal ato.
- Cabe-nos ainda uma esperança de que o outro Poder excluído do problema, o Legislativo, decida estudar o ato de garantir os direitos dos representados, e reavaliar a competência sobre os estudos que conduzam à definição sobre as demarcações. E ainda, que o Executivo possa finalmente apresentar uma verdadeira política indígena, integradora e mantenedora das culturas e civilizações que temos em nosso país.
Por amor ao Brasil e por amor a Roraima, peço a Deus que eu esteja errado.
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Solicito publicação
Gen Bda Eliéser Girão Monteiro Filho
ex comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (Boa Vista - Roraima)
futuro secretário de Segurança de Roraima
Em tempos de crise, diz o ditado popular, é que conhecemos melhor as pessoas.
Pois é: temos ou não uma crise?
No mundo inteiro é quase certo que esta situação é mais do que uma realidade, aliás, triste realidade.
Quais são os fatos?
São perdas de milhares de empregos, falta de produtos manufaturados, falta de alimentos, mau uso do dinheiro público, trazendo reflexos negativos para problemas sociais, políticos, econômicos, militares, enfim em todas as áreas.
Até nas maiores democracias do mundo, exemplos de aproveitamento da situação caótica que o mundo está passando nos mostram que: falar é fácil, fazer é que são elas.
O pagamento de bônus pela e para membros da alta administração de uma empresa de seguros nos Estados Unidos, trouxe revolta aos cidadãos americanos, em função de que esses pagamentos estavam sendo feitos a profissionais que foram responsáveis por prejuízos. E então, como pagar prêmios a quem trabalhou sem competência?
E o pior, em relação à proteção do dinheiro do cidadão, este está entregue à própria sorte. Quem escondeu no colchão não perdeu quase nada. Entretanto, aqueles que confiaram no sistema financeiro internacional e nas autoridades, perderam toda uma vida de economias e sonhos.
É a globalização negativa, mostrando ao mundo que a proteção de seus bens é um fenômeno muitas vezes virtual, muito mais frágil do que em qualquer época do passado.
A confiança do cidadão eleitor, entretanto, está depositada nas autoridades por ele escolhidas, que devem ou deveriam proteger os interesses dos que os escolheram. Pelo menos, assim estão organizadas a quase totalidade das sociedades do mundo.
Aqui no Brasil, quando dos primeiros sintomas da crise, há uns oito meses atrás, autoridades foram à mídia dizer que não haveria tal situação em nosso país; outras que seria apenas uma marolinha. Fica difícil culpar erros de avaliação, mas, também não podemos demonstrar que somos ingênuos. A estrutura de um país é complexa e as informações disponíveis aos dirigentes precisam ser completas e confiáveis.
E aí, como ficamos? Aqueles que ouviram os apelos para que fossem às compras, estão agora correndo riscos de não terem como pagar seus compromissos, simplesmente por terem perdido seus empregos, pela insegurança do mercado e a alta de suas despesas pessoais.
Enfim, estão instaladas a dúvida e o medo. É o ponto de partida para o aparecimento de fatos espetaculares, provocados pelos mesmos dirigentes, na busca do esquecimento dos problemas maiores do país.
Assim, temos observado o acirramento do nacionalismo em países vizinhos, como pretexto para solução da tal crise, mas na verdade para calar as vozes da oposição.
No Brasil são decisões que invertem o sentido dos direitos coletivos e individuais que produzem movimentos com finalidades amnésicas, como por exemplo, a concessão de grandes extensões de terras para pequena representatividade nacional. É a volta dos grandes latifundiários.
E tudo sem a consulta ao membro da Federação brasileira, diretamente envolvido, para saber como poderia ou poderá solucionar os problemas decorrentes da decisão do poder central.
Aliás, decisão foi o que faltou desde o início dos problemas naquela região, nos idos dos anos 90, apesar de várias orientações terem sido prestadas aos dirigentes de então, principalmente pelas áreas militar e de inteligência. Infelizmente, a solução veio em dois capítulos, um em 2005 e outro em 2009, com o prenúncio infeliz que dias melhores não virão.
Não nos cabe aqui apresentar mais detalhes sobre como a situação chegou a esse ponto, apenas levantar o interesse para a reflexão. Mesmo considerando que houve uma decisão judicial e que a mesma terá que ser cumprida.
Ou melhor, o assunto é tão complexo que deveríamos admitir nossa incompetência em estudá-lo. Não foi somente uma decisão, foram duas: a primeira do Poder Executivo e a segunda do Supremo Tribunal Federal.
Perguntas simples deveriam ter sido respondidas antes das decisões:
- na ação de retirada dos ditos invasores poderá haver quebra da segurança pública nas cidades?
- haverá reação? Há risco de mortes dentre os que se sentirem prejudicados, exatamente como o ocorrido em Eldorado dos Carajás, no Sul do Estado do Pará?
- como fica a redução na arrecadação dos impostos decorrentes da atividade produtiva de arroz que foi mandada ser destruída?
- como será equacionada a convivência entre índios de mesma etnia que têm pensamentos diferentes em relação à integração com os não índios?
- quem efetivamente irá prover o dia a dia da segurança pública dentro dessa enorme área demarcada? Merece citar que na caso da Raposa Serra do Sol, o Ministério Público Federal de Roraima, enviou recomendação ao governador daquele estado, para que retirasse todos os elementos de policiamento de dentro da terra indígena. Quem fará o cumprimento da manutenção da ordem do STF?
- quem irá garantir que após a ação de retirada, os direitos dos índios serão garantidos, principalmente considerando-se essa diferença de pensamento?
como fica a situação daqueles miscigenados, isto é, daquelas famílias compostas por índios e não índios? Terão que pagar pela ousadia de repetirem os mesmos passos de seus antepassados?
- apesar de ter sido reescrito pelo Supremo Tribunal Federal, que não pode haver impedimento da circulação da Polícia Federal na terra indígena, quem vai garantir que a presença dessas tropas realmente vai passar a ocorrer? Temos que considerar que hoje não há efetivo disponível para cumprir tal decisão e que, em função da negada crise, as contratações de mais pessoal pelo Governo Federal já estão ameaçadas de serem adiadas.
- como proceder para manter a capacidade de produção de arroz do Estado de Roraima, já que os maiores produtores estarão sendo expulsos de suas terras?
Não teria sido melhor prever um prazo para que outras áreas pudessem vir a serem disponibilizadas, evitando-se desemprego ou desabastecimento?
- e em relação aos indígenas proprietários do latifúndio, serão eles orientados a continuar a produção, ou terão a opção simples de abandonar a terra tornada produtiva?
- Finalizando, dizemos que decisão do Supremo tem que ser cumprida, mas que muitas dúvidas ainda pairam, cabendo à Corte Maior do nosso país arcar com a responsabilidade sobre tal ato.
- Cabe-nos ainda uma esperança de que o outro Poder excluído do problema, o Legislativo, decida estudar o ato de garantir os direitos dos representados, e reavaliar a competência sobre os estudos que conduzam à definição sobre as demarcações. E ainda, que o Executivo possa finalmente apresentar uma verdadeira política indígena, integradora e mantenedora das culturas e civilizações que temos em nosso país.
Por amor ao Brasil e por amor a Roraima, peço a Deus que eu esteja errado.
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Solicito publicação
Gen Bda Eliéser Girão Monteiro Filho
ex comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (Boa Vista - Roraima)
futuro secretário de Segurança de Roraima
quarta-feira, 25 de março de 2009
ENTREVISTA DO GENERAL HELENO
ENTREVISTA DO GENERAL HELENO-UOL-MANAUS-AM
General que criticou política indígena deixa comando da Amazônia e evita falar sobre Raposa/Serra do Sol Leandro Prazeres Especial para o UOL Notícias Em Manaus Um ano após chamar de "caótica" a política indígena do governo brasileiro, o general Augusto Heleno Pereira está deixando o Comando Militar da Amazônia (CMA), um dos postos mais prestigiosos do Exército Brasileiro.
O general Augusto Heleno Pereira, que deixa o Comando Militar da Amazônia em 6 de abril Aos 61 anos, Heleno, um dos oficiais com maior experiência em combate das Forças Armadas brasileiras, vai assumir o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército (DCT). Heleno foi o primeiro comandante da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), cargo com o qual ganhou notoriedade no cenário nacional. A poucos dias de sua transferência, marcada para o dia 6 de abril, Heleno concedeu esta entrevista na qual reitera suas críticas à política indígena brasileira. "Há uma evidente preocupação em melhorar a situação, mas eu não retiro nenhuma palavra do que falei", disse, para depois recusar-se a comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal de manter a demarcação contínua da reserva Raposa/Serra do Sol: "Você não vai arrancar isso de mim."
O general também volta a criticar o sucateamento das Forças Armadas Brasileiras. "Tenho instalações de pelotões na Amazônia que ainda não têm luz durante 24 horas e nem água potável saindo nas torneiras". Negando sentir-se retaliado, Heleno diz que não sentirá falta de ação ao comandar o DCT. "Tem ação sim. É que a gente fala em Ciência e Tecnologia e pensa num cara sentado fazendo equações do segundo grau".
Leia a entrevista abaixo:
UOL Notícias - Há um ano, o senhor disse que a política indígena brasileira era equivocada. O senhor continua pensando isso?
General Augusto Heleno Pereira - Continuo. Acho que já foram feitas algumas ações, já foram tentadas algumas modificações. Eu acho que a repercussão das minhas declarações foi muito boa porque houve uma série de providências, mas, de lá pra cá, muita coisa comprovou que não havia nenhuma inverdade no que eu falei. Há uma evidente preocupação em melhorar a situação, mas eu não retiro nenhuma palavra do que eu falei. Em abril de 2008, o general Augusto Heleno afirmou que a política indigenista do país era "lamentável, para não dizer caótica", durante palestra no Clube Militar, no centro do Rio. Sem se referir especificamente à reserva Raposa/Serra do Sol, no norte de Roraima, o general criticou a separação de índios e não-índios. UOL Notícias - Na sua avaliação, a decisão do STF de manter a demarcação da Raposa/Serra do Sol de forma contínua foi um avanço ou um retrocesso?
General Heleno - Eu não falo sobre isso. Foi uma decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal, a nossa mais alta Corte. Decisão não se discute, se cumpre. Não cabe a mim falar sobre isso. Você não vai arrancar isso de mim.
UOL Notícias - Comenta-se que sua saída do Comando Militar da Amazônia ocorre de forma prematura. Além disso, o senhor está indo para um departamento (de Ciência e Tecnologia do Exército) com muito menos visibilidade que o seu atual cargo. O senhor se sente retaliado pelas declarações que fez?
General Heleno - De jeito nenhum. Não há prazo previsto para cargo de oficial general. Esses comentários são ilações. Eu estou indo para o departamento de Ciência e Tecnologia, que é um cargo previsto para general de quatro estrelas e perfeitamente compatível com o meu posto. É lógico que o comando militar da Amazônia era extremamente gratificante. Pra mim, foi um orgulho ser o comandante militar da Amazônia. Considero a prioridade um do Exército brasileiro, um comando importantíssimo. Mas acho que uma das coisas mais saudáveis da vida do militar é esse rodízio. Não há nenhuma conotação de retaliação. Conheço o comandante do Exército e sei que ele jamais se prestaria a esse tipo de coisa.
UOL Notícias - O governo federal anunciou a construção de novos pelotões especiais de fronteira em áreas indígenas na Amazônia. Na sua avaliação, esses pelotões vão resolver o problema de vulnerabilidade da fronteira brasileira na Amazônia?
General Heleno - Esse é um planejamento que está sendo feito há algum tempo. Foi ordem, inclusive, de um decreto presidencial para que fizéssemos um planejamento de instalação de unidades militares em todas as áreas indígenas. É uma coisa boa, logicamente, mas eu sempre disse que não é o efetivo que está atuando que vai resolver o problema. Temos que lutar, na Amazônia, por qualidade, por capacidade de projeção de poder, capacidade de atuação com material moderno, o reequipamento das nossas organizações militares na Amazônia. Não me comove profundamente aumentar o efetivo. Inclusive tenho pleiteado que se termine o que já existe. Tenho brigadas na Amazônia que ainda não foram completadas. Tenho instalações de pelotões na Amazônia que ainda não têm luz durante 24 horas e nem água potável saindo nas torneiras.
UOL Notícias - Diante desse quadro, pode-se concluir que as condições de nossas instalações na Amazônia são precárias?
General Heleno - Não é que elas sejam precárias. São clareiras na selva onde oficiais levam seus familiares com uma missão extremamente difícil. Completamente afastados de qualquer centro urbano, onde as dificuldades são enormes. É uma missão para homens de exceção. Mas eu acho que temos que lutar para que instalações que possam ter água potável, internet e luz elétrica 24 horas tenham. Temos que lutar para que o que existe seja mantido e o que não existe seja implementado.
UOL Notícias - Qual é o perigo real que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) representam ao Brasil hoje?
General Heleno - Nenhum perigo. Nunca representaram um perigo. Primeiro porque temos um dispositivo de vigilância de fronteira muito eficiente. Depois porque nunca interessou às Farc entrar em choque com o Exército brasileiro. Eles sabem que se o fizessem seriam recebidos a bala. Eles têm consciência disso e não interessa abrir uma outra frente.
UOL Notícias - De que forma o Brasil vem se preparando para um possível recuo, cada vez mais a oeste, das Farc, devido a pressão do Exército colombiano?
General Heleno - Eles não estão sendo empurrados para o lado brasileiro. Não tivemos nenhum incremento de movimentação. Pelo contrário, a gente percebe até um enfraquecimento. Até as atividades logísticas que a gente não podia impedir porque eram feitas por indivíduos legais, com passaporte legal, que vinham ao Brasil para comprar mantimentos ou, muitas vezes, para serem atendidos nas unidades de saúde, isso diminuiu.
UOL Notícias - O serviço de Inteligência do Exército vem fazendo esse monitoramento com que frequência?
General Heleno - Inteligência não é atividade para estar na mídia. Inteligência é para ser feita com inteligência [risos].
UOL Notícias - Recentemente, o comandante da 12º Região Militar, general Marco Aurélio, criticou a redução no número de soldados sob seu comando. Essa será uma tendência de agora em diante e quais os seus efeitos?
General Heleno - Aconteceu uma redução no número de recrutas que foram incorporados. No momento em que você reduz mão-de-obra, você diminui sua capacidade de ação, de dissuasão. Diminui o espaço entre um dia de serviço e outro do nosso soldado. Fica mais pesado. As servidões são maiores. É uma providência que para nós nunca é boa. Mas se houve necessidade... Nós, na ponta da linha, não vamos ficar satisfeitos. Nós perdemos poder de combate.
UOL Notícias - Houve alguma justificativa plausível para esse corte? Foi efeito da crise econômica?
General Heleno - Não conversei com ninguém sobre isso porque ninguém sabe até onde vai durar a crise. Não há uma definição de até quando vamos ter que conter gastos. Não há como prever se isso é uma tendência. Mas nós somos formados para a adversidade. Uma atitude como essa prejudica? É claro que prejudica, mas não vai nos impedir de cumprir a missão.
UOL Notícias - Em termos práticos, de que forma essa crise já afetou a atuação das Forças Armadas na Amazônia?
General Heleno - O orçamento está sendo liberado aos poucos. Ainda não foi definido o que será feito em termos de cortes. Ainda não tivemos reflexos palpáveis. Estamos aguardando para saber o que até onde os cortes vão acontecer.
UOL Notícias - No ano passado, o senhor também criticou o sucateamento das Forças Armadas no Brasil. A situação melhorou de lá pra cá?
General Heleno - Nós ainda não tivemos nada de concreto para mudar essa situação. Há uma estratégia nacional de Defesa onde são feitas considerações mostrando que as críticas que foram feitas foram levadas em conta e que o Brasil tem que assumir o papel de um país que terá de defender suas posições. Teremos de ter um poder militar compatível com o papel que nós pretendemos ter como país.
UOL Notícias - O poder militar do Brasil é compatível com a sua estatura política?
General Heleno - Se você pegar o que está escrito na Estratégia Nacional de Defesa, você vai chegar a essa conclusão. Eu não vou falar sobre isso. Não é um problema meu. Eu tenho limites de competência. Sou comandante militar da Amazônia. Determinados temas não é para tratar comigo. Isso aí quem tem que dizer é o presidente da República, o Ministro da Defesa...
UOL Notícias - Qual o poder de combate do Brasil em relação a vizinhos como Venezuela e Colômbia?
General Heleno - Isso aí não é uma preocupação hoje. A Venezuela é um país independente e soberano. Pode se armar do jeito que ela quiser. Se tiver dinheiro pra gastar com isso, que gaste! Não adianta fazer essa comparação.
UOL Notícias - O senhor está saindo de um posto que envolve muita ação e indo para um onde, teoricamente, fará um trabalho mais burocrático. O senhor acha que vai sentir falta da ação? General Heleno - Tem ação sim. É que a gente fala em Ciência e Tecnologia e pensa num cara sentado fazendo equações de segundo grau. Não é isso, não. Eu tenho uma série de projetos que precisam ser empurrados para a frente. Tem muita coisa para ser feita. Boa sorte, general Heleno.
Sellllllllllllllllva!!!!!!!
domingo, 22 de março de 2009
VERGONHA DA JUSTIÇA DO STF
Eu sinto vergonha só de pensar no que o STF fez com Roraima, fez com a sociedade organizada e com gente que produz e gera rendas para a população; justo numa época em que o mundo vive uma crise financeira e que milhões de pessoas perdem seus empregos, justamente agora o STF decide que uma região imensa onde vivem na realidade, pouco mais de quatro mil indigenas e não vinte mil como eles falam e que já justifiquei e provei em artigos anteriores, que o povo Roraimense seja penalizado por esse veto ao seu desenvolvimento. A região em crise é na realidade algo em torno de 3 a 4 % da área total, que compreende as lavouras de arroz e as fazendas de gado, que são administradas pelos brancos, que compraram essas terras do governo federal quando Roraima era território federal, pelo menos a uns cinquenta anos atráz!
Minha revolta é pelo descumprimento e pelo descompromisso de fazer valer as leis e as negociações que o cidadão faz com o governo, este não pode ser considerado como sério; neste caso posso chamar de molecagem o que lá ocorre!
Esse governo não teve nem o compromisso de fazer uma estratégia de recolocação dos brancos e tampouco dos indigenas, criando assim um problema social para o estado de Roraima, que já terá uma perda de arrecadação com a paralização da atividade produtora no estado, não teve a seriedade de manter a propriedade dos arrozeiros sobre as lavoura que estão plantadas e que faltam menos de um mes para a colheita, deixando clara a intenção de prejudicar essa gente trabalhadora, fazendo com isso que os indigenas, monitorados pelos padres(pedófilos, ladrões e sujos), pastores(ladrões, bandidos e vagabundos) além das ONG's (picaretas, imundas), já comecem a ter problemas para saber quem irá se apossar das propriedades que os lavoureiros e criadores de gado levaram muitos anos de trabalho para construir, para saber que etnia irá ocupar que terra na reserva, isso certamente acarretará em conflitos muito sangrentos, pois envolve muito dinheiro e muitas riquezas materiais lá construidas; Penso que se é para não priorizar ninguém, deveriam botam no chão tudo o que lá existe, assim começando do zero quem tiver que ocupar as áreas.
Caso eles não façam nada para mediar essas escolhas, haverão guerras e não só dos indigenas nacionais que lá vivem, mas também dos que vivem na Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, que os padres, pastores e ong's importaram na época do conflito com os arrozeiros, estes também reivindicarão seu quinhão por serem indigenas das mesmas etnias que vivem nas TIRSS, dai por certo chamarão o exército e a Polícia Militar de Roraima para ajudar no apaziguamento e os padres, pastores e ong's, se já não estiverem mortos(o que era mais correto) pelos seus apaniguados, estarão por certo em outros lugares bem mais seguros!!!!
Eu estarei sempre solidário aos que trabalham e produzem, estarei sempre ao lado dos que defendem a integridade desta pátria!
SELVA!!!!!!
Minha revolta é pelo descumprimento e pelo descompromisso de fazer valer as leis e as negociações que o cidadão faz com o governo, este não pode ser considerado como sério; neste caso posso chamar de molecagem o que lá ocorre!
Esse governo não teve nem o compromisso de fazer uma estratégia de recolocação dos brancos e tampouco dos indigenas, criando assim um problema social para o estado de Roraima, que já terá uma perda de arrecadação com a paralização da atividade produtora no estado, não teve a seriedade de manter a propriedade dos arrozeiros sobre as lavoura que estão plantadas e que faltam menos de um mes para a colheita, deixando clara a intenção de prejudicar essa gente trabalhadora, fazendo com isso que os indigenas, monitorados pelos padres(pedófilos, ladrões e sujos), pastores(ladrões, bandidos e vagabundos) além das ONG's (picaretas, imundas), já comecem a ter problemas para saber quem irá se apossar das propriedades que os lavoureiros e criadores de gado levaram muitos anos de trabalho para construir, para saber que etnia irá ocupar que terra na reserva, isso certamente acarretará em conflitos muito sangrentos, pois envolve muito dinheiro e muitas riquezas materiais lá construidas; Penso que se é para não priorizar ninguém, deveriam botam no chão tudo o que lá existe, assim começando do zero quem tiver que ocupar as áreas.
Caso eles não façam nada para mediar essas escolhas, haverão guerras e não só dos indigenas nacionais que lá vivem, mas também dos que vivem na Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, que os padres, pastores e ong's importaram na época do conflito com os arrozeiros, estes também reivindicarão seu quinhão por serem indigenas das mesmas etnias que vivem nas TIRSS, dai por certo chamarão o exército e a Polícia Militar de Roraima para ajudar no apaziguamento e os padres, pastores e ong's, se já não estiverem mortos(o que era mais correto) pelos seus apaniguados, estarão por certo em outros lugares bem mais seguros!!!!
Eu estarei sempre solidário aos que trabalham e produzem, estarei sempre ao lado dos que defendem a integridade desta pátria!
SELVA!!!!!!
domingo, 15 de março de 2009
PRINCIPE CHARLES, A CAÇA E A RAPOSA
Coronel Gelio Fregapani
EX-SUPERINTENDENTE DA ABIN EM RORAIMA
Anos atrás, havia quem censurasse o príncipe prevaricador por sua crueldade na caça à raposa. Hoje, percebemos que o interesse pela "Raposa" também tem outras conotações: desmembrar o Brasil, criando uma nação indígena que seja dócil aos interesses do primeiro mundo.
O príncipe Charles defendeu nesta quinta-feira, em discurso no Palácio Itamaraty, que a conservação das florestas tropicais, como a Amazônia, seja financiada com recursos garantidos pelos países desenvolvidos. No pronunciamento, o príncipe afirmou que o dinheiro seria dado, não emprestado, e seria o pagamento aos países tropicais pelos "serviços ecológicos" prestados pelas florestas ao mundo. Ninguém no Congresso, ao que se saiba de público, pediu explicações. Engoliram sorrindo as mentiras, os atrasos e as grosserias dos seguranças britânicos. Pareciam estar recebendo seu futuro rei.
Todos sabemos da crise financeira mundial e que a Inglaterra enfrenta sérias dificuldades. O generoso príncipe vai tirar empregos de seus compatriotas para proteger as florestas de um país longínquo? Quanto altruísmo. O que ele realmente veio fazer?
Timidamente tem aparecido na imprensa uma certa "teoria da conspiração" que , entre outras metas, tentaria dividir alguns países de grande extensão territorial, como o Brasil, a China, a Índia e a Rússia. Essa meta seria orientada pela oligarquia financeira anglo-holandesa-americana, que estaria também procurando evitar o desenvolvimento que lhes pudesse fazer sombra.
É difícil saber até onde isto é verdade, mas para falar só do nosso país, a tentativa de balcanização é a cada dia mais evidente. Homologam-se imensos territórios indígenas interditados aos brasileiros. Aí estão as digitais das ONGs anglo-holandesas, WWF, entre outras; interditam-se para a produção de parques ecológicos do tamanho de países europeus. De novo, ONGs anglo-holandesas como a Greenpeace e americanas como a fundação Ford, sem falar na oposição às hidrelétricas e ao asfaltamento de estradas.
Agora nos visita o príncipe-sem compostura. Exatamente agora nas vésperas do julgamento da Raposa/Serra do Sol. Vem falar sobre a proteção das florestas. Por que agora?
As evidências apontam: a manobra final para garantir a retirada dos brasileiros do único lugar habitado por nacionais nas serras da fronteira norte.
Vejamos alguns antecedentes:
O mercado de minérios é, há séculos, controlado por cartéis de Londres. Eles sabiam da extrema mineralização das serras do norte do Brasil. Até pouco tempo, manobraram apenas para que não fossem exploradas.
Quando começamos a explorar o estanho das jazidas do Pitinga e quebramos o cartel do estanho, se assustaram e jogaram tudo nos movimentos indianistas e ambientalistas. A moderna utilização de metais quase só encontrados aqui os fez compreender que teriam de lidar com governos submissos, e o ideal seriam governos indígenas, não o de uma nação do porte do Brasil, que, quando despertasse, lhes criaria problemas.
Aliaram-se aos Estados Unidos. Financiaram demarcações, propagandas e compraram homologações. Conseguiram a assinatura do Itamaraty na declaração de direitos que na prática concede status de nação independente às áreas indígenas, sempre sobre as principais jazidas algumas como a ianomâmi, já sob inteiro domínio das ONGs.
Entretanto, para que o novo "país indígena" não ficasse cortado ao meio, a Raposa tem de ser cooptada, mesmo com a oposição da maioria dos índios que lá vivem. Então vamos à caça à Raposa.
Tem de ser agora! A crise está mordendo os calcanhares do Reino Unido, como dos EUA e da Holanda. Em breve não mais poderiam conseguir; até suas ONGs enfrentam penúria. O Brasil está tomando conhecimento da manobra e iniciando a levantar a cabeça. Não dá para esperar mais. Já haviam sido retirados alguns opositores: o diretor-geral da Abin e generais do Ministério da Defesa. O general Monteiro, comandante da Brigada em Boa Vista. Agora retiram o general Heleno, o que não ousaram fazer antes. É a hora do julgamento. É tudo agora ou não dará mais.
Vale pedidos pessoais dos governos. Vale visita do príncipe. Vale promessas de dinheiro, impossível de cumprir por um pais em crise. Vale mentir, enganar, jogar charme, aproveitar a vaidade de nossos dirigentes. É a hora da caça à raposa.
A situação é séria e merece atenção. O Exército ainda reage? – tratam de o desmoralizar. Lembremos que todas as nações que descuidaram da sua defesa e/ ou desprestigiaram os seus soldados terminaram subjulgadas por aquelas outras que agiram de outra forma.
Brasil, desperta!
JB Online – 14/03/09
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