Recebí e repasso por achar o assunto preocupante e sério ! Tem "coisa" vindo pelo ar... ahh se tem. Já está cheirando! Na verdade, quando um Major chega ao ponto de "explodir" dessa forma, jogando a carreira pro alto, ou está maluco (coisa que duvido) ou "as coisas" estão nesse pé mesmo.
Sempre disse que podemos perder tudo, menos a dignidade e a honra militar.
Acho que é hora dos "responsáveis" pelas tropas (EX, MB e Aer) fazerem uma análise desse desabafo, não com "olhos disciplinares" como certamente "muitos" vão se valer (é mais cômodo - dão uma de "Pilatus" - e se valem somente do "regulamento" para (lavar as mãos), mas com "olhos preocupados" com o que está acontecendo (todos sabem) e o que poderá resultar desse reclame.
Abrs!
Ivan A Gonçalves
Cap Refo
Floripa/SC
Email: ivanag17@gmail.com
====================================================
Enzo.
Acabei de ler o que está escrito abaixo e na minha opinião o major está certo no que escreve e errado em fazer uso da internet para divulgar. Vamos apurar e ver o que podemos fazer a fim de provar, se for possível, que as coisas não são bem assim.
Nosso Exército está acima de tudo, porém temos que rebater os erros e acertar nas providências que deverão ser tomadas.
É triste, muito triste o que acabei de ler e sinto um sufoco no coração quando vejo a nossa querida Instituição sendo devastada e fico a pensar: será verdade o que o major escreveu? Lanço a resposta para os chefes militares de hoje, que na ativa ainda podem fazer alguma coisa, porém alerto: não cometam injustiças e façam com que a verdade venha a tona , mudando aquilo que não combina com a nossa formação.
Cordialmente
Ronald Nogueira- Cel Ref. Art. Tu/62.
=========================================================
Major do EB abre o jogo.
Graças a DEUS, ainda temos alguém de vergonha na cara. Gostaria de apertar a mão deste oficial e cumprimentá-lo pelo coragem. Pena que covardes tomarão esta ato com desrespeito e represálias virão.
Ainda tem macho no Exército...
Há tempos que me controlo em me expressar e dizer o que realmente sinto.
Basta! Ou escrevo ou tenho um câncer.
Estamos vivendo num país onde os ricos são amigos dos poderosos e nunca são lesados ou punidos. os poderosos são ricos e entram na regra anterior.
Fazem e acontecem e nada acontece!!! Por outro lado os pobres e miseráveis, na maioria ignorantes, a verdade seja dita, já estão comprados pelo governo (PT) com suas bolsas, auxílios, esmolas, etc. a classe média só se fode.
Banca os impostos dos ricos e as esmolas dos pobres.
Eu sou des contado em folha de R$ 17.000,00 por ano só de imposto de renda, fora IPTU, IPVA, TAC, IOF, IPQP.....
Alguém paga isto de livre e espontânea vontade ao leão?
Leio os jornais e ouço os noticiários e é só desgraça, corrupção,
falcatrua e não acontece nada!!!!!
Será que a coisa tá ruim mesmo ou eu que sou muito pessimista?
Os políticos inclui-se aí o presidente, 99% do senado, 99,9% do
congresso, estão cagando pra Hora do Brasil, querem é se dar bem fazer caixa e eternizar a curriola, revelando e apadrinhando mais fdp para estuprar a pátria amada, embarrigá-la e abandonar o filho feio.
E a violência? Todos sabem que esta vem, em grande parte, motivada pelo tráfico de drogas. Se abafarem as entradas da droga ela não chega aos grandes centros e a criminalidade é asfixiada. por quê não fazem isso?
Porque grande parte dos políticos tem seus tentáculos depositados sobre o tráfico ou vice-versa.
Aí um tenente, formado pelo melhor estabelecimento universitário do país, a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) na qual tive orgulho em me formar em 1989, é colocado numa favela, devido a conchavos políticos, com a participação do exército brasileiro (meu Deus!), é submetido a horas de patrulha no morro da providência, tendo que liderar seu pelotão e controlar seus homens. Este tenente deve ter engolido a seco várias e várias provocações de muitos marginais e subprodutos do crime, até que, como todo ser humano, aloprou e fez o que fez..
A forma foi certa? Não, claro que não, mas aqueles garotos (se é que se pode chamar assim) mas cedo ou mais tarde iriam morrer, seguindo as estatísticas das vítimas do tráfico, e não deviam ser boa coisa não para provocar o exército. Eu estive lá na Providência, em março, com o 25º Batalhão de infantaria pára-quedista (25º BIPQDT) e vi a situação a que eram submetidos meus soldados.
É muito fácil pa ra qualquer um, de longe, cheiroso e sob um ar condicionado crucificar tal oficial, mas guerra é guerra.
Sou carioca de Bonsucesso mas reconheço que o Rio está numa guerra e estão colocando tropas no olho do furacão.
Lembro, o tenente é um acadêmico, outros universitários só vão à
favela para participar de ong sem vergonha e fumar maconha.. O tenente estava trabalhando. Se eu solto meu filho de 10 anos numa loja de louças chinesas e ele quebra um vaso caro a culpa é só dele? Foi deprimente ver na televisão aquela visita do ministro da defesa à família de uma das 'vítimas', mais deprimente foi ver a cara de algumas 'autoridades' que o acompanhavam, cordeirinhos! Enquanto isso cadê o General Heleno que só falou a verdade?
Onde está agora o comandante mais moita de toda história do Exército?
A velha vaca de presépio? O Albuquerque mora em Alphavi ll e, um dos bairros mais luxuosos de São Paulo, recebendo parte de sua fortuna como funcionário da Petrobrás. Foi o prêmio por domar cordeirinhos.
E os outros três generais que se rebelaram contra a Estratégia Nacional de Defesa? Esses frouxos, só resolveram aparecer quando passaram para a reserva. Assim fica fácil. Não estranhem se algum deles aparecer pedindo votos ou se lamentando no Clube Militar. Nem mesmo a Brigada de Operações Especiais, a elite do Exército, escapa da subserviência e frouxidão.
O Posto Médico de Goiânia vive entregue às traças e o orçamento nem dá para 20 dias de cada mês. Quase todo orçamento destinado aquela OMS é engolido pelo Chefe do Posto Médico que tem clínica particular (Global Saúde, CEMEP, etc) e participação em outras OCS. Um ex-chefe do Estado-Maior investiu em equipamentos de ra io-X e outros, para drenar um pouco do já parco recurso. Falta médicos, mas nessas clínicas particulares podem ser encontrados desde o estafeta até o bioquímico, além de outros médicos que até nunca prescreveram qualquer medicamento usando uniforme militares.
Para os imbatíveis, mauricinhos e patricinhas de branco, brincando ser médico militar.
Para a tropa dizem que não há problema algum, nada há de errado, mas se quisessem realmente descobrir a verdade, auditavam toda a administração, procedimentos e encaminhamentos, se não por meio do TCU, empresas particulares isentas das falcatruas.
Não só isso esses mesmos guerreiros imortais, frouxos por natureza, baixam a crista e permitem que sejam retiradas vagas de seus efetivos das missões de paz para serem encaixados apadrinhados de comandantes do Forte Apache. Motorista, t aife iro, etc.Tem sargentos apadrinhados em missão de paz, com a nobre missão de servir cafezinho. E na hora do pega pra capar? E as diárias? O COTER, EME, CCOMSEX, GABCMT, etc não saem de suas salas refrigeradas para qualquer missão sem que sejam depositadas as diárias em suas contas-correntes. Penso que não estão errados!!!
Porém, e a tropa que faz o trabalho pesado? Os Operacionais? Ração R/2 ou catanho com pão e mortadela, banana amassada, farofa de frango e refrigerante quente? Para os "FACAS NA SOLEIRA", representação, para ser recebida 06 meses depois da missão, já descontado o imposto de renda? Os companheiros operacionais da Marinha e Força Aérea, nesse ponto são reconhecidos, Por Lá o pessoal tem culhão. Lá é outro Exército!!!!
Com que moral essa balaiada pode pedir motivação? Só olham pro próprio umbigo? Pena que os imortais, os FACA NA CAVEIRA, aceitam tal fato com naturalidade. Só me vem na cabeça uma solução: são masoquistas. Que me desculpem os companheiros Comandos e FE.. Se soubessem a FORÇA que tem...
Para fuder mais a tropa, aparece um maluco tirando as ajudas de custo, substituindo por diárias para alunos matriculados em cursos. O outro inibe militares sonhadores com um Exército com representação na Câmara dos Deputados. Puniu os militares que exerceu o seu direito político de ser candidato, estabelecido na constituição, transferindo-os para os mais longícuos rincões. Foram punidos por exercerem os seus direitos.
Esses militares tinmam comandantes???????????????????????????????
Não acredito que essas mentes pervesas foram criadas na gloriosa AMAN.
Só teremos mudanças quando esses velhos dinossauros vestirem seus pijamas.
Tem é político graúdo roubando feio e levando vantagens, mais uma vez, cagando pra hora do Brasil.
Como sou militar, de tropa, sem sangue azul, sem me preocupar em me dar bem com missões 'boca boa', sem ser carreirista, sempre sincero com superiores e leal com subordinados, já sei como agir, nossa profissão é meio de vida e não meio de morte, cada vez mais serei corporativista, aos militares tudo, o resto que se f.....
Como subcomandante exijo que o batalhão cumpra horários, mas o libero na hora certa. Estamos acostumados a cumprir a missão a qualquer custo sem meios, sem dinheiro, etc...
Desde que entrei no exército ouço que somos pobres, até quando? Faltam pouco mais de seis anos para que eu vá para a reserva e nada mudou.
Vai mudar? Não creio. Enquanto o Forte Apache tiver um Jurassic
Park....
Num país onde bilhões são desviados para bolsos de safados e ilhas fiscais, temos que engolir que não há dinheiro para as forças armadas.
Num único ano, o velho Albuquerque recebeu mais de R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais) em diárias. E tem gente que engole ou finge que engole para não se queimar.
Meu compromisso é com minha família e com meus amigos, que me respeitam, com eles não posso me queimar, com o resto? Não estou preocupado. Dói-me ver safados chamar o período de 1964 a 1985 de ditadura, vê-los receber indenizações como vítimas dele, vê-los nos achincalhar, pisar, submeter e humilhar, vê-los no poder nos olhando com soberba. Enfarta-me vê-los serem agraciados com medalhas do pacificador. Eu, que tenho quase 20 anos só na tropa, destes, 10 anos na brigada pára-quedista, nunca fui punido, sempre fui leal ao exército, não tenho. O José Genoíno, a terrorista Dilma Russef, neste universo, é melhor do que eu. Não me interessa botar no peito uma Medalha que esses facínoras receberam. Alíás nunca houve critérios justos na distribuição dessas Medalhas.
Sabem o que me dói também é ver oficiais da nossa força, que vestem a pele de amantes da instituição, mas na verdade estão preocupados apenas com seu umbigos, em não se queimar.
A razão de ser do exército é a tropa, na hora do pau é esta que vai dar a cara para bater, mas tem oficial que diz que medalha de corpo de tropa é para sargento, que quem é de tropa é burro e fica aí piruando ser instrutor da AMAN, ESAO e ECEME para ganhar pontinhos e pegar 'bocadas', chegam a coronel e general sem ter nem 10 anos de tropa, brincadeira! Depois vã o pra Brasília e viram 'ideúdos'. Os verdadeiros criadores de doutrinas. O novo TAF ta ai. Será que eles, do Forte Apache vão tirar MB no novo TAF?? Duvido.
E a Medalha Osório? Qual critério foi criado para, não beneficiar, mas reconhecer os
operacionais, aqueles que sempre estão comendo ração R/2. Dar o verdadeiro valor a quem tem valor e não a quem tem preço?
Alguns subordinados se queixam de algumas injustiças. Nada posso fazer, a não ser sugerir que sigam para Brasília e arrumem um padrinho. Desse modo terão uma carreira bem sucedida. Aos mais novos, passem em outro concurso. Ralar pra que? E se o pára-quedas não abrir?
Estou começando a achar que sou otário. Vou ficando por aqui, agradeço a atenção.
Não vou mais engolir sapo, homens têm que ter coragem.
Homem não tem medo de homem. Boca é pra falar. Tenho um filho e não quero que ele veja em mim um covarde.
Nunca me vendi e nunca me venderei por conveniência, sigo meus princípios.
Olho nos olhos das pessoas com que falo.. Minha única fortuna é o meu caráter. Minha vida é minha família. Desta vida só levamos a família e os amigos. De toda a vida, apenas aqueles que estiverem ao redor de seu túmulo no dia do seu funeral é que valeram a pena, o resto foi o resto!
BRASIL, ACIMA DE TUDO!!!
MAJOR FREDERICO RAMOS PEREIRA
PQDT NR 56.288
'Comece fazendo o que é necessário, Depois o que é possível, E de repente você estará fazendo o impossível'
"São Francisco de Assis"
Carlos Henrique Pinto Coelho
Rua Pereira de Miranda 1155 - Bl 2 - Apt 503
Bairro PAPICU (pedra que canta)
Fortaleza - CE - CEP.: 60.175-045
Tel.: (85) 32819249 Cel.: (85)91743889
E.mails: chpc271041@hotmail.com
chpc271041@gmail.com
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Texto de ARNALDO JABOR retirado por ordem do LULLA!!!!!!!!!!!!!!!!!
Leia o comentário de Dora Kramer, Estadão de Domingo:
'A decisão do TSE que determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN, a pedido do presidente 'Lula' até pode ter amparo na legislação eleitoral, mas fere o preceito constitucional da liberdade de imprensa e de expressão, configurando-se, portanto, um ato de censura.'
Em outro trecho:
'Jabor faz parte de uma lista de profissionais tidos pelo Presidente Lula como desafetos e, por isso, passíveis de retaliação à medida que se apresentem as oportunidades!'
'Não deixem de ler e reler o texto abaixo e passem adiante'!!!!!!
A VERDADE ESTÁ NA CARA, MAS NÃO SE IMPÕE
( ARNALDO JABOR )
O que foi que nos aconteceu?
No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor,'explicáveis' demais.
Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas.
Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados , e nada rola.
A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira !!!!!!!
Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político , infiltrada no labirinto das oligarquias , mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada !!!!!!!!
Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos !!!!
Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo !!!!!
Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações.. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz !!!!!
Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata!!! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de 'povo', consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações 'falsas', sua condição de cúmplice e Comandante em 'vítima'!!!!!
E a população ignorante engole tudo. Como é possível isso?
Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF.
Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização.. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua.. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.
Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito....
Está havendo uma desmoralização do pensamento.
Deprimo-me:
Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?'..
A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo.
A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais Aos fatos! !!!!
Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações.
No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política.
Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da república. São verdades cristalinas, com sol a Pino.
E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de 'gafe'.
Lulo-Petistas clamam: 'Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT ? Como ousaram ser honestos?'
Sempre que a verdade eclode, reagem.
Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista'. Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de 'finesse' do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando...
Mas agora é diferente.
As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para contestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma neo-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte.
Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem , de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o simplismo.
Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em 'a favor' do povo e 'contra', recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual.. Teremos o 'sim' e o 'não', teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição Mundo x Brasil, nacional x internacional e um voluntarismo que legitima o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois..
Alguns otimistas dizem: 'Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de Verdades'!
'A decisão do TSE que determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN, a pedido do presidente 'Lula' até pode ter amparo na legislação eleitoral, mas fere o preceito constitucional da liberdade de imprensa e de expressão, configurando-se, portanto, um ato de censura.'
Em outro trecho:
'Jabor faz parte de uma lista de profissionais tidos pelo Presidente Lula como desafetos e, por isso, passíveis de retaliação à medida que se apresentem as oportunidades!'
'Não deixem de ler e reler o texto abaixo e passem adiante'!!!!!!
A VERDADE ESTÁ NA CARA, MAS NÃO SE IMPÕE
( ARNALDO JABOR )
O que foi que nos aconteceu?
No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor,'explicáveis' demais.
Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas.
Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados , e nada rola.
A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira !!!!!!!
Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político , infiltrada no labirinto das oligarquias , mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada !!!!!!!!
Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos !!!!
Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo !!!!!
Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações.. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz !!!!!
Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata!!! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de 'povo', consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações 'falsas', sua condição de cúmplice e Comandante em 'vítima'!!!!!
E a população ignorante engole tudo. Como é possível isso?
Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF.
Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização.. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua.. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.
Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito....
Está havendo uma desmoralização do pensamento.
Deprimo-me:
Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?'..
A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo.
A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais Aos fatos! !!!!
Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações.
No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política.
Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da república. São verdades cristalinas, com sol a Pino.
E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de 'gafe'.
Lulo-Petistas clamam: 'Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT ? Como ousaram ser honestos?'
Sempre que a verdade eclode, reagem.
Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista'. Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de 'finesse' do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando...
Mas agora é diferente.
As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para contestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma neo-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte.
Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem , de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o simplismo.
Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em 'a favor' do povo e 'contra', recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual.. Teremos o 'sim' e o 'não', teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição Mundo x Brasil, nacional x internacional e um voluntarismo que legitima o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois..
Alguns otimistas dizem: 'Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de Verdades'!
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Plano Nacional de Direitos Humanos III
Plano Nacional de Direitos Humanos III
Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 20 de fevereiro de 2010.
“Quem ler a Constituição venezuelana verificará a extrema semelhança entre os instrumentos de que dispõe Chávez para eliminar a oposição e aqueles que o PNDH-3 apresenta, objetivando alterar profundamente a lei maior brasileira”.
(Yves Gandra Martins - Jurista)
- PNDH III - decreto N. 7.037 de 21 dezembro de 2009
O polêmico Plano continua mobilizando a sociedade brasileira e apontamos alguns de seus pontos mais controvertidos:
“Elaborar, até abril de 2010, projeto de lei que institua a Comissão Nacional de Verdade (...) para examinar as violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política”. Após pressão dos comandantes militares e do próprio ministro Jobim foi alterado para: “Fica criado o grupo de trabalho para elaborar o anteprojeto de lei que institua a Comissão Nacional de Verdade (...) para examinar violações de direitos humanos”.
“Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, das mulheres para decidirem sobre seus corpos”. O bispo de Assis, Dom José Simão, afirmou: “A Igreja é contra o aborto. Vemos nessas iniciativas uma atitude arbitrária e antidemocrática do governo Lula”.
“Instituir critérios editoriais para criar um ranking de veículos de comunicação comprometidos com os princípios de direitos humanos, assim como dos que cometem violações”. Daniel Slaviero, presidente da Abert (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão) se manifestou veementemente dizendo que: “Qualquer iniciativa que visa criar uma comissão que controle, que acompanhe ou que interfira no conteúdo editorial das empresas de rádio e televisão é, do nosso ponto de vista, uma forma de censura e uma forma de interferência na liberdade de expressão e na liberdade de imprensa”.
“Realização de audiências públicas antes de um juiz decidir se concede liminar para reintegração de posse de uma fazenda invadida”. A AMB (Associação dos Magistrados do Brasil) também divulgou nota afirmando: “A proposta afronta a segurança jurídica daqueles que buscam no Poder Judiciário a pronta intervenção em casos de violação ao seu direito de propriedade, além de representar manifesta e indesejável usurpação de função, subvertendo atribuições específicas dos Poderes Constituídos do Estado”.
“Apoio à união civil entre pessoas do mesmo sexo, o direito de adoção por casais homoafetivos e inclusão nos sistemas de informação do serviço público de todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais” e “Impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União”. O Presidente Nacional do PSDC, José Maria Eymael, reagiu afirmando que se trata de uma: “Ameaça aos Valores Éticos e Morais do Povo Brasileiro, através da proibição de símbolos religiosos em locais públicos, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças em relações homoafetivas”.
- Impertérritas
(Do dicionário: adjetivo, 2 gêneros. Que não se altera ou se assusta diante de situações perigosas ou difíceis, corajoso, impávido).
Por Armando Luiz Paiva Chaves
“... O 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, exaustivamente comentado e discutido, investiu escancaradamente contra a propriedade privada, a liberdade de expressão, as prerrogativas do Congresso e da Justiça, a exposição de símbolos religiosos. Descriminalizou o aborto. E propôs a revogação da Lei da Anistia. Os três Comandantes militares manifestaram, contundentemente, sua reprovação, solicitando exoneração. Um remendo no texto contornou a crise, mas não apaziguou ânimos.
Ocorre que a ameaça não está centrada no PNDH/3. Este traduz o pensamento e os propósitos da ala mais radical do partido do governo, que pretende transformar o país em estado socialista, como consta de seu programa. O socialismo, cada vez em menor número vigente em estados europeus, nunca ameaçou a democracia, já que sempre respeitou os textos constitucionais. O que pretendem implantar aqui, e a pré-candidata petista defende, em coerência com seu passado terrorista, preconiza abertamente o Estado Forte, que terá de ser implantado ao arrepio da constitucionalidade, como demonstra o plano que vem sendo acerbamente criticado.
... Essas são as Forças Armadas brasileiras. Impertérritas. Sabem que o nacional-socialismo, que combateram na 2ª Guerra Mundial, era moldura de governo totalitário. Que o socialismo soviético, que impediram de se instalar aqui em 1935 e em 1964, era igualmente totalitário, como o são o socialismo do ‘paredón’ cubano, a república islâmica do Irã, o bolivarianismo de Chávez e seus seguidores na Bolívia e no Equador.
Com a palavra o eleitor. Se quiser viver sob regime totalitário, sem respeito à propriedade, à liberdade de expressão, de culto e de movimento, com os preceitos constitucionais, Congresso e Justiça submetidos à vontade ditatorial do (a) governante, faça sua escolha.
Mas, tendo sempre presente que as Forças Armadas não são instrumento de Governo. São instrumentos de Estado e, por sempre agirem como tal, têm o mais alto nível de respeito da população”.
- Guerrilha e redemocratização
Por Ives Gandra da Silva Martins
“Pela má qualidade do texto do PNDH-3 e pelo viés ideológico ditatorial, dificilmente essas propostas passarão no Legislativo.
O regime de exceção, em que o Brasil viveu de 1964 a 1985, foi encerrado, não por força da guerrilha – que terminou, de rigor, em 1971 – mas, principalmente pela atuação da OAB, à época em que figuras de expressão a conduziam, como Raymundo Faoro, Márcio Thomaz Bastos, Mário Sérgio Duarte Garcia e Bernardo Cabral, e de parlamentares como Ulysses Guimarães, Mário Covas e Franco Montoro, entre outros.
Tenho para mim que a guerrilha apenas atrasou o processo de retorno à democracia, pois ódio gera ódio, e a luta armada acaba por provocar excessos de ambos os lados, com mortes, torturas e violências.
Muitos dos guerrilheiros foram treinados na mais antiga e sangrenta ditadura da América (Cuba) e pretendiam, em verdade, apenas substituir uma ditadura de direita por uma ditadura de esquerda.
Os verdadeiros democratas, a meu ver, foram aqueles que usando a melhor das armas, ou seja, a palavra, obtiveram um retorno indolor à normalidade, sem mortes, sem torturas, sem violências.
A Lei da Anistia, proposta principalmente pelos guerrilheiros, foi um passo importante para a redemocratização, pois possibilitou àqueles que preferiram as armas às palavras a sua volta ao cenário político. A lei, à evidência, pôs uma pedra sobre o passado, sepultando as atrocidades praticadas tanto pelos detentores do poder, à época, como pelos guerrilheiros. E foram muitas de ambos os lados.
Num país em que o ódio tem pouco espaço – basta comparar as revoluções de nossos vizinhos com as do Brasil para constatar que o derramamento de sangue aqui foi sempre muito menor – tal olhar para o futuro permitiu que o Brasil ressurgisse, com uma Constituição democrática.
Nela, o equilíbrio dos Poderes possibilitou o enfrentamento de crises, como o impeachment, a superinflação, os mais variados escândalos, entre os quais o do mensalão foi o maior, e a alternância de poder sem que se falasse em rupturas institucionais. Vive-se - graças à redemocratização voltada para o futuro, e não para o passado - ambiente de liberdade e desenvolvimento social e econômico próximo ao de nações civilizadas.
O Programa Nacional de Direitos Humanos, organizado por inspiração dos guerrilheiros pretéritos, pretende, todavia, derrubar tais conquistas, realimentando ódios e feridas, inclusive com a tese de que os torturadores guerrilheiros eram santos, e aqueles do governo, demônios.
Essa parte do plano foi corrigida, tendo o presidente Lula admitido que, se for criada a comissão da verdade, há de apurar tudo o que de excessos foi praticado naquela época - por militares e guerrilheiros. Tenho a impressão de que isso não será bom para a candidata Dilma Rousseff.
O pior, todavia, é que o programa é uma reprodução dos modelos constitucionais venezuelano, equatoriano e boliviano, todos inspirados num centro de estudos de políticas sociais espanhol, para o qual o Executivo é o único Poder, sendo o Judiciário, o Legislativo e o Ministério Público Poderes vicários, acólitos, subordinados.
No programa, pretende-se fortalecer o Executivo, subordinar o Judiciário a organizações tuteladas por ‘amigos do rei’, controlar a imprensa, pisotear valores religiosos, interferir no agronegócio para eliminá-lo, afastar o direito de propriedade, reduzir o papel do Legislativo e aumentar as consultas populares, no estilo dos referendos e plebiscitos venezuelanos, além de valorizar o homicídio do nascituro e a prostituição como conquistas de direitos humanos.
Quem ler a Constituição venezuelana verificará a extrema semelhança entre os instrumentos de que dispõe Chávez para eliminar a oposição e aqueles que o PNDH-3 apresenta, objetivando alterar profundamente a lei maior brasileira.
O programa possui, inclusive, ‘recomendações’ ao Judiciário sobre como devem os magistrados decidir as questões prediletas do grupo que o elaborou, à evidência, à revelia de toda a população e do Congresso. Pela má qualidade do texto e pelo viés ideológico ditatorial, dificilmente essas propostas passarão no Legislativo. Se passarem, creio que o Supremo barrará tudo aquilo que nele fere as cláusulas pétreas constitucionais e os valores maiores em que a sociedade se lastreia.
Certa vez, ao saudoso crítico Agripino Grieco um amigo meu (Dalmo Florence) apresentou livro de poesia recém-lançado, pedindo-lhe a opinião. No dia seguinte, Agripino disse-lhe: ‘Dalmo, li o livro de seu amigo e aconselho a queimar a edição e, em caso de reincidência, o autor’. Sem necessidade de adotar a segunda parte do conselho agripiniano, a primeira seria admiravelmente aplicável a esse programa de direitos desumanos”.
Solicito Publicação
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail: hiramrs@terra.com.br
Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 20 de fevereiro de 2010.
“Quem ler a Constituição venezuelana verificará a extrema semelhança entre os instrumentos de que dispõe Chávez para eliminar a oposição e aqueles que o PNDH-3 apresenta, objetivando alterar profundamente a lei maior brasileira”.
(Yves Gandra Martins - Jurista)
- PNDH III - decreto N. 7.037 de 21 dezembro de 2009
O polêmico Plano continua mobilizando a sociedade brasileira e apontamos alguns de seus pontos mais controvertidos:
“Elaborar, até abril de 2010, projeto de lei que institua a Comissão Nacional de Verdade (...) para examinar as violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política”. Após pressão dos comandantes militares e do próprio ministro Jobim foi alterado para: “Fica criado o grupo de trabalho para elaborar o anteprojeto de lei que institua a Comissão Nacional de Verdade (...) para examinar violações de direitos humanos”.
“Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, das mulheres para decidirem sobre seus corpos”. O bispo de Assis, Dom José Simão, afirmou: “A Igreja é contra o aborto. Vemos nessas iniciativas uma atitude arbitrária e antidemocrática do governo Lula”.
“Instituir critérios editoriais para criar um ranking de veículos de comunicação comprometidos com os princípios de direitos humanos, assim como dos que cometem violações”. Daniel Slaviero, presidente da Abert (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão) se manifestou veementemente dizendo que: “Qualquer iniciativa que visa criar uma comissão que controle, que acompanhe ou que interfira no conteúdo editorial das empresas de rádio e televisão é, do nosso ponto de vista, uma forma de censura e uma forma de interferência na liberdade de expressão e na liberdade de imprensa”.
“Realização de audiências públicas antes de um juiz decidir se concede liminar para reintegração de posse de uma fazenda invadida”. A AMB (Associação dos Magistrados do Brasil) também divulgou nota afirmando: “A proposta afronta a segurança jurídica daqueles que buscam no Poder Judiciário a pronta intervenção em casos de violação ao seu direito de propriedade, além de representar manifesta e indesejável usurpação de função, subvertendo atribuições específicas dos Poderes Constituídos do Estado”.
“Apoio à união civil entre pessoas do mesmo sexo, o direito de adoção por casais homoafetivos e inclusão nos sistemas de informação do serviço público de todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais” e “Impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União”. O Presidente Nacional do PSDC, José Maria Eymael, reagiu afirmando que se trata de uma: “Ameaça aos Valores Éticos e Morais do Povo Brasileiro, através da proibição de símbolos religiosos em locais públicos, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças em relações homoafetivas”.
- Impertérritas
(Do dicionário: adjetivo, 2 gêneros. Que não se altera ou se assusta diante de situações perigosas ou difíceis, corajoso, impávido).
Por Armando Luiz Paiva Chaves
“... O 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, exaustivamente comentado e discutido, investiu escancaradamente contra a propriedade privada, a liberdade de expressão, as prerrogativas do Congresso e da Justiça, a exposição de símbolos religiosos. Descriminalizou o aborto. E propôs a revogação da Lei da Anistia. Os três Comandantes militares manifestaram, contundentemente, sua reprovação, solicitando exoneração. Um remendo no texto contornou a crise, mas não apaziguou ânimos.
Ocorre que a ameaça não está centrada no PNDH/3. Este traduz o pensamento e os propósitos da ala mais radical do partido do governo, que pretende transformar o país em estado socialista, como consta de seu programa. O socialismo, cada vez em menor número vigente em estados europeus, nunca ameaçou a democracia, já que sempre respeitou os textos constitucionais. O que pretendem implantar aqui, e a pré-candidata petista defende, em coerência com seu passado terrorista, preconiza abertamente o Estado Forte, que terá de ser implantado ao arrepio da constitucionalidade, como demonstra o plano que vem sendo acerbamente criticado.
... Essas são as Forças Armadas brasileiras. Impertérritas. Sabem que o nacional-socialismo, que combateram na 2ª Guerra Mundial, era moldura de governo totalitário. Que o socialismo soviético, que impediram de se instalar aqui em 1935 e em 1964, era igualmente totalitário, como o são o socialismo do ‘paredón’ cubano, a república islâmica do Irã, o bolivarianismo de Chávez e seus seguidores na Bolívia e no Equador.
Com a palavra o eleitor. Se quiser viver sob regime totalitário, sem respeito à propriedade, à liberdade de expressão, de culto e de movimento, com os preceitos constitucionais, Congresso e Justiça submetidos à vontade ditatorial do (a) governante, faça sua escolha.
Mas, tendo sempre presente que as Forças Armadas não são instrumento de Governo. São instrumentos de Estado e, por sempre agirem como tal, têm o mais alto nível de respeito da população”.
- Guerrilha e redemocratização
Por Ives Gandra da Silva Martins
“Pela má qualidade do texto do PNDH-3 e pelo viés ideológico ditatorial, dificilmente essas propostas passarão no Legislativo.
O regime de exceção, em que o Brasil viveu de 1964 a 1985, foi encerrado, não por força da guerrilha – que terminou, de rigor, em 1971 – mas, principalmente pela atuação da OAB, à época em que figuras de expressão a conduziam, como Raymundo Faoro, Márcio Thomaz Bastos, Mário Sérgio Duarte Garcia e Bernardo Cabral, e de parlamentares como Ulysses Guimarães, Mário Covas e Franco Montoro, entre outros.
Tenho para mim que a guerrilha apenas atrasou o processo de retorno à democracia, pois ódio gera ódio, e a luta armada acaba por provocar excessos de ambos os lados, com mortes, torturas e violências.
Muitos dos guerrilheiros foram treinados na mais antiga e sangrenta ditadura da América (Cuba) e pretendiam, em verdade, apenas substituir uma ditadura de direita por uma ditadura de esquerda.
Os verdadeiros democratas, a meu ver, foram aqueles que usando a melhor das armas, ou seja, a palavra, obtiveram um retorno indolor à normalidade, sem mortes, sem torturas, sem violências.
A Lei da Anistia, proposta principalmente pelos guerrilheiros, foi um passo importante para a redemocratização, pois possibilitou àqueles que preferiram as armas às palavras a sua volta ao cenário político. A lei, à evidência, pôs uma pedra sobre o passado, sepultando as atrocidades praticadas tanto pelos detentores do poder, à época, como pelos guerrilheiros. E foram muitas de ambos os lados.
Num país em que o ódio tem pouco espaço – basta comparar as revoluções de nossos vizinhos com as do Brasil para constatar que o derramamento de sangue aqui foi sempre muito menor – tal olhar para o futuro permitiu que o Brasil ressurgisse, com uma Constituição democrática.
Nela, o equilíbrio dos Poderes possibilitou o enfrentamento de crises, como o impeachment, a superinflação, os mais variados escândalos, entre os quais o do mensalão foi o maior, e a alternância de poder sem que se falasse em rupturas institucionais. Vive-se - graças à redemocratização voltada para o futuro, e não para o passado - ambiente de liberdade e desenvolvimento social e econômico próximo ao de nações civilizadas.
O Programa Nacional de Direitos Humanos, organizado por inspiração dos guerrilheiros pretéritos, pretende, todavia, derrubar tais conquistas, realimentando ódios e feridas, inclusive com a tese de que os torturadores guerrilheiros eram santos, e aqueles do governo, demônios.
Essa parte do plano foi corrigida, tendo o presidente Lula admitido que, se for criada a comissão da verdade, há de apurar tudo o que de excessos foi praticado naquela época - por militares e guerrilheiros. Tenho a impressão de que isso não será bom para a candidata Dilma Rousseff.
O pior, todavia, é que o programa é uma reprodução dos modelos constitucionais venezuelano, equatoriano e boliviano, todos inspirados num centro de estudos de políticas sociais espanhol, para o qual o Executivo é o único Poder, sendo o Judiciário, o Legislativo e o Ministério Público Poderes vicários, acólitos, subordinados.
No programa, pretende-se fortalecer o Executivo, subordinar o Judiciário a organizações tuteladas por ‘amigos do rei’, controlar a imprensa, pisotear valores religiosos, interferir no agronegócio para eliminá-lo, afastar o direito de propriedade, reduzir o papel do Legislativo e aumentar as consultas populares, no estilo dos referendos e plebiscitos venezuelanos, além de valorizar o homicídio do nascituro e a prostituição como conquistas de direitos humanos.
Quem ler a Constituição venezuelana verificará a extrema semelhança entre os instrumentos de que dispõe Chávez para eliminar a oposição e aqueles que o PNDH-3 apresenta, objetivando alterar profundamente a lei maior brasileira.
O programa possui, inclusive, ‘recomendações’ ao Judiciário sobre como devem os magistrados decidir as questões prediletas do grupo que o elaborou, à evidência, à revelia de toda a população e do Congresso. Pela má qualidade do texto e pelo viés ideológico ditatorial, dificilmente essas propostas passarão no Legislativo. Se passarem, creio que o Supremo barrará tudo aquilo que nele fere as cláusulas pétreas constitucionais e os valores maiores em que a sociedade se lastreia.
Certa vez, ao saudoso crítico Agripino Grieco um amigo meu (Dalmo Florence) apresentou livro de poesia recém-lançado, pedindo-lhe a opinião. No dia seguinte, Agripino disse-lhe: ‘Dalmo, li o livro de seu amigo e aconselho a queimar a edição e, em caso de reincidência, o autor’. Sem necessidade de adotar a segunda parte do conselho agripiniano, a primeira seria admiravelmente aplicável a esse programa de direitos desumanos”.
Solicito Publicação
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail: hiramrs@terra.com.br
sábado, 20 de fevereiro de 2010
General Santa Rosa, um líder da Força Terrestre
General Santa Rosa, um líder da Força Terrestre
Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 19 de fevereiro de 2010.
"A profissão militar é um completo estilo de vida (…)
marcado essencialmente pelo espírito de missão, código de
ética e mecanismos de decisão". (Morris Janowitz)
Mais uma vez o “Desgoverno Companheiro” tenta calar o grande líder por falar a verdade. Teoricamente, apenas para agradar os PeTralhas, o General foi exonerado do cargo. Na verdade permanece na sua função, despachando normalmente, até 31 de março de 2010, quando completa 12 anos de generalato, e conforme preconiza o regulamento militar, não os tresloucados palacianos, será compulsoriamente transferido para a reserva.
“Não! E ainda que mande: conheço o exército, sei que nenhum soldado se prestará a exercer o ofício miserável de capitão-de-mato.” (A Conquista – Coelho Neto)
O General-de-Exército Maynard Marques de SANTA ROSA já havia sido exonerado da Secretaria de Política e Estratégia e Assuntos Internacionais, em 2007, por ter em depoimento ao Congresso Nacional discordado do emprego do Exército Brasileiro em ação de força ou em apoio aos milicianos da Gestapo de Tarso travestidos de Policiais Federais. A Gestapo foi usada pelo ‘Ministério da INJustiça’ contra os fazendeiros residentes na Reserva Raposa e Serra do Sol causando inúmeros transtornos à população do estado de Roraima por sua truculência, falta de ética profissional e leviandade.
- General critica Plano de Direitos Humanos
A verdade dói e incomoda aos PeTralhas. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, encaminhou no dia 10 de fevereiro ao presidente Lula o pedido de exoneração do General Santa Rosa, que havia afirmado em nota pública, que o governo federal estava criando uma ‘comissão da calúnia’ para investigar os crimes de violações aos direitos humanos durante o regime militar. O General, atual chefe do Departamento Geral do Pessoal do Exército, disse que o colegiado defendido pelo governo era formado por ‘fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o sequestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime para alcançar o poder’. O General não podia, absolutamente, ser mais objetivo, verdadeiro e claro nas suas afirmações.
- A Maçonaria se manifesta
O Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Distrito Federal Lucas Francisco Galdeano fez um manifesto veemente
“O General-de-Exército Maynard Marques de SANTA ROSA foi punido com exoneração do cargo de Chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Comando do Exército, por haver criticado o Programa Nacional dos Direitos Humanos, aprovado por decreto do Presidente da República - que, segundo suas próprias declarações, assinou sem ler.
... Não há ressalvas aos incisos apresentados e, portanto, o General não poderia ser punido por haver declarado, por exemplo, que a Comissão da Verdade corria o risco de torna-se uma ‘Comissão da Calúnia’ porque é constituída pelos ‘mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o seqüestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime, para alcançar o poder’.
...
Outra aberração é a ‘subordinação dos militares aos civis’, da forma como está sendo interpretada. Os militares devem ser subordinados às leis e aos poderes constituídos, como qualquer outro cidadão. E assim estão. E assim aceitam. Não ‘subordinados aos civis’, pressupondo que os militares não devem ser instituídos como autoridade pública, em cargos de natureza política.
Nossas homenagens públicas ao General SANTA ROSA e a todos os militares que não aceitam a condição de ‘cidadãos de segunda classe’.”
Por Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 19 de fevereiro de 2010.
"A profissão militar é um completo estilo de vida (…)
marcado essencialmente pelo espírito de missão, código de
ética e mecanismos de decisão". (Morris Janowitz)
Mais uma vez o “Desgoverno Companheiro” tenta calar o grande líder por falar a verdade. Teoricamente, apenas para agradar os PeTralhas, o General foi exonerado do cargo. Na verdade permanece na sua função, despachando normalmente, até 31 de março de 2010, quando completa 12 anos de generalato, e conforme preconiza o regulamento militar, não os tresloucados palacianos, será compulsoriamente transferido para a reserva.
“Não! E ainda que mande: conheço o exército, sei que nenhum soldado se prestará a exercer o ofício miserável de capitão-de-mato.” (A Conquista – Coelho Neto)
O General-de-Exército Maynard Marques de SANTA ROSA já havia sido exonerado da Secretaria de Política e Estratégia e Assuntos Internacionais, em 2007, por ter em depoimento ao Congresso Nacional discordado do emprego do Exército Brasileiro em ação de força ou em apoio aos milicianos da Gestapo de Tarso travestidos de Policiais Federais. A Gestapo foi usada pelo ‘Ministério da INJustiça’ contra os fazendeiros residentes na Reserva Raposa e Serra do Sol causando inúmeros transtornos à população do estado de Roraima por sua truculência, falta de ética profissional e leviandade.
- General critica Plano de Direitos Humanos
A verdade dói e incomoda aos PeTralhas. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, encaminhou no dia 10 de fevereiro ao presidente Lula o pedido de exoneração do General Santa Rosa, que havia afirmado em nota pública, que o governo federal estava criando uma ‘comissão da calúnia’ para investigar os crimes de violações aos direitos humanos durante o regime militar. O General, atual chefe do Departamento Geral do Pessoal do Exército, disse que o colegiado defendido pelo governo era formado por ‘fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o sequestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime para alcançar o poder’. O General não podia, absolutamente, ser mais objetivo, verdadeiro e claro nas suas afirmações.
- A Maçonaria se manifesta
O Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Distrito Federal Lucas Francisco Galdeano fez um manifesto veemente
“O General-de-Exército Maynard Marques de SANTA ROSA foi punido com exoneração do cargo de Chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Comando do Exército, por haver criticado o Programa Nacional dos Direitos Humanos, aprovado por decreto do Presidente da República - que, segundo suas próprias declarações, assinou sem ler.
... Não há ressalvas aos incisos apresentados e, portanto, o General não poderia ser punido por haver declarado, por exemplo, que a Comissão da Verdade corria o risco de torna-se uma ‘Comissão da Calúnia’ porque é constituída pelos ‘mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o seqüestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime, para alcançar o poder’.
...
Outra aberração é a ‘subordinação dos militares aos civis’, da forma como está sendo interpretada. Os militares devem ser subordinados às leis e aos poderes constituídos, como qualquer outro cidadão. E assim estão. E assim aceitam. Não ‘subordinados aos civis’, pressupondo que os militares não devem ser instituídos como autoridade pública, em cargos de natureza política.
Nossas homenagens públicas ao General SANTA ROSA e a todos os militares que não aceitam a condição de ‘cidadãos de segunda classe’.”
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
MAÇONARIA HOMENAGEIA O GEN SANTA ROSA
O que pode se esperar de uma Nação governada por bandidos? Uma Nação em que ao se falar uma verdade se é punido?
"Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se opor a agitadores e terroristas de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia". (Gen Walter Pires-Ex Ministro do Exército)
14 de fevereiro de 2010
MAÇONARIA DE BRASÍLIA HOMENAGEIA GENERAL SANTA ROSA
HOMENAGEM AO GENERAL SANTA ROSA
“A farda não abafa, no peito do soldado, o cidadão".
Marechal Osório,
Senador do Império e Patrono da Arma de Cavalaria.
Lucas Francisco Galdeano
Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Distrito Federal
O General-de-Exército Maynard Marques de SANTA ROSA foi punido com exoneração do cargo de Chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Comando do Exército, por haver criticado o Programa Nacional dos Direitos Humanos, aprovado por decreto do Presidente da República — que, segundo suas próprias declarações, assinou sem ler.
O momento merece reflexões. A maioria dos militares da ativa se cala, aceitando pacificamente as teses enfaticamente divulgadas pela propaganda oficial de que “o poder militar deve estar subordinado ao poder civil” e que o militar não pode se pronunciar em assuntos políticos.
O art. 5º da Constituição Federal declara que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”:
...
“IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”;
...
“VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”;
...
“IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.
Não há ressalvas aos incisos apresentados e, portanto, o General não poderia ser punido por haver declarado, por exemplo, que a Comissão da Verdade corria o risco de torna-se uma “Comissão da Calúnia” porque é constituída pelos "mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o seqüestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime, para alcançar o poder".
Não basta concordar com o General. É preciso discutir os motivos de sua punição e questionar se os militares não têm os mesmos direitos dos demais cidadãos e, nesse caso, passam a ser “cidadãos de segunda classe”, o que seria uma aberração. Isso fere os preceitos constitucionais e alguns dos Princípios Básicos da MAÇONARIA, por nós grifados no próprio caput do citado artigo: liberdade e igualdade.
Outra aberração é a “subordinação dos militares aos civis”, da forma como está sendo interpretada. Os militares devem ser subordinados às leis e aos poderes constituídos, como qualquer outro cidadão. E assim estão. E assim aceitam. Não “subordinados aos civis”, pressupondo que os militares não devem ser instituídos como autoridade pública, em cargos de natureza política.
Nossas homenagens públicas ao General SANTA ROSA e a todos os militares que não aceitam a condição de “cidadãos de segunda classe”.
Postado por Ricardo Montedo às 05:59
"Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se opor a agitadores e terroristas de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia". (Gen Walter Pires-Ex Ministro do Exército)
14 de fevereiro de 2010
MAÇONARIA DE BRASÍLIA HOMENAGEIA GENERAL SANTA ROSA
HOMENAGEM AO GENERAL SANTA ROSA
“A farda não abafa, no peito do soldado, o cidadão".
Marechal Osório,
Senador do Império e Patrono da Arma de Cavalaria.
Lucas Francisco Galdeano
Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Distrito Federal
O General-de-Exército Maynard Marques de SANTA ROSA foi punido com exoneração do cargo de Chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Comando do Exército, por haver criticado o Programa Nacional dos Direitos Humanos, aprovado por decreto do Presidente da República — que, segundo suas próprias declarações, assinou sem ler.
O momento merece reflexões. A maioria dos militares da ativa se cala, aceitando pacificamente as teses enfaticamente divulgadas pela propaganda oficial de que “o poder militar deve estar subordinado ao poder civil” e que o militar não pode se pronunciar em assuntos políticos.
O art. 5º da Constituição Federal declara que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”:
...
“IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”;
...
“VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”;
...
“IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.
Não há ressalvas aos incisos apresentados e, portanto, o General não poderia ser punido por haver declarado, por exemplo, que a Comissão da Verdade corria o risco de torna-se uma “Comissão da Calúnia” porque é constituída pelos "mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o seqüestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime, para alcançar o poder".
Não basta concordar com o General. É preciso discutir os motivos de sua punição e questionar se os militares não têm os mesmos direitos dos demais cidadãos e, nesse caso, passam a ser “cidadãos de segunda classe”, o que seria uma aberração. Isso fere os preceitos constitucionais e alguns dos Princípios Básicos da MAÇONARIA, por nós grifados no próprio caput do citado artigo: liberdade e igualdade.
Outra aberração é a “subordinação dos militares aos civis”, da forma como está sendo interpretada. Os militares devem ser subordinados às leis e aos poderes constituídos, como qualquer outro cidadão. E assim estão. E assim aceitam. Não “subordinados aos civis”, pressupondo que os militares não devem ser instituídos como autoridade pública, em cargos de natureza política.
Nossas homenagens públicas ao General SANTA ROSA e a todos os militares que não aceitam a condição de “cidadãos de segunda classe”.
Postado por Ricardo Montedo às 05:59
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
HOMOSEXUAIS NAS FFAA
A valiosa sinceridade do General
7/2/2010
Tendo em vista a repercussão, na mídia, contra uma opinião manifestada pelo general de exército Raymundo Nonato de Cerqueira Filho — em depoimento no Senado — só nos cabe concluir que, em nosso país, a honestidade mental corre crescente perigo. Quem quiser ocupar posições de maior relevo, assumindo novas responsabilidades deve — é a triste realidade —, evitar, a todo custo, a sinceridade. É preciso treinar, em casa, antes da audiência, a técnica de mentir, agir como um ator. “Curvar-se à direção dos ventos”. Do contrário, será “boicotado” em suas legítimas aspirações. Deve responder às perguntas, não conforme sua opinião sincera — no caso acertada ou, no mínimo, muito sensata —, mas de acordo com o “politicamente correto”. Essa expressão, todos sabem, significa o oposto da verdadeira opinião.
Tudo isso vem a propósito da audiência, no Senado, em que o referido general foi sabatinado, como é de rigor, antes de ocupar uma vaga no STM – Superior Tribunal Militar.
Qual o suposto “absurdo”, proferido pelo referido general que talvez o impeça de ocupar um cargo no STM? Disse apenas que os homossexuais só deveriam ser aceitos pelas Forças Armadas “se mantivessem a opção sexual em segredo”. Vejam bem: ele não veta o ingresso, nas Forças Armadas, daquele homossexual discreto, que considera sua opção matéria de foro íntimo, não precisando ser espalhada. Não propõe que os interessados em servir na área das armas sejam obrigados a se submeter a um detector de mentiras para que não mintam sobre suas preferências sexuais. Nem pretende que, constatado que um militar é homossexual, seja ele expulso da corporação, só por isso. O ilustre oficial manifestou-se contrário à presença de homossexuais declarados nas Forças Armadas porque, como tais, não conseguirão comandar — subtende-se com a mesma aceitação —, a tropa. Essa é, porém, sua opinião, provavelmente compartilhada por grande número de experientes militares e mesmo por civis. Apenas um dado da realidade social. Na controvertida declaração o ilustre general está preocupado é com a disciplina nos quartéis; não “ataca” os homossexuais por serem tais.
Realisticamente, é preciso lembrar que o nível cultural da tropa não é elevado. O preconceito popular ainda existe, é muito forte, e não anulável em curto espaço de tempo. A baixa escolaridade prepondera entre os soldados. É previsível um certo desrespeito do soldado, principalmente se iniciante, com relação ao superior que, todos sabem, sente atração pelo mesmo sexo. Isso não estimula a disciplina. Principalmente se o homossexual revela, com trejeitos, sua orientação sexual. Se, constatada uma infração disciplinar, o oficial gay deixou de punir um ou dois subordinados, com quem mantém relações especialmente cordiais, outros praças dirão — talvez injustamente —, que a benevolência explica-se pelos laços afetivos íntimos que dificultam a punição dos “queridinhos”.
A opinião do referido general não se reveste de inconstitucionalidade. Todos têm o direito de expressar seu pensamento, respondendo por eventuais abusos. No caso, depondo no Senado, o dever de dizer a verdade é especialmente exigível. Só merece elogios quem não mente em situação como essa, mesmo com o risco de não ser aprovado pela comissão que o sabatina. Não se vê abuso na opinião em exame. É apenas a visão franca, honesta, de um profissional que conhece, mais que os parlamentares, a mentalidade da tropa. Ele não está preocupado, na verdade, com a vida íntima dos soldados. Prevê e inquieta-se com a perspectiva de relaxamento em uma atividade essencialmente máscula e sóbria, que tem na hierarquia um dos seus pilares de sustentação.
No depoimento ele não se mostra hostil aos homossexuais, de modo geral. Frisa que existem outras inúmeras profissões em que podem se destacar. No mundo artístico, intelectual, empresarial, no jornalismo e nas profissões liberais há espaço de sobra para a criatividade, geralmente elevada, dos homossexuais. É questão apenas de colocar o homem certo na atividade mais de acordo com sua natureza. Se, por mero exemplo, analogicamente, um candidato à carreira diplomática tiver um gênio excessivamente irascível, violento — com antecedentes de esbofetear quem o contradiz — caso ele seja reprovado, por seu temperamento, no concurso de ingresso na carreira diplomática, nem por isso poderá alegar que foi negado o seu direito constitucional de acesso ao cargos públicos. Outros existirão, disponíveis. Não houve, no caso, “preconceito”. Houve apenas a preocupação de preenchimento de funções conforme a compatibilidade da personalidade do candidato com o cargo visado.
Quem já serviu o Exército presenciou que os locais para banho são amplos, coletivos, sem compartimentos individuais. Como todos os praças sabem que ali só há “homens”, na sua “orientação” tradicional, não há porque desconfiar do militar que está a seu lado, se ensaboando e, ocasionalmente, olhou para ele de um modo mais demorado. Se houver, porém, a certeza de que ao lado está um homossexual, surge o receio de que aquele olhar pode ter um especial significado, desagradável para quem foi criado num ambiente cultural em que os sexos devem ser distintamente definidos. Esse clima de constante desconfiança não é bom para a tropa. As piadas prosperam.
Quando a norma constitucional diz que todos devem ser tratados igualmente — não permitindo preconceitos contra deficientes físicos, raças e orientação sexual —, isso não quer dizer que todos, absolutamente todos, possam ocupar toda e qualquer função pública, sem restrições.
Já houve quem pensasse, por exemplo, que cegos poderiam ser juízes. Ocorre que o juiz — principalmente o de primeira instância —, precisa do sentido da visão. Precisa ler as petições; ler o que ele mesmo, ou alguém por ele, escreveu como despacho ou decisão; analisar a reação física da testemunha — que pode estar mentindo —; examinar a planta de um imóvel, etc. E não pode também ser nem surdo nem mudo, por razões óbvias. Para as petições e documentos serem vertidas para o código Braile seria oneroso demais. Mesmo nos tribunais superiores seria problemático admitir portadores de deficiências dos sentidos. É preciso ler petições, falar e ouvir as sustentações orais e opiniões dos colegas de julgamento. Assim, esse não-acesso de alguns à profissão de magistrado tem razão de ser. Não por “preconceito”, mas porque a natureza da função assim o exige. Cegos podem se tornar excelentes juristas, professores e conferencistas. Quem já ouviu alguma palestra do professor de direito Alberto do Amaral Júnior, que é cego, ficou certamente impressionado com o invulgar rigor lógico da exposição e profundidade de seus conhecimentos. Não podendo ler os livros, alguém faz isso por ele, lendo em voz alta.
Se houver amplo acesso de homossexuais declarados às Forças Armadas é previsível que profissão militar seja especialmente procurada por eles tendo em vista a carência afetiva dos homens que amam homens, e não mulheres. E ninguém pode negar que fatores sexuais influem nas opções profissionais. Um famoso ator inglês, Michael Caine, tornou-se ator apenas porque estava enamorado de uma bonita moça que estudava arte dramática em determinada escola. Ele mesmo é que disse isso, em entrevista. Seguindo-a algumas vezes na rua, viu que ela freqüentava aquela escola de atores. Para ter a oportunidade de, talvez, beijá-la em algum ensaio, matriculou-se no curso e acabou tornando-se um ator de sucesso. Igualmente, se houver um forte fluxo de homossexuais querendo ingressar nas Forças Armadas, é natural e previsível que, com o tempo, a proporção deles na carreira das armas seja muito maior que a existente em outras profissões. Isso porque o militar heterossexual, com freqüência — e por razões de serviço —, é obrigado a ficar longe da família, ou namorada; “vazio” sentimental que estimulará homossexuais a ocupar esse espaço.
Analogicamente, pelo mesmo motivo, não parece ser recomendável que lésbicas dêem preferência a trabalhar como carcereiras em presídios femininos
Duas décadas atrás, perguntei a um experiente cirurgião por que havia tão poucas mulheres exercendo essa especialidade. Ele me respondeu que, em parte, isso ocorria por uma questão de mera tradição, que estava desaparecendo aos poucos. Argumentou, porém, que, na sua opinião, as médicas, por temperamento — por serem mais delicadas —, preferem cuidar de problemas menos violentos, menos brutais, menos “sanguinolentos”. Explicou-me que, por vezes, o paciente que está na mesa de operação tem uma peculiaridade anatômica, uma artéria “fora do seu lugar”, isto é, não conforme o que consta nos compêndios de anatomia. Se, por acidente, a artéria é cortada pelo bisturi, o sangue inundando o campo operatório, é preciso muita presença de espírito, “vocação”, para lidar com o súbito problema. Nesse caso o cirurgião é obrigado a agir meio no escuro, porque o sangue jorra e cobre tudo. Ele entendia que o homem — embora nem todos — tem mais “sangue frio” nessas situações. Enfim, se uma jovem médica prefere clinicar em vez de operar, é seu “direito” não ser forçada a trabalhar, como empregada, amputando pernas, operando coração, etc. Reciprocamente, a administração pública, no caso as Forças Armadas, também têm o direito de prevenir o ingresso, em suas fileiras, de homens que vão favorecer, mesmo involuntariamente, uma maior indisciplina na tropa.
Se o ilustre general Cerqueira Filho for “reprovado” na sabatina, só porque não mentiu, porque deu sua opinião — equilibrada e aceitável —, todos os futuros sabatinados ficarão doravante conscientes de que no nosso país é imprescindível mentir para ocupar cargos mais elevados. Espera-se que não ocorra tal desmoralização.
7/2/2010
Tendo em vista a repercussão, na mídia, contra uma opinião manifestada pelo general de exército Raymundo Nonato de Cerqueira Filho — em depoimento no Senado — só nos cabe concluir que, em nosso país, a honestidade mental corre crescente perigo. Quem quiser ocupar posições de maior relevo, assumindo novas responsabilidades deve — é a triste realidade —, evitar, a todo custo, a sinceridade. É preciso treinar, em casa, antes da audiência, a técnica de mentir, agir como um ator. “Curvar-se à direção dos ventos”. Do contrário, será “boicotado” em suas legítimas aspirações. Deve responder às perguntas, não conforme sua opinião sincera — no caso acertada ou, no mínimo, muito sensata —, mas de acordo com o “politicamente correto”. Essa expressão, todos sabem, significa o oposto da verdadeira opinião.
Tudo isso vem a propósito da audiência, no Senado, em que o referido general foi sabatinado, como é de rigor, antes de ocupar uma vaga no STM – Superior Tribunal Militar.
Qual o suposto “absurdo”, proferido pelo referido general que talvez o impeça de ocupar um cargo no STM? Disse apenas que os homossexuais só deveriam ser aceitos pelas Forças Armadas “se mantivessem a opção sexual em segredo”. Vejam bem: ele não veta o ingresso, nas Forças Armadas, daquele homossexual discreto, que considera sua opção matéria de foro íntimo, não precisando ser espalhada. Não propõe que os interessados em servir na área das armas sejam obrigados a se submeter a um detector de mentiras para que não mintam sobre suas preferências sexuais. Nem pretende que, constatado que um militar é homossexual, seja ele expulso da corporação, só por isso. O ilustre oficial manifestou-se contrário à presença de homossexuais declarados nas Forças Armadas porque, como tais, não conseguirão comandar — subtende-se com a mesma aceitação —, a tropa. Essa é, porém, sua opinião, provavelmente compartilhada por grande número de experientes militares e mesmo por civis. Apenas um dado da realidade social. Na controvertida declaração o ilustre general está preocupado é com a disciplina nos quartéis; não “ataca” os homossexuais por serem tais.
Realisticamente, é preciso lembrar que o nível cultural da tropa não é elevado. O preconceito popular ainda existe, é muito forte, e não anulável em curto espaço de tempo. A baixa escolaridade prepondera entre os soldados. É previsível um certo desrespeito do soldado, principalmente se iniciante, com relação ao superior que, todos sabem, sente atração pelo mesmo sexo. Isso não estimula a disciplina. Principalmente se o homossexual revela, com trejeitos, sua orientação sexual. Se, constatada uma infração disciplinar, o oficial gay deixou de punir um ou dois subordinados, com quem mantém relações especialmente cordiais, outros praças dirão — talvez injustamente —, que a benevolência explica-se pelos laços afetivos íntimos que dificultam a punição dos “queridinhos”.
A opinião do referido general não se reveste de inconstitucionalidade. Todos têm o direito de expressar seu pensamento, respondendo por eventuais abusos. No caso, depondo no Senado, o dever de dizer a verdade é especialmente exigível. Só merece elogios quem não mente em situação como essa, mesmo com o risco de não ser aprovado pela comissão que o sabatina. Não se vê abuso na opinião em exame. É apenas a visão franca, honesta, de um profissional que conhece, mais que os parlamentares, a mentalidade da tropa. Ele não está preocupado, na verdade, com a vida íntima dos soldados. Prevê e inquieta-se com a perspectiva de relaxamento em uma atividade essencialmente máscula e sóbria, que tem na hierarquia um dos seus pilares de sustentação.
No depoimento ele não se mostra hostil aos homossexuais, de modo geral. Frisa que existem outras inúmeras profissões em que podem se destacar. No mundo artístico, intelectual, empresarial, no jornalismo e nas profissões liberais há espaço de sobra para a criatividade, geralmente elevada, dos homossexuais. É questão apenas de colocar o homem certo na atividade mais de acordo com sua natureza. Se, por mero exemplo, analogicamente, um candidato à carreira diplomática tiver um gênio excessivamente irascível, violento — com antecedentes de esbofetear quem o contradiz — caso ele seja reprovado, por seu temperamento, no concurso de ingresso na carreira diplomática, nem por isso poderá alegar que foi negado o seu direito constitucional de acesso ao cargos públicos. Outros existirão, disponíveis. Não houve, no caso, “preconceito”. Houve apenas a preocupação de preenchimento de funções conforme a compatibilidade da personalidade do candidato com o cargo visado.
Quem já serviu o Exército presenciou que os locais para banho são amplos, coletivos, sem compartimentos individuais. Como todos os praças sabem que ali só há “homens”, na sua “orientação” tradicional, não há porque desconfiar do militar que está a seu lado, se ensaboando e, ocasionalmente, olhou para ele de um modo mais demorado. Se houver, porém, a certeza de que ao lado está um homossexual, surge o receio de que aquele olhar pode ter um especial significado, desagradável para quem foi criado num ambiente cultural em que os sexos devem ser distintamente definidos. Esse clima de constante desconfiança não é bom para a tropa. As piadas prosperam.
Quando a norma constitucional diz que todos devem ser tratados igualmente — não permitindo preconceitos contra deficientes físicos, raças e orientação sexual —, isso não quer dizer que todos, absolutamente todos, possam ocupar toda e qualquer função pública, sem restrições.
Já houve quem pensasse, por exemplo, que cegos poderiam ser juízes. Ocorre que o juiz — principalmente o de primeira instância —, precisa do sentido da visão. Precisa ler as petições; ler o que ele mesmo, ou alguém por ele, escreveu como despacho ou decisão; analisar a reação física da testemunha — que pode estar mentindo —; examinar a planta de um imóvel, etc. E não pode também ser nem surdo nem mudo, por razões óbvias. Para as petições e documentos serem vertidas para o código Braile seria oneroso demais. Mesmo nos tribunais superiores seria problemático admitir portadores de deficiências dos sentidos. É preciso ler petições, falar e ouvir as sustentações orais e opiniões dos colegas de julgamento. Assim, esse não-acesso de alguns à profissão de magistrado tem razão de ser. Não por “preconceito”, mas porque a natureza da função assim o exige. Cegos podem se tornar excelentes juristas, professores e conferencistas. Quem já ouviu alguma palestra do professor de direito Alberto do Amaral Júnior, que é cego, ficou certamente impressionado com o invulgar rigor lógico da exposição e profundidade de seus conhecimentos. Não podendo ler os livros, alguém faz isso por ele, lendo em voz alta.
Se houver amplo acesso de homossexuais declarados às Forças Armadas é previsível que profissão militar seja especialmente procurada por eles tendo em vista a carência afetiva dos homens que amam homens, e não mulheres. E ninguém pode negar que fatores sexuais influem nas opções profissionais. Um famoso ator inglês, Michael Caine, tornou-se ator apenas porque estava enamorado de uma bonita moça que estudava arte dramática em determinada escola. Ele mesmo é que disse isso, em entrevista. Seguindo-a algumas vezes na rua, viu que ela freqüentava aquela escola de atores. Para ter a oportunidade de, talvez, beijá-la em algum ensaio, matriculou-se no curso e acabou tornando-se um ator de sucesso. Igualmente, se houver um forte fluxo de homossexuais querendo ingressar nas Forças Armadas, é natural e previsível que, com o tempo, a proporção deles na carreira das armas seja muito maior que a existente em outras profissões. Isso porque o militar heterossexual, com freqüência — e por razões de serviço —, é obrigado a ficar longe da família, ou namorada; “vazio” sentimental que estimulará homossexuais a ocupar esse espaço.
Analogicamente, pelo mesmo motivo, não parece ser recomendável que lésbicas dêem preferência a trabalhar como carcereiras em presídios femininos
Duas décadas atrás, perguntei a um experiente cirurgião por que havia tão poucas mulheres exercendo essa especialidade. Ele me respondeu que, em parte, isso ocorria por uma questão de mera tradição, que estava desaparecendo aos poucos. Argumentou, porém, que, na sua opinião, as médicas, por temperamento — por serem mais delicadas —, preferem cuidar de problemas menos violentos, menos brutais, menos “sanguinolentos”. Explicou-me que, por vezes, o paciente que está na mesa de operação tem uma peculiaridade anatômica, uma artéria “fora do seu lugar”, isto é, não conforme o que consta nos compêndios de anatomia. Se, por acidente, a artéria é cortada pelo bisturi, o sangue inundando o campo operatório, é preciso muita presença de espírito, “vocação”, para lidar com o súbito problema. Nesse caso o cirurgião é obrigado a agir meio no escuro, porque o sangue jorra e cobre tudo. Ele entendia que o homem — embora nem todos — tem mais “sangue frio” nessas situações. Enfim, se uma jovem médica prefere clinicar em vez de operar, é seu “direito” não ser forçada a trabalhar, como empregada, amputando pernas, operando coração, etc. Reciprocamente, a administração pública, no caso as Forças Armadas, também têm o direito de prevenir o ingresso, em suas fileiras, de homens que vão favorecer, mesmo involuntariamente, uma maior indisciplina na tropa.
Se o ilustre general Cerqueira Filho for “reprovado” na sabatina, só porque não mentiu, porque deu sua opinião — equilibrada e aceitável —, todos os futuros sabatinados ficarão doravante conscientes de que no nosso país é imprescindível mentir para ocupar cargos mais elevados. Espera-se que não ocorra tal desmoralização.
VERDADES DO GOVERNO LULA
O BLOG DE ADRIANA VANDONI ESTÁ CENSURADO POR ORDEM JUDICIAL!
Veja abaixo o texto que foi censurado pelo governo Lula.
Publicado por Adriana Vandoni em 10 novembro, 2009, às 13h31
> Já tivemos presidentes para todos os gostos, ditatorial, democrático, neo-liberal e até presidente bossa nova.
> Mas nunca tivemos um vendedor de ilusão como o atual.
> Também nunca tivemos uma propaganda à moda de Goebbels no Brasil como agora.
> O lema de Goebbels era uma mentira repetida várias vezes, se tornará uma verdade.
> O povo, no sentido coletivo, vive em um jardim de infância permanente.
> Vejamos alguns dados vendidos pelo ilusionista.
> O governo atual diz que pagou a divida externa, mas hoje, ela está em 230 bilhões de dólares.
> Você sabia ou não quer saber?
> A pergunta é: pagou?
> Quitou?
> Saldou?
> Não.
> Mas uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.
> Pagamos sim, ao FMI, 5 bilhões de dólares, o que portanto mostra apenas quão distante estamos do que é pregado para o povo.
> Nossa dívida interna saltou de 650 bilhões de reais em 2003, para 1 trilhão e 600 bilhões de reais hoje, e a nossa arrecadação em 2003 ano da posse do ilusionista que foi de 340 bilhões, em 2008 foi de 1 trilhão e 24 bilhões de
> reais.
> Este ano a arrecadação caiu 1% e, olhem bem, as despesas aumentaram 16, 5%.
> Mas esses dados são empurrados para debaixo do tapete.
> Enquanto isso os petralhas estão todos de bem com a vida, pois somente com nomeação já foram 108 mil, isso sem contar as 60 mil nomeações para cargos de comissão.
> É o aparelhamento do Estado.
> Enquanto isso os gastos com infra-esturutra só subiram apenas 1%, já as despesas com os companheiros subiram para mais de 70%.
> Como um país pode crescer sem em infra-estrutura, sendo essa inclusive a parte que caberia ao governo?
> O PT vai muito bem, os companheiros estão todos muito bem situados, todos, portanto, estão fora da marolinha, mas nos outros estamos sentindo o peso do Estado petista ineficiente, predador e autoritário.
> Nas áreas cruciais em que se esperaria a mão forte e intervencionista do governo, ou seja, na saúde, educação e segurança o que temos são desastres e mais desastres, mortandades.
> O governo Lula que fala tanto em cotas raciais para a educação, basta dizer que entre as 100 melhores universidades do mundo, o Brasil passa longe.
> Já os Estados Unidos (eta capitalismo) possuem 20 universidades que estão entre as 100 melhores.
> O Brasil não aparece com nenhuma.
> São números.
> O governo Lula também desfralda a bandeira da reforma agrária.
> O governo anterior fez mais pela reforma agrária que o PT, mas claro, esses números não interessam.
> Na verdade não deveriam interessar mesmo.
> Basta dizer que reforma agrária é mais falácia do que coisa concreta em beneficio da sociedade.
> Se querem saber, em todos os países onde houve reforma agrária, logo em seguida se tornaram países importadores de alimento.
> A ex-URSS, Cuba e China são exemplos claros do que estou afirmando.
> Mas continuamos com o discurso de reforma agrária.
> A URSS quando Stalin coletivizou a terra, passou a ser importadora de alimento e consequentemente a ser um dos responsáveis pelo aumento do preço do alimento no mundo.
> Entendam.
> Cuba antes da comunização com Fidel, produzia 12 milhões de toneladas de açúcar do mundo, hoje não produz nem 2 milhões.
> A Venezuela tão admirada por Lula produzia 4 mil quilos de feijão por hectares, depois da reforma agrária praticada pelo coronel Hugo Chaves só produz 500 kg por hectares.
> Mas os socialistas não sabem nem querem saber dessas questões, o trabalho que dá para produzir, para gerar alimentos, isso porque eles tem a sociedade
> para lhes pagar o salário, as contas e as mordomias, além de dinheiro do contribuinte para colocar comida na sua mesa.
> Mas eles não sabem nem querem saber sobre o que é produzir, cultivar, plantar alimentos.
> Pois bem, os companheiros acreditam nos milagres da reforma agrária.
> Dizem que estão mudando o país.
> É para gargalhar.
> Agora incrível, e hoje está mais do que comprovado, que com a diminuição dos impostos nos setores de eletrodoméstico fez o comércio e indústria neste
> setor produzir e vender mais.
> O aquecimento na venda de carros também surtiu efeito com a redução de impostos.
> O que fica definitivamente comprovado que imposto nesse país é um empecilho ao progresso e ao desenvolvimento.
> Mas o discurso dos petistas é outro.
> Ou seja, uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.
> É o ilusionismo de Lula.
>
> COMO O BLOG FOI AMORDAÇADO JUDICIALMENTE PELO GOVERNO, VAMOS DIVULGÁ-LO!
Veja abaixo o texto que foi censurado pelo governo Lula.
Publicado por Adriana Vandoni em 10 novembro, 2009, às 13h31
> Já tivemos presidentes para todos os gostos, ditatorial, democrático, neo-liberal e até presidente bossa nova.
> Mas nunca tivemos um vendedor de ilusão como o atual.
> Também nunca tivemos uma propaganda à moda de Goebbels no Brasil como agora.
> O lema de Goebbels era uma mentira repetida várias vezes, se tornará uma verdade.
> O povo, no sentido coletivo, vive em um jardim de infância permanente.
> Vejamos alguns dados vendidos pelo ilusionista.
> O governo atual diz que pagou a divida externa, mas hoje, ela está em 230 bilhões de dólares.
> Você sabia ou não quer saber?
> A pergunta é: pagou?
> Quitou?
> Saldou?
> Não.
> Mas uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.
> Pagamos sim, ao FMI, 5 bilhões de dólares, o que portanto mostra apenas quão distante estamos do que é pregado para o povo.
> Nossa dívida interna saltou de 650 bilhões de reais em 2003, para 1 trilhão e 600 bilhões de reais hoje, e a nossa arrecadação em 2003 ano da posse do ilusionista que foi de 340 bilhões, em 2008 foi de 1 trilhão e 24 bilhões de
> reais.
> Este ano a arrecadação caiu 1% e, olhem bem, as despesas aumentaram 16, 5%.
> Mas esses dados são empurrados para debaixo do tapete.
> Enquanto isso os petralhas estão todos de bem com a vida, pois somente com nomeação já foram 108 mil, isso sem contar as 60 mil nomeações para cargos de comissão.
> É o aparelhamento do Estado.
> Enquanto isso os gastos com infra-esturutra só subiram apenas 1%, já as despesas com os companheiros subiram para mais de 70%.
> Como um país pode crescer sem em infra-estrutura, sendo essa inclusive a parte que caberia ao governo?
> O PT vai muito bem, os companheiros estão todos muito bem situados, todos, portanto, estão fora da marolinha, mas nos outros estamos sentindo o peso do Estado petista ineficiente, predador e autoritário.
> Nas áreas cruciais em que se esperaria a mão forte e intervencionista do governo, ou seja, na saúde, educação e segurança o que temos são desastres e mais desastres, mortandades.
> O governo Lula que fala tanto em cotas raciais para a educação, basta dizer que entre as 100 melhores universidades do mundo, o Brasil passa longe.
> Já os Estados Unidos (eta capitalismo) possuem 20 universidades que estão entre as 100 melhores.
> O Brasil não aparece com nenhuma.
> São números.
> O governo Lula também desfralda a bandeira da reforma agrária.
> O governo anterior fez mais pela reforma agrária que o PT, mas claro, esses números não interessam.
> Na verdade não deveriam interessar mesmo.
> Basta dizer que reforma agrária é mais falácia do que coisa concreta em beneficio da sociedade.
> Se querem saber, em todos os países onde houve reforma agrária, logo em seguida se tornaram países importadores de alimento.
> A ex-URSS, Cuba e China são exemplos claros do que estou afirmando.
> Mas continuamos com o discurso de reforma agrária.
> A URSS quando Stalin coletivizou a terra, passou a ser importadora de alimento e consequentemente a ser um dos responsáveis pelo aumento do preço do alimento no mundo.
> Entendam.
> Cuba antes da comunização com Fidel, produzia 12 milhões de toneladas de açúcar do mundo, hoje não produz nem 2 milhões.
> A Venezuela tão admirada por Lula produzia 4 mil quilos de feijão por hectares, depois da reforma agrária praticada pelo coronel Hugo Chaves só produz 500 kg por hectares.
> Mas os socialistas não sabem nem querem saber dessas questões, o trabalho que dá para produzir, para gerar alimentos, isso porque eles tem a sociedade
> para lhes pagar o salário, as contas e as mordomias, além de dinheiro do contribuinte para colocar comida na sua mesa.
> Mas eles não sabem nem querem saber sobre o que é produzir, cultivar, plantar alimentos.
> Pois bem, os companheiros acreditam nos milagres da reforma agrária.
> Dizem que estão mudando o país.
> É para gargalhar.
> Agora incrível, e hoje está mais do que comprovado, que com a diminuição dos impostos nos setores de eletrodoméstico fez o comércio e indústria neste
> setor produzir e vender mais.
> O aquecimento na venda de carros também surtiu efeito com a redução de impostos.
> O que fica definitivamente comprovado que imposto nesse país é um empecilho ao progresso e ao desenvolvimento.
> Mas o discurso dos petistas é outro.
> Ou seja, uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade.
> É o ilusionismo de Lula.
>
> COMO O BLOG FOI AMORDAÇADO JUDICIALMENTE PELO GOVERNO, VAMOS DIVULGÁ-LO!
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
A CUNHA(Excelente texto)
Excelente e oportuno texto de um Soldado de Cavalaria! O autor, Cel Forrer Garcia, não perde a altivez, o desassombro e o orgulho dos que conhecem a carreira das armas pela matéria e pelo espírito. Esbanja humildade, disciplina,sinceridade e amor à verdade!
Sobre a Cunha e outras coisas...
(Jorge Alberto Forrer Garcia – Cel Refo -Turma Tiradentes – AMAN 1977)
Mesmo na Reserva Remunerada não consigo livrar-me das amarras da educação militar e continuo tratando a todos com muito respeito. Alguns superiores dispensam-me das formalidades, mas não quero, prefiro assim. Acho que é por isso que, quando algum assunto polêmico atinge as Forças Armadas, particularmente o Exército, aguardo sempre que um militar de patente superior à minha manifeste-se sobre o assunto. Só depois, exerço a minha prerrogativa de escrever sobre aquilo, tentando levar a minha participação aos debates. Minha lista é pequena, porém, algumas pessoas dela tem raio de ação muito maior. Assim, sei que o que eu escrever poderá ter boa difusão.
Muito usada desde a antiguidade, creio ser a “cunha” uma das primeiras ferramentas empregadas pelo homem.
A imagem que me vem à mente sobre uma cunha é a de uma peça de metal resistente usada pelos madeireiros quando querem derrubar árvores frondosas cujo diâmetro desafie a operacionalidade do machado.
Grosso modo, a cunha tem um perfil triangular e, a partir de seu lado mais delgado, vai-se a empurrando, à força e pacientemente, em direção ao cerne da árvore que se quer derrubar, de modo que esta se vai inclinando, até atingir um ponto de ruptura que leva o tronco ao solo.
Conforme a natureza da madeira de que seja constituído o tronco esse quebra-se rápido ou vai-se lascando longitudinalmente. Nesse caso, de uma forma tal que inviabiliza seu melhor aproveitamento futuro.
Mas o tronco cai.
É com essa imagem da cunha que vejo as seguidas investidas contra a coesão da Instituição Exército feitas por alguns vetores de comunicação social, pessoas com acesso a espaços na Imprensa e, até mesmo, por alguns militares, que involuntariamente colaboram com aqueles, na tarefa de dissociar o Exército que consideram “de ontem” do Exército que dizem ser o “de hoje”. Esse tipo de manifestação não é novo e, as mais recentes, eu as li associadas às questões sobre a busca de ossadas de guerrilheiros na região do Araguaia e, agora, com as discussões sobre a “revisão” unilateral da Lei de Anistia.
A Internet, que já foi comparada a uma praça pública para efeito de divulgação de opiniões, permitiu-me o acesso a coisas como as que transcrevo:
— de um suposto oficial do Exército da ativa, portanto, cometendo transgressão disciplinar, externando sua indignação por algumas pessoas terem-se manifestado contrárias ao emprego do Exército na mais recente operação de buscas no Araguaia, da qual ele participava ...
"Concordo que este ponto da história deva ser sepultado, .... Ninguém está querendo endeusar ninguém, e todos sabem dos erros que foram cometidos no passado. Mas não julguem o presente Exército pelo passado Exército, pelos passados líderes, comandantes, chefes...”
— De um oficial da ativa, do posto de Tenente, ótimo profissional e prestes a fazer um curso de aperfeiçoamento...
"já passei em dois concursos públicos, mas não fui chamado. Vou continuar fazendo, pois, numa dessas eu dou sorte e alguém me chama.",
Assim, o jovem oficial deixa clara a sua mínima vocação e uma preocupação em ser chamado para um emprego que lhe permita obter melhores vencimentos.
É a cunha, agindo sobre o que o Exército tem de mais valioso: os seus recursos humanos, expelindo da Força grandes talentos, e tornando “barnabés” os que ficam, proletarizando-os. Assim, surge o militar-massa (de manobra, é claro).
2/3
Sobre os casos veiculados pela Imprensa, deixo de citar outros por que sei que os senhores são muito bem informados. Destaco tão somente um, mais recente, em que uma jornalista, defendendo o ponto de vista a favor da revisão da Lei de Anistia, de modo a levar a julgamento algumas pessoas, não todas, entre elas só os militares, assim se referiu ao Exército:
“...o Exército de hoje não está disposto a contrariar a sociedade, deixando de permitir o julgamento de senhores septuagenários que cometeram aqueles atos quando os atuais militares não eram nem nascidos...”.
Viu só? Isso é a cunha a que me referi.
Dentre as formas escolhidas para enfraquecer a nossa Instituição foi cravar nela uma cunha (será que posso escrever “nossa”? Ou a ferramenta já me atingiu?) e, como se diz militarmente, com paciência, ir “alargando a brecha”, até dissociar o Exército “de ontem” do Exército “de hoje”.
Na hipótese, somente na hipótese, de se tomar como realizável tal intento, a Instituição deixaria de ser permanente e poderíamos esperar para o futuro a substituição de nossos patronos, glórias e tradições. Porém, como se diz popularmente: “me poupem”.
Eu, se ainda estivesse em escola de formação, certamente preferiria estudar tiro das armas portáteis e progressão no terreno do que “ter noções de direitos humanos”, como se, só por ser militar, eu tivesse a mente de alguma forma pervertida, desmerecendo a educação familiar cristã que recebi na infância e adolescência.
Porém, quando dava por finalizado este exercício de verborragia, leio nas páginas de um jornal de circulação nacional, um senhor advogado opinando sobre como devem ser formados os militares brasileiros. Ora! Meu senhor! As Forças Armadas no mais das vezes sempre esteve com seu sistema de ensino léguas à frente do sistema de ensino nacional. Não me julgo nas melhores condições para lhe jogar na “cara” o quanto é avançado o ensino militar brasileiro, pois tenho companheiros especialistas no assunto. Mas adianto-lhe senhor advogado que quando estive numa das escolas do Exército havia mais civis realizando cursos ao longo de um ano do que militares propriamente. O que eles buscavam lá? A excelência no ensino Sr. advogado.
Por isso, por preguiça, patriotismo ou formação (na ordem que se queira) prefiro Caxias, Sampaio e Osorio a Prestes, Lamarca e Osvaldão.
Prefiro relembrar as batalhas dos campos de Tuiuti, na Guerra da Tríplice Aliança, a pensar no episódio em que nos pusemos de joelhos aos pés do prolífico “obispo”, presidente do Paraguai.
Prefiro ainda ouvir e cantar o Hino Nacional, corretamente tocado e dentro da lei, mesmo que pela mais “fulêra” das fanfarras, do que ouvir e não poder cantar aquele hino descaracterizado, na voz de belas cantoras “pop”, que, por comodidade, ou “em benefício do evento”, o cantam apenas em sua 1ª parte (quando o conseguem...).
Estava quase pronto o meu texto quando estourou a polêmica sobre os homossexuais nas Forças Armadas. Um oficial-general, do mais alto posto da carreira, sendo sabatinado no Congresso nacional para poder ser Ministro do Superior Tribunal Militar respondeu precisamente o que se pensa nas Forças. Tenho para mim que mais do que uma sabatina, foi um teste, para saber se “esse general” era do Exército “de ontem” ou do Exército “de hoje”. Esse é o motivo da grita nacional. Novamente os advogados insurgem-se contra uma instituição que tem princípios sólidos, pois sabe-se que há homossexuais e homossexuais. Alguém imagina a falecida Vera Verão (com todo o respeito que ela merecia pelo seu talento) ministrando uma sessão de ordem unida para soldados?
Sobre os dois sargentos que viviam uma união homossexual em Brasília/DF pouco se ouviu a respeito, mas ambos tinham até apartamento funcional a si regularmente distribuído. Viviam de bem com a Força. Aí então ... resolveram “dar na pinta”, julgando-se acima dos regulamentos militares. Deu no que deu.
3/3
Insisto que tudo isso é como a cunha a que fiz referência. A desafiá-la, está o material de que é feito o tronco a ser derrubado. Mas estão batendo nela. E forte... E repetidamente... E com oportunidade...
Certos setores da sociedade parecem não se lembrar de que a guerra não é democrática e – quando necessário - não se conseguirá transformar cordeiros em leões da noite para o dia. E alguns cordeiros quererão ser leões?
Por isso, em meio a tão aparente confusão, minhas palavras de ordem no momento são: “o povo se esclarecido e aos militares unido? Jamais serão vencidos!”.
Jorge Alberto Forrer Garcia – Cel Refo (Turma Tiradentes – AMAN 1977)
forrer@uol.com.br
Sobre a Cunha e outras coisas...
(Jorge Alberto Forrer Garcia – Cel Refo -Turma Tiradentes – AMAN 1977)
Mesmo na Reserva Remunerada não consigo livrar-me das amarras da educação militar e continuo tratando a todos com muito respeito. Alguns superiores dispensam-me das formalidades, mas não quero, prefiro assim. Acho que é por isso que, quando algum assunto polêmico atinge as Forças Armadas, particularmente o Exército, aguardo sempre que um militar de patente superior à minha manifeste-se sobre o assunto. Só depois, exerço a minha prerrogativa de escrever sobre aquilo, tentando levar a minha participação aos debates. Minha lista é pequena, porém, algumas pessoas dela tem raio de ação muito maior. Assim, sei que o que eu escrever poderá ter boa difusão.
Muito usada desde a antiguidade, creio ser a “cunha” uma das primeiras ferramentas empregadas pelo homem.
A imagem que me vem à mente sobre uma cunha é a de uma peça de metal resistente usada pelos madeireiros quando querem derrubar árvores frondosas cujo diâmetro desafie a operacionalidade do machado.
Grosso modo, a cunha tem um perfil triangular e, a partir de seu lado mais delgado, vai-se a empurrando, à força e pacientemente, em direção ao cerne da árvore que se quer derrubar, de modo que esta se vai inclinando, até atingir um ponto de ruptura que leva o tronco ao solo.
Conforme a natureza da madeira de que seja constituído o tronco esse quebra-se rápido ou vai-se lascando longitudinalmente. Nesse caso, de uma forma tal que inviabiliza seu melhor aproveitamento futuro.
Mas o tronco cai.
É com essa imagem da cunha que vejo as seguidas investidas contra a coesão da Instituição Exército feitas por alguns vetores de comunicação social, pessoas com acesso a espaços na Imprensa e, até mesmo, por alguns militares, que involuntariamente colaboram com aqueles, na tarefa de dissociar o Exército que consideram “de ontem” do Exército que dizem ser o “de hoje”. Esse tipo de manifestação não é novo e, as mais recentes, eu as li associadas às questões sobre a busca de ossadas de guerrilheiros na região do Araguaia e, agora, com as discussões sobre a “revisão” unilateral da Lei de Anistia.
A Internet, que já foi comparada a uma praça pública para efeito de divulgação de opiniões, permitiu-me o acesso a coisas como as que transcrevo:
— de um suposto oficial do Exército da ativa, portanto, cometendo transgressão disciplinar, externando sua indignação por algumas pessoas terem-se manifestado contrárias ao emprego do Exército na mais recente operação de buscas no Araguaia, da qual ele participava ...
"Concordo que este ponto da história deva ser sepultado, .... Ninguém está querendo endeusar ninguém, e todos sabem dos erros que foram cometidos no passado. Mas não julguem o presente Exército pelo passado Exército, pelos passados líderes, comandantes, chefes...”
— De um oficial da ativa, do posto de Tenente, ótimo profissional e prestes a fazer um curso de aperfeiçoamento...
"já passei em dois concursos públicos, mas não fui chamado. Vou continuar fazendo, pois, numa dessas eu dou sorte e alguém me chama.",
Assim, o jovem oficial deixa clara a sua mínima vocação e uma preocupação em ser chamado para um emprego que lhe permita obter melhores vencimentos.
É a cunha, agindo sobre o que o Exército tem de mais valioso: os seus recursos humanos, expelindo da Força grandes talentos, e tornando “barnabés” os que ficam, proletarizando-os. Assim, surge o militar-massa (de manobra, é claro).
2/3
Sobre os casos veiculados pela Imprensa, deixo de citar outros por que sei que os senhores são muito bem informados. Destaco tão somente um, mais recente, em que uma jornalista, defendendo o ponto de vista a favor da revisão da Lei de Anistia, de modo a levar a julgamento algumas pessoas, não todas, entre elas só os militares, assim se referiu ao Exército:
“...o Exército de hoje não está disposto a contrariar a sociedade, deixando de permitir o julgamento de senhores septuagenários que cometeram aqueles atos quando os atuais militares não eram nem nascidos...”.
Viu só? Isso é a cunha a que me referi.
Dentre as formas escolhidas para enfraquecer a nossa Instituição foi cravar nela uma cunha (será que posso escrever “nossa”? Ou a ferramenta já me atingiu?) e, como se diz militarmente, com paciência, ir “alargando a brecha”, até dissociar o Exército “de ontem” do Exército “de hoje”.
Na hipótese, somente na hipótese, de se tomar como realizável tal intento, a Instituição deixaria de ser permanente e poderíamos esperar para o futuro a substituição de nossos patronos, glórias e tradições. Porém, como se diz popularmente: “me poupem”.
Eu, se ainda estivesse em escola de formação, certamente preferiria estudar tiro das armas portáteis e progressão no terreno do que “ter noções de direitos humanos”, como se, só por ser militar, eu tivesse a mente de alguma forma pervertida, desmerecendo a educação familiar cristã que recebi na infância e adolescência.
Porém, quando dava por finalizado este exercício de verborragia, leio nas páginas de um jornal de circulação nacional, um senhor advogado opinando sobre como devem ser formados os militares brasileiros. Ora! Meu senhor! As Forças Armadas no mais das vezes sempre esteve com seu sistema de ensino léguas à frente do sistema de ensino nacional. Não me julgo nas melhores condições para lhe jogar na “cara” o quanto é avançado o ensino militar brasileiro, pois tenho companheiros especialistas no assunto. Mas adianto-lhe senhor advogado que quando estive numa das escolas do Exército havia mais civis realizando cursos ao longo de um ano do que militares propriamente. O que eles buscavam lá? A excelência no ensino Sr. advogado.
Por isso, por preguiça, patriotismo ou formação (na ordem que se queira) prefiro Caxias, Sampaio e Osorio a Prestes, Lamarca e Osvaldão.
Prefiro relembrar as batalhas dos campos de Tuiuti, na Guerra da Tríplice Aliança, a pensar no episódio em que nos pusemos de joelhos aos pés do prolífico “obispo”, presidente do Paraguai.
Prefiro ainda ouvir e cantar o Hino Nacional, corretamente tocado e dentro da lei, mesmo que pela mais “fulêra” das fanfarras, do que ouvir e não poder cantar aquele hino descaracterizado, na voz de belas cantoras “pop”, que, por comodidade, ou “em benefício do evento”, o cantam apenas em sua 1ª parte (quando o conseguem...).
Estava quase pronto o meu texto quando estourou a polêmica sobre os homossexuais nas Forças Armadas. Um oficial-general, do mais alto posto da carreira, sendo sabatinado no Congresso nacional para poder ser Ministro do Superior Tribunal Militar respondeu precisamente o que se pensa nas Forças. Tenho para mim que mais do que uma sabatina, foi um teste, para saber se “esse general” era do Exército “de ontem” ou do Exército “de hoje”. Esse é o motivo da grita nacional. Novamente os advogados insurgem-se contra uma instituição que tem princípios sólidos, pois sabe-se que há homossexuais e homossexuais. Alguém imagina a falecida Vera Verão (com todo o respeito que ela merecia pelo seu talento) ministrando uma sessão de ordem unida para soldados?
Sobre os dois sargentos que viviam uma união homossexual em Brasília/DF pouco se ouviu a respeito, mas ambos tinham até apartamento funcional a si regularmente distribuído. Viviam de bem com a Força. Aí então ... resolveram “dar na pinta”, julgando-se acima dos regulamentos militares. Deu no que deu.
3/3
Insisto que tudo isso é como a cunha a que fiz referência. A desafiá-la, está o material de que é feito o tronco a ser derrubado. Mas estão batendo nela. E forte... E repetidamente... E com oportunidade...
Certos setores da sociedade parecem não se lembrar de que a guerra não é democrática e – quando necessário - não se conseguirá transformar cordeiros em leões da noite para o dia. E alguns cordeiros quererão ser leões?
Por isso, em meio a tão aparente confusão, minhas palavras de ordem no momento são: “o povo se esclarecido e aos militares unido? Jamais serão vencidos!”.
Jorge Alberto Forrer Garcia – Cel Refo (Turma Tiradentes – AMAN 1977)
forrer@uol.com.br
domingo, 7 de fevereiro de 2010
OS MILITARES
Erro! O nome de arquivo não foi especificado.
O texto aborda com propriedade o sentimento de patriotismo,que,com exceção dos militares,a maioria da população brasileira quase não possui,além de ter uma memória quase inexistente dos atos e fatos que constituem a nossa rica História do Brasil.
REPASSO
Olavo de Carvalho Filósofo e Cientista Político
Como todos os meninos da escola na minha época, eu não podia cantar o
Hino Nacional ou prestar um juramento à bandeira sem sentir que estava
participando de uma pantomima. A gente ria às escondidas, fazia piadas,
compunha paródias escabrosas.
Os símbolos do patriotismo, para nós, eram o supra-sumo da babaquice, só
igualado, de longe, pelos ritos da Igreja Católica, também abundantemente
ridicularizados e parodiados entre a molecada, não raro com a cumplicidade
dos pais. Os professores nos repreendiam em público, mas, em segredo,
participavam da gozação geral.
Cresci, entrei no jornalismo e no Partido Comunista, freqüentei rodas de
intelectuais.
Fui parar longe da atmosfera da minha infância, mas, nesse ponto, o
ambiente não mudou em nada: o desprezo, a chacota dos símbolos nacionais
eram idênticos entre a gente letrada e a turminha do bairro.
Na verdade, eram até piores, porque vinham reforçados pelo prestígio de
atitudes cultas e esclarecidas. Graciliano Ramos, o grande Graciliano
Ramos, glória do Partidão, não escrevera que o Hino era "uma estupidez"?
Mais tarde, quando conheci os EUA, levei um choque. Tudo aquilo que para
nós era uma palhaçada hipócrita os americanos levavam infinitamente a
sério.
Eles eram sinceramente patriotas, tinham um autêntico sentimento de
pertinência, de uma raiz histórica que se prolongava nos frutos do
presente, e viam os símbolos nacionais não como um convencionalismo
oficial, mas como uma expressão materializada desse sentimento.
E não imaginem que isso tivesse algo a ver com riqueza e bem-estar
social. Mesmo pobres e discriminados se sentiam profundamente americanos,
orgulhosamente americanos, e, em vez de ter raiva da pátria porque ela os
tratava mal, consideravam que os seus problemas eram causados apenas por
maus políticos que traíam os ideais americanos.
Correspondi-me durante anos com uma moça negra de Birmingham, Alabama.
Ali não era bem o lugar para uma moça negra se sentir muito à vontade, não
é mesmo?
Mas se vocês vissem com que afeição, com que entusiasmo ela falava do seu
país! E não só do seu país: também da sua igreja, da sua Bíblia, do seu
Jesus. Em nenhum momento a lembrança do racismo parecia macular em nada a
imagem que ela tinha da sua pátria.
A América não tinha culpa de nada. A América era grande, bela, generosa.
A maldade de uns quantos não podia afetar isso em nada. Ouvi-la falar de
matava de vergonha.
Se alguém no Brasil dissesse essas coisas, seria exposto imediatamente ao
ridículo, expelido do ambiente como um idiota-mor ou condenado como
eacionário um integralista, um fascista.
Só dois grupos, neste país, falavam do Brasil no tom afetuoso e confiante
com que os americanos falavam da América.
O primeiro era os imigrantes: russos, húngaros, poloneses, judeus,
alemães, romenos. Tinham escapado ao terror e à miséria de uma das grandes
tiranias do século (alguns, das duas), e proclamavam, sem sombra de
fingimento: "Este é um país abençoado!" Ouvindo-nos falar mal da nossa
terra, protestavam: "Vocês são doidos.
Não sabem o que têm nas mãos".Eles tinham visto coisas que nós não
imaginávamos, mediam a vida humana numa outra escala, para nós
aparentemente inacessível. Falávamos de miséria, eles respondiam: "Vocês
não sabem o que é miséria".Falávamos de ditadura, eles riam: "Vocês não
sabem o que é ditadura".
No começo isso me ofendia. "Eles acham que sabem tudo", dizia com meus
botões. Foi preciso que eu estudasse muito, vivesse muito, viajasse muito,
para entender que tinha razão, mais razão do que então eu poderia
imaginar.
A partir do momento em que entendi isso, tornei-me tão esquisito, para
meus conterrâneos como um estoniano ou húngaro, com sua fala embrulhada e
seu inexplicável entusiasmo pelo Brasil, eram então esquisitos para mim.
Digo, por exemplo, que um país onde um mendigo pode comer diariamente um
franco assado por dois dólares é um país abençoado, e as pessoas querem me
bater.
Não imaginam o que possa ter sido sonhar com um frango na Rússia, na
Alemanha, na Polônia, e alimentar-se de frangos oníricos.
Elas acreditam que em Cuba os frangos dão em árvores e são propriedade
pública. Aqueles velhos imigrantes tinham razão: o brasileiro está fora do
mundo, tem uma medida errada da realidade.
O outro grupo onde encontrei um patriotismo autêntico foi aquele que, sem
conhecê-lo, sem saber nada sobre ele, exceto o que ouvia de seus inimigos,
mais temi e abominei durante duas décadas: os militares.
Caí no meio deles por mero acaso, por ocasião de um serviço editorial que
prestava para a Odebrecht que me pôs temporariamente de editor de texto de
um volumoso tratado "O Exército na História do Brasil".
A primeira coisa que me impressionou entre os militares foi sua
preocupação sincera, quase obsessiva, com os destinos do Brasil.
Eles discutiam os problemas brasileiros como quem tivesse em mãos a
responsabilidade pessoal de resolvê-los. Quem os ouvisse sem saber que
eram militares teriam a impressão de estar diante de candidatos em plena
campanha eleitoral, lutando por seus programas de governo e esperando
subir nas pesquisas junto com a aprovação pública de suas propostas.
Quando me ocorreu que nenhum daqueles homens tinha outra expectativa ou
possibilidade de ascensão social senão as promoções que automaticamente
lhes viriam no quadro de carreira, no cume das quais nada mais os esperava
senão a metade de um salário de jornalista médio, percebi que seu
interesse pelas questões nacionais era totalmente independente da busca de
qualquer vantagem pessoal.
Eles simplesmente eram patriotas, tinham o amor ao território, ao passado
histórico, à identidade cultural, ao patrimônio do país, e consideravam
que era do seu dever lutar por essas coisas, mesmo seguros de que nada
ganhariam com isso senão antipatias e gozações.
Do mesmo modo, viam os símbolos nacionais - o hino, a bandeira, as armas
da República - como condensações materiais dos valores que defendiam e do
sentido de vida que tinham escolhido. Eles eram, enfim, "americanos" na
sua maneira de amar a pátria sem inibições.
Procurando explicar as razões desse fenômeno, o próprio texto no qual
vinha trabalhando me forneceu uma pista.
O Brasil nascera como entendida histórica na Batalha dos Guararapes,
expandira-se e consolidara sua unidade territorial ao sabor de campanhas
militares e alcançara pela primeira vez, um sentimento de unidade
autoconsciente por ocasião da Guerra do Paraguai, uma onda de entusiasmo
patriótico hoje dificilmente imaginável.
Ora, que é o amor à pátria, quando autêntico e não convencional, senão a
recordação de uma epopéia vivida em comum?
Na sociedade civil, a memória dos feitos históricos perdera-se,
dissolvida sob o impacto de revoluções e golpes de Estado, das
modernizações desaculturantes, das modas avassaladoras, da imigração, das
revoluções psicológicas introduzidas pela mídia.
Só os militares, por força da continuidade imutável das suas instituições
e do seu modo de existência, haviam conservado a memória viva da
construção nacional.
O que para os outros eram datas e nomes em livros didáticos de uma
chatice sem par, para eles era a sua própria história, a herança de lutas,
sofrimentos e vitórias compartilhadas, o terreno de onde brotava o sentido de suas vidas.
O sentimento de "Brasil", que para os outros era uma excitação epidérmica
somente renovada por ocasião do carnaval ou de jogos de futebol (e já
houve até quem pretendesse construir sobre essa base lúdica um grotesco
simulacro de identidade nacional), era para eles o alimento diário, a
consciência permanentemente renovada dos elos entre passado, presente e
futuro.
Só os militares eram patriotas porque só os militares tinham consciência
da história da pátria como sua história pessoal.
Daí também outra diferença. A sociedade civil, desconjuntada e atomizada,
é anormalmente vulnerável a mutações psicológicas que induzidas do
Exterior ou forçadas por grupos de ambiciosos intelectuais ativistas
apagam do dia para a noite a memória dos acontecimentos históricos e
falseiam por completo a sua imagem do passado.
De uma geração para outra, os registros desaparecem, o rosto dos
personagens é alterado, o sentido todo do conjunto se perde para ser
substituído, do dia para a noite, pela fantasia inventada que se adapte
melhor aos novos padrões de verossimilhança, impostos pela repetição de
slogans e frases-feitas.
Toda a diferença entre o que se lê hoje na mídia sobre o regime militar e
os fatos revelados no site de Ternuma vem disso. Até o começo da década de
80, nenhum brasileiro, por mais esquerdista que fosse, ignorava que havia
uma revolução comunista em curso, que essa revolução sempre tivera
respaldo estratégico e financeiro de Cuba e da URSS, que ele havia
atravessado maus bocados em 1964 e tentara se rearticular mediante as
guerrilhas, sendo novamente derrotada.
Mesmo o mais hipócrita dos comunistas, discursando em favor da
"democracia", sabia perfeitamente a nuance discretamente subentendida
nessa palavra, isto é, sabia que não lutava por democracia nenhuma, mas
pelo comunismo cubano e soviético, segundo as diretrizes da Conferência
Tricontinental de Havana.
Passada uma geração tudo isso se apagou. A juventude, hoje, acredita
piamente que não havia revolução comunista nenhuma, que o governo João
Goulart era apenas um governo normal eleito constitucionalmente, que os
terroristas da década de 70 eram patriotas brasileiros lutando pela
liberdade e pela democracia.
No Brasil, a multidão não tem memória própria. Sua vida é muito
descontínua, cortada por súbitas mutações modernizadoras, não compensadas
por nenhum daqueles fatores de continuidade que preservava a identidade
histórica do meio militar.
Não há cultura doméstica, tradições nacionais, símbolos de continuidade
familiar. A memória coletiva está inteiramente a mercê de duas forças
estranhas: a mídia e o sistema nacional de ensino.
Quem dominar esses dois canais mudará o passado, falseará o presente e
colocará o povo no rumo de um futuro fictício.
Por isso o site de Ternuma é algo mais que a reconstituição de detalhes
omitidos pela mídia.
É uma contribuição preciosa à reconquista da verdadeira perspectiva
histórica de conjunto, roubada da memória brasileira por manipuladores
maquiavélicos, oportunistas levianos e tagarelas sem consciência.
Perguntam-me se essa contribuição vem dos militares? Bem, de quem mais
poderia vir?
Autor
Olavo de Carvalho
O texto aborda com propriedade o sentimento de patriotismo,que,com exceção dos militares,a maioria da população brasileira quase não possui,além de ter uma memória quase inexistente dos atos e fatos que constituem a nossa rica História do Brasil.
REPASSO
Olavo de Carvalho Filósofo e Cientista Político
Como todos os meninos da escola na minha época, eu não podia cantar o
Hino Nacional ou prestar um juramento à bandeira sem sentir que estava
participando de uma pantomima. A gente ria às escondidas, fazia piadas,
compunha paródias escabrosas.
Os símbolos do patriotismo, para nós, eram o supra-sumo da babaquice, só
igualado, de longe, pelos ritos da Igreja Católica, também abundantemente
ridicularizados e parodiados entre a molecada, não raro com a cumplicidade
dos pais. Os professores nos repreendiam em público, mas, em segredo,
participavam da gozação geral.
Cresci, entrei no jornalismo e no Partido Comunista, freqüentei rodas de
intelectuais.
Fui parar longe da atmosfera da minha infância, mas, nesse ponto, o
ambiente não mudou em nada: o desprezo, a chacota dos símbolos nacionais
eram idênticos entre a gente letrada e a turminha do bairro.
Na verdade, eram até piores, porque vinham reforçados pelo prestígio de
atitudes cultas e esclarecidas. Graciliano Ramos, o grande Graciliano
Ramos, glória do Partidão, não escrevera que o Hino era "uma estupidez"?
Mais tarde, quando conheci os EUA, levei um choque. Tudo aquilo que para
nós era uma palhaçada hipócrita os americanos levavam infinitamente a
sério.
Eles eram sinceramente patriotas, tinham um autêntico sentimento de
pertinência, de uma raiz histórica que se prolongava nos frutos do
presente, e viam os símbolos nacionais não como um convencionalismo
oficial, mas como uma expressão materializada desse sentimento.
E não imaginem que isso tivesse algo a ver com riqueza e bem-estar
social. Mesmo pobres e discriminados se sentiam profundamente americanos,
orgulhosamente americanos, e, em vez de ter raiva da pátria porque ela os
tratava mal, consideravam que os seus problemas eram causados apenas por
maus políticos que traíam os ideais americanos.
Correspondi-me durante anos com uma moça negra de Birmingham, Alabama.
Ali não era bem o lugar para uma moça negra se sentir muito à vontade, não
é mesmo?
Mas se vocês vissem com que afeição, com que entusiasmo ela falava do seu
país! E não só do seu país: também da sua igreja, da sua Bíblia, do seu
Jesus. Em nenhum momento a lembrança do racismo parecia macular em nada a
imagem que ela tinha da sua pátria.
A América não tinha culpa de nada. A América era grande, bela, generosa.
A maldade de uns quantos não podia afetar isso em nada. Ouvi-la falar de
matava de vergonha.
Se alguém no Brasil dissesse essas coisas, seria exposto imediatamente ao
ridículo, expelido do ambiente como um idiota-mor ou condenado como
eacionário um integralista, um fascista.
Só dois grupos, neste país, falavam do Brasil no tom afetuoso e confiante
com que os americanos falavam da América.
O primeiro era os imigrantes: russos, húngaros, poloneses, judeus,
alemães, romenos. Tinham escapado ao terror e à miséria de uma das grandes
tiranias do século (alguns, das duas), e proclamavam, sem sombra de
fingimento: "Este é um país abençoado!" Ouvindo-nos falar mal da nossa
terra, protestavam: "Vocês são doidos.
Não sabem o que têm nas mãos".Eles tinham visto coisas que nós não
imaginávamos, mediam a vida humana numa outra escala, para nós
aparentemente inacessível. Falávamos de miséria, eles respondiam: "Vocês
não sabem o que é miséria".Falávamos de ditadura, eles riam: "Vocês não
sabem o que é ditadura".
No começo isso me ofendia. "Eles acham que sabem tudo", dizia com meus
botões. Foi preciso que eu estudasse muito, vivesse muito, viajasse muito,
para entender que tinha razão, mais razão do que então eu poderia
imaginar.
A partir do momento em que entendi isso, tornei-me tão esquisito, para
meus conterrâneos como um estoniano ou húngaro, com sua fala embrulhada e
seu inexplicável entusiasmo pelo Brasil, eram então esquisitos para mim.
Digo, por exemplo, que um país onde um mendigo pode comer diariamente um
franco assado por dois dólares é um país abençoado, e as pessoas querem me
bater.
Não imaginam o que possa ter sido sonhar com um frango na Rússia, na
Alemanha, na Polônia, e alimentar-se de frangos oníricos.
Elas acreditam que em Cuba os frangos dão em árvores e são propriedade
pública. Aqueles velhos imigrantes tinham razão: o brasileiro está fora do
mundo, tem uma medida errada da realidade.
O outro grupo onde encontrei um patriotismo autêntico foi aquele que, sem
conhecê-lo, sem saber nada sobre ele, exceto o que ouvia de seus inimigos,
mais temi e abominei durante duas décadas: os militares.
Caí no meio deles por mero acaso, por ocasião de um serviço editorial que
prestava para a Odebrecht que me pôs temporariamente de editor de texto de
um volumoso tratado "O Exército na História do Brasil".
A primeira coisa que me impressionou entre os militares foi sua
preocupação sincera, quase obsessiva, com os destinos do Brasil.
Eles discutiam os problemas brasileiros como quem tivesse em mãos a
responsabilidade pessoal de resolvê-los. Quem os ouvisse sem saber que
eram militares teriam a impressão de estar diante de candidatos em plena
campanha eleitoral, lutando por seus programas de governo e esperando
subir nas pesquisas junto com a aprovação pública de suas propostas.
Quando me ocorreu que nenhum daqueles homens tinha outra expectativa ou
possibilidade de ascensão social senão as promoções que automaticamente
lhes viriam no quadro de carreira, no cume das quais nada mais os esperava
senão a metade de um salário de jornalista médio, percebi que seu
interesse pelas questões nacionais era totalmente independente da busca de
qualquer vantagem pessoal.
Eles simplesmente eram patriotas, tinham o amor ao território, ao passado
histórico, à identidade cultural, ao patrimônio do país, e consideravam
que era do seu dever lutar por essas coisas, mesmo seguros de que nada
ganhariam com isso senão antipatias e gozações.
Do mesmo modo, viam os símbolos nacionais - o hino, a bandeira, as armas
da República - como condensações materiais dos valores que defendiam e do
sentido de vida que tinham escolhido. Eles eram, enfim, "americanos" na
sua maneira de amar a pátria sem inibições.
Procurando explicar as razões desse fenômeno, o próprio texto no qual
vinha trabalhando me forneceu uma pista.
O Brasil nascera como entendida histórica na Batalha dos Guararapes,
expandira-se e consolidara sua unidade territorial ao sabor de campanhas
militares e alcançara pela primeira vez, um sentimento de unidade
autoconsciente por ocasião da Guerra do Paraguai, uma onda de entusiasmo
patriótico hoje dificilmente imaginável.
Ora, que é o amor à pátria, quando autêntico e não convencional, senão a
recordação de uma epopéia vivida em comum?
Na sociedade civil, a memória dos feitos históricos perdera-se,
dissolvida sob o impacto de revoluções e golpes de Estado, das
modernizações desaculturantes, das modas avassaladoras, da imigração, das
revoluções psicológicas introduzidas pela mídia.
Só os militares, por força da continuidade imutável das suas instituições
e do seu modo de existência, haviam conservado a memória viva da
construção nacional.
O que para os outros eram datas e nomes em livros didáticos de uma
chatice sem par, para eles era a sua própria história, a herança de lutas,
sofrimentos e vitórias compartilhadas, o terreno de onde brotava o sentido de suas vidas.
O sentimento de "Brasil", que para os outros era uma excitação epidérmica
somente renovada por ocasião do carnaval ou de jogos de futebol (e já
houve até quem pretendesse construir sobre essa base lúdica um grotesco
simulacro de identidade nacional), era para eles o alimento diário, a
consciência permanentemente renovada dos elos entre passado, presente e
futuro.
Só os militares eram patriotas porque só os militares tinham consciência
da história da pátria como sua história pessoal.
Daí também outra diferença. A sociedade civil, desconjuntada e atomizada,
é anormalmente vulnerável a mutações psicológicas que induzidas do
Exterior ou forçadas por grupos de ambiciosos intelectuais ativistas
apagam do dia para a noite a memória dos acontecimentos históricos e
falseiam por completo a sua imagem do passado.
De uma geração para outra, os registros desaparecem, o rosto dos
personagens é alterado, o sentido todo do conjunto se perde para ser
substituído, do dia para a noite, pela fantasia inventada que se adapte
melhor aos novos padrões de verossimilhança, impostos pela repetição de
slogans e frases-feitas.
Toda a diferença entre o que se lê hoje na mídia sobre o regime militar e
os fatos revelados no site de Ternuma vem disso. Até o começo da década de
80, nenhum brasileiro, por mais esquerdista que fosse, ignorava que havia
uma revolução comunista em curso, que essa revolução sempre tivera
respaldo estratégico e financeiro de Cuba e da URSS, que ele havia
atravessado maus bocados em 1964 e tentara se rearticular mediante as
guerrilhas, sendo novamente derrotada.
Mesmo o mais hipócrita dos comunistas, discursando em favor da
"democracia", sabia perfeitamente a nuance discretamente subentendida
nessa palavra, isto é, sabia que não lutava por democracia nenhuma, mas
pelo comunismo cubano e soviético, segundo as diretrizes da Conferência
Tricontinental de Havana.
Passada uma geração tudo isso se apagou. A juventude, hoje, acredita
piamente que não havia revolução comunista nenhuma, que o governo João
Goulart era apenas um governo normal eleito constitucionalmente, que os
terroristas da década de 70 eram patriotas brasileiros lutando pela
liberdade e pela democracia.
No Brasil, a multidão não tem memória própria. Sua vida é muito
descontínua, cortada por súbitas mutações modernizadoras, não compensadas
por nenhum daqueles fatores de continuidade que preservava a identidade
histórica do meio militar.
Não há cultura doméstica, tradições nacionais, símbolos de continuidade
familiar. A memória coletiva está inteiramente a mercê de duas forças
estranhas: a mídia e o sistema nacional de ensino.
Quem dominar esses dois canais mudará o passado, falseará o presente e
colocará o povo no rumo de um futuro fictício.
Por isso o site de Ternuma é algo mais que a reconstituição de detalhes
omitidos pela mídia.
É uma contribuição preciosa à reconquista da verdadeira perspectiva
histórica de conjunto, roubada da memória brasileira por manipuladores
maquiavélicos, oportunistas levianos e tagarelas sem consciência.
Perguntam-me se essa contribuição vem dos militares? Bem, de quem mais
poderia vir?
Autor
Olavo de Carvalho
sábado, 6 de fevereiro de 2010
OS MILITARES NA AMAZÔNIA - BR 319
Quarta-feira, 6 de maio de 2009
BR 319 E A MILITARIZAÇÃO DA AMAZÔNIA
A discussão fez parte da agenda das audiências públicas promovidas pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), quando recentemente, por força de lei, realizou 04 audiências públicas nos estados do Amazonas e Rondônia, pautando a discussão sobre os Estudos de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) relativo à pavimentação da BR 319 (Manaus-Porto velho), momento em que a sociedade civil organizadas participou efetivamente dos debates, indagando sobre os instrumentos de controle a serem efetivados pela política de governança ambiental proposta no EIA/RIMA, assim como a justificativa política que ampara a construção ou pavimentação das BRs. Quanto à política, o EIA/RIMA da BR 319 assenta suas ações na concepção da geopolítica da integração fundada na logística do mercado expansionista do sul/sudeste, centrando suas coordenadas operacionais no segundo batalhão de engenharia do exército, militarizando as formas de controle e vigilância ambiental, contrariando a prática democrática das instituições efetivas que regulam a política de governança ambiental. Para melhor esclarecer esse processo de militarização da Amazônia recorrem-se aos fatos documentados na obra do Diretor de Antropologia do Centro de Pesquisa de Cambridge (Massachusetts), Shelton Davis, autor de “Victims of the Mircacle” publicado em 1977, em Nova York, com tradução em português, em 1978. O autor analisa as estratégias integracionistas da ditadura militar aliadas com os interesses das empresas multinacionais, provocando impactos e perdas irreparáveis tanto para o meio ambiente como para as populações tradicionais. Leio o texto, conhecendo os feitos do milagre brasileiro e os santos beneficiados:
Em outubro de 1970, o Governo Brasileiro começou a construir várias estradas pioneiras atravessando a Bacia Amazônica. Antes dessa data, existiam na Amazônia duas estradas principais: a BR-010, ou Rodovia Belém-Brasília, correndo de norte a sul nas bordas ocidentais da Amazônia: e a Rodovia BR-364, ligando Cuiabá a Porto Velho. Em 1970, o Governo Brasileiro começou a construir mais três estradas na Bacia Amazônia: a Transamazônica, com 5 mil quilômetros, correndo de leste a oeste através da Amazônia, do Nordeste do Brasil à fronteira com o Peru; a BR-165, ou Rodovia Santarém-Cuiabá, de norte a sul, atravessando a região Centro-Oeste; e a BR-174, ligando Manaus a Boa Vista (Roraima) ao longo da fronteira setentrional com a Venezuela e a Guiana. Com a exceção da BR-174, todas essas estradas estavam em 1974. Vários fatores explicam a rapidez com que o Brasil foi capaz de construir essa rede de estradas através da Bacia Amazônia. Um dos fatores mais importantes foi o papel que o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) assumiu no planejamento do maciço programa brasileiro de construção de estradas. O DNER foi reorganizado em 1969 e, imediatamente, começou a traçar planos para a integração de toda a rede rodoviária federal. De acordo com um documento divulgado pelo Ministério dos Transportes, o principal objeto do DNER era “formar uma rede unificada de estradas na qual seriam levados em conta os interesses civil e militares visando à integração nacional”. Em 1972, o DNER era um dos mais modernos órgãos estatais em seu gênero na América do Sul. Talvez mais do que qualquer outro país, o Brasil estava burocraticamente preparado para construir uma rede rodoviária através da Bacia Amazônia. Em segundo lugar, os batalhões de engenharia do Exército brasileiro desempenharam importante papel na construção da grande rede rodoviária amazônica. Desde o início, o programa rodoviário da Transamazônica foi um esforço militar. A partir de 1970, o Segundo Batalhão de Engenharia do Exercito começou a construir estrada, deitar trilhos, armar linhas de comunicação e construir instalações sanitárias em toda a Região Amazônica. No decorrer do programa de construção de estradas, essa unidade foi responsável pela consolidação das comunicações por terra entre o Oeste da Amazônia e a Região Centro-Oeste, construindo uma estrada através do Acre até a fronteira peruana, além das Rodovias Manaus - Boa Vista e Santarém-Cuiabá. A grande quantidade de conhecimento técnico, equipamento pesado de terraplanagem e apoio de helicópteros, à disposição dos engenheiros do Exército, mostrou ser inestimável para rápida construção das estradas amazônicas. Em terceiro lugar, nos últimos anos o Governo Brasileiro tem sido extremamente bem-sucedido na obtenção de empréstimos internacionais para financiar seu programa de construção de rodovias federais. Inicialmente, esse programa foi financiado por um Fundo Rodoviário Especial formado com impostos sobre combustíveis e lubrificantes e com empréstimos obtidos à Agência para o Desenvolvimento Internacional, dos EUA (U. S. AID). No final da década de 60, porém, o Governo Brasileiro começou a depender mais de empréstimos internacionais para seu programa de construção de estradas. Entre 1968 e 1972, por exemplo, o DNER recebeu um total de 400 milhões de dólares em empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Banco Mundial. Esses foram os maiores empréstimos já feitos a qualquer país para a construção de estradas na história do Banco Mundial, sendo um fator decisivo para o rápido crescimento da rede rodoviária brasileira. Em quarto lugar, a assistência técnica estrangeira foi extremamente importante na construção da rede rodoviária transamazônica. Uma das principais áreas dessa assistência técnica foi o fornecimento de técnicas modernas de fotografia aérea e reconhecimento por satélite. Já em 1968, por exemplo, a U. S. AID fornecia uma subvenção de 8,4 milhões de dólares ao governo brasileiro para que este participasse do Programa de Satélite de Observação de Recursos da Terra (Earth Resources Observatio Satellite Program - EROS) dos Estados Unidos. Em 1970, o Governo Brasileiro anunciou o Projeto RADAM (Radar Amazônia), um gigantesco esforço para fotografar e mapear a Bacia Amazônica. A maior companhia estrangeira envolvida no Projeto RADAM era a Divisão de Serviço Aéreo da Litton Industries, dos Estados Unidos. Em colaboração com a Goodyear Corporation e vários órgãos governamentais e firmas brasileiras, a Litton realizou um mapeamento aéreo detalhado de toda a hidrologia, geologia, geografia, distribuição de florestas e vegetação da Bacia Amazonica. Um jornal citou essas palavras do presidente da Divisão de Serviço Aéreo, em 1972: “O trabalho da Litton no Brasil para o projeto RADAM, em associação com a LASA, principal firma de engenharia civil do país, realizou em menos de um ano o que teria levado um quarto de século para ser feito por expedições de levantamento convencionais.” Finalmente, várias companhias multinacionais da Europa e dos Estados Unidos forneceram ao Governo Brasileiro equipamento pesado de terraplenagem para a construção das estradas amazônicas. Entre essas companhias, uma das maiores era a subsidiaria da Caterpillar Tractor Company. Entre 1970 e 1972, a Caterpillar do Brasil vendeu mais de 700 peças de maquinaria no valor de 47 milhões de dólares aos Batalhões de Engenharia do Exercito e as sete companhias privadas contratadas para construir a Transamazônica. Em 1972, a Caterpillar controlava sozinha cerca de 70% do mercado de 125 milhões de dólares da terraplenagem do Brasil. Um executivo da Catterpillar do Brasil disse a um repórter da Business Week que “nosso mercado crescerá, freqüentemente, mais rápido que o PNB de um pais, dependendo de como esse pais aloca seus recursos. Isso é particularmente verdadeiro no Brasil, onde tanto está sendo feito em estradas, aeroportos, mineração e projetos hidrelétricos.” No contexto dos fatores acima enumerados pode-se compreender a situação crítica que as tribos indígenas enfrentaram ao longo das margens das estradas amazônicas. Como se viu em outubro de 1970 a FUNAI assinou um contrato com a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) para a pacificação de tribos indígenas ao longo das Rodovias Transamazônica e Santarém-Cuiabá. De acordo com a FUNAI, havia mais de 5 mil índios vivendo na área dessas estradas, dispersos entre mais de 29 grupos tribais. Doze dessas tribos só tinham contatos esporádicos com a sociedade brasileira. Muitas outras eram hostis às intromissões externas e haviam conseguido expulsar estranhos, no passado. Duas primeiras tribos a serem pacificadas pela FUNAI foram os Parakanân e os Kreen-Akarore. É instrutivo considerar o que aconteceu com essas tribos em conseqüência da política da FUNAI e da construção das estradas.
BR 319 E A MILITARIZAÇÃO DA AMAZÔNIA
A discussão fez parte da agenda das audiências públicas promovidas pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), quando recentemente, por força de lei, realizou 04 audiências públicas nos estados do Amazonas e Rondônia, pautando a discussão sobre os Estudos de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) relativo à pavimentação da BR 319 (Manaus-Porto velho), momento em que a sociedade civil organizadas participou efetivamente dos debates, indagando sobre os instrumentos de controle a serem efetivados pela política de governança ambiental proposta no EIA/RIMA, assim como a justificativa política que ampara a construção ou pavimentação das BRs. Quanto à política, o EIA/RIMA da BR 319 assenta suas ações na concepção da geopolítica da integração fundada na logística do mercado expansionista do sul/sudeste, centrando suas coordenadas operacionais no segundo batalhão de engenharia do exército, militarizando as formas de controle e vigilância ambiental, contrariando a prática democrática das instituições efetivas que regulam a política de governança ambiental. Para melhor esclarecer esse processo de militarização da Amazônia recorrem-se aos fatos documentados na obra do Diretor de Antropologia do Centro de Pesquisa de Cambridge (Massachusetts), Shelton Davis, autor de “Victims of the Mircacle” publicado em 1977, em Nova York, com tradução em português, em 1978. O autor analisa as estratégias integracionistas da ditadura militar aliadas com os interesses das empresas multinacionais, provocando impactos e perdas irreparáveis tanto para o meio ambiente como para as populações tradicionais. Leio o texto, conhecendo os feitos do milagre brasileiro e os santos beneficiados:
Em outubro de 1970, o Governo Brasileiro começou a construir várias estradas pioneiras atravessando a Bacia Amazônica. Antes dessa data, existiam na Amazônia duas estradas principais: a BR-010, ou Rodovia Belém-Brasília, correndo de norte a sul nas bordas ocidentais da Amazônia: e a Rodovia BR-364, ligando Cuiabá a Porto Velho. Em 1970, o Governo Brasileiro começou a construir mais três estradas na Bacia Amazônia: a Transamazônica, com 5 mil quilômetros, correndo de leste a oeste através da Amazônia, do Nordeste do Brasil à fronteira com o Peru; a BR-165, ou Rodovia Santarém-Cuiabá, de norte a sul, atravessando a região Centro-Oeste; e a BR-174, ligando Manaus a Boa Vista (Roraima) ao longo da fronteira setentrional com a Venezuela e a Guiana. Com a exceção da BR-174, todas essas estradas estavam em 1974. Vários fatores explicam a rapidez com que o Brasil foi capaz de construir essa rede de estradas através da Bacia Amazônia. Um dos fatores mais importantes foi o papel que o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) assumiu no planejamento do maciço programa brasileiro de construção de estradas. O DNER foi reorganizado em 1969 e, imediatamente, começou a traçar planos para a integração de toda a rede rodoviária federal. De acordo com um documento divulgado pelo Ministério dos Transportes, o principal objeto do DNER era “formar uma rede unificada de estradas na qual seriam levados em conta os interesses civil e militares visando à integração nacional”. Em 1972, o DNER era um dos mais modernos órgãos estatais em seu gênero na América do Sul. Talvez mais do que qualquer outro país, o Brasil estava burocraticamente preparado para construir uma rede rodoviária através da Bacia Amazônia. Em segundo lugar, os batalhões de engenharia do Exército brasileiro desempenharam importante papel na construção da grande rede rodoviária amazônica. Desde o início, o programa rodoviário da Transamazônica foi um esforço militar. A partir de 1970, o Segundo Batalhão de Engenharia do Exercito começou a construir estrada, deitar trilhos, armar linhas de comunicação e construir instalações sanitárias em toda a Região Amazônica. No decorrer do programa de construção de estradas, essa unidade foi responsável pela consolidação das comunicações por terra entre o Oeste da Amazônia e a Região Centro-Oeste, construindo uma estrada através do Acre até a fronteira peruana, além das Rodovias Manaus - Boa Vista e Santarém-Cuiabá. A grande quantidade de conhecimento técnico, equipamento pesado de terraplanagem e apoio de helicópteros, à disposição dos engenheiros do Exército, mostrou ser inestimável para rápida construção das estradas amazônicas. Em terceiro lugar, nos últimos anos o Governo Brasileiro tem sido extremamente bem-sucedido na obtenção de empréstimos internacionais para financiar seu programa de construção de rodovias federais. Inicialmente, esse programa foi financiado por um Fundo Rodoviário Especial formado com impostos sobre combustíveis e lubrificantes e com empréstimos obtidos à Agência para o Desenvolvimento Internacional, dos EUA (U. S. AID). No final da década de 60, porém, o Governo Brasileiro começou a depender mais de empréstimos internacionais para seu programa de construção de estradas. Entre 1968 e 1972, por exemplo, o DNER recebeu um total de 400 milhões de dólares em empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Banco Mundial. Esses foram os maiores empréstimos já feitos a qualquer país para a construção de estradas na história do Banco Mundial, sendo um fator decisivo para o rápido crescimento da rede rodoviária brasileira. Em quarto lugar, a assistência técnica estrangeira foi extremamente importante na construção da rede rodoviária transamazônica. Uma das principais áreas dessa assistência técnica foi o fornecimento de técnicas modernas de fotografia aérea e reconhecimento por satélite. Já em 1968, por exemplo, a U. S. AID fornecia uma subvenção de 8,4 milhões de dólares ao governo brasileiro para que este participasse do Programa de Satélite de Observação de Recursos da Terra (Earth Resources Observatio Satellite Program - EROS) dos Estados Unidos. Em 1970, o Governo Brasileiro anunciou o Projeto RADAM (Radar Amazônia), um gigantesco esforço para fotografar e mapear a Bacia Amazônica. A maior companhia estrangeira envolvida no Projeto RADAM era a Divisão de Serviço Aéreo da Litton Industries, dos Estados Unidos. Em colaboração com a Goodyear Corporation e vários órgãos governamentais e firmas brasileiras, a Litton realizou um mapeamento aéreo detalhado de toda a hidrologia, geologia, geografia, distribuição de florestas e vegetação da Bacia Amazonica. Um jornal citou essas palavras do presidente da Divisão de Serviço Aéreo, em 1972: “O trabalho da Litton no Brasil para o projeto RADAM, em associação com a LASA, principal firma de engenharia civil do país, realizou em menos de um ano o que teria levado um quarto de século para ser feito por expedições de levantamento convencionais.” Finalmente, várias companhias multinacionais da Europa e dos Estados Unidos forneceram ao Governo Brasileiro equipamento pesado de terraplenagem para a construção das estradas amazônicas. Entre essas companhias, uma das maiores era a subsidiaria da Caterpillar Tractor Company. Entre 1970 e 1972, a Caterpillar do Brasil vendeu mais de 700 peças de maquinaria no valor de 47 milhões de dólares aos Batalhões de Engenharia do Exercito e as sete companhias privadas contratadas para construir a Transamazônica. Em 1972, a Caterpillar controlava sozinha cerca de 70% do mercado de 125 milhões de dólares da terraplenagem do Brasil. Um executivo da Catterpillar do Brasil disse a um repórter da Business Week que “nosso mercado crescerá, freqüentemente, mais rápido que o PNB de um pais, dependendo de como esse pais aloca seus recursos. Isso é particularmente verdadeiro no Brasil, onde tanto está sendo feito em estradas, aeroportos, mineração e projetos hidrelétricos.” No contexto dos fatores acima enumerados pode-se compreender a situação crítica que as tribos indígenas enfrentaram ao longo das margens das estradas amazônicas. Como se viu em outubro de 1970 a FUNAI assinou um contrato com a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) para a pacificação de tribos indígenas ao longo das Rodovias Transamazônica e Santarém-Cuiabá. De acordo com a FUNAI, havia mais de 5 mil índios vivendo na área dessas estradas, dispersos entre mais de 29 grupos tribais. Doze dessas tribos só tinham contatos esporádicos com a sociedade brasileira. Muitas outras eram hostis às intromissões externas e haviam conseguido expulsar estranhos, no passado. Duas primeiras tribos a serem pacificadas pela FUNAI foram os Parakanân e os Kreen-Akarore. É instrutivo considerar o que aconteceu com essas tribos em conseqüência da política da FUNAI e da construção das estradas.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
LEITURA OBRIGATÓRIA
Militares e a Memória Nacional
Olavo de Carvalho Filósofo e Cientista Político
Como todos os meninos da escola na minha época, eu não podia cantar o Hino Nacional ou prestar um juramento à bandeira sem sentir que estava participando de uma pantomima. A gente ria às escondidas, fazia piadas, compunha paródias escabrosas.
Os símbolos do patriotismo, para nós, eram o supra-sumo da babaquice, só igualado, de longe, pelos ritos da Igreja Católica, também abundantemente ridicularizados e parodiados entre a molecada, não raro com a cumplicidade dos pais. Os professores nos repreendiam em público, mas, em segredo, participavam da gozação geral.
Cresci, entrei no jornalismo e no Partido Comunista, freqüentei rodas de intelectuais.
Fui parar longe da atmosfera da minha infância, mas, nesse ponto, o ambiente não mudou em nada: o desprezo, a chacota dos símbolos nacionais eram idênticos entre a gente letrada e a turminha do bairro.
Na verdade, eram até piores, porque vinham reforçados pelo prestígio de atitudes cultas e esclarecidas. Graciliano Ramos, o grande Graciliano Ramos, glória do Partidão, não escrevera que o Hino era "uma estupidez"?
Mais tarde, quando conheci os EUA, levei um choque. Tudo aquilo que para nós era uma palhaçada hipócrita os americanos levavam infinitamente a sério.
Eles eram sinceramente patriotas, tinham um autêntico sentimento de pertinência, de uma raiz histórica que se prolongava nos frutos do presente, e viam os símbolos nacionais não como um convencionalismo oficial, mas como uma expressão materializada desse sentimento.
E não imaginem que isso tivesse algo a ver com riqueza e bem-estar social. Mesmo pobres e discriminados se sentiam profundamente americanos, orgulhosamente americanos, e, em vez de ter raiva da pátria porque ela os tratava mal, consideravam que os seus problemas eram causados apenas por maus políticos que traíam os ideais americanos.
Correspondi-me durante anos com uma moça negra de Birmingham, Alabama. Ali não era bem o lugar para uma moça negra se sentir muito à vontade, não é mesmo?
Mas se vocês vissem com que afeição, com que entusiasmo ela falava do seu país! E não só do seu país: também da sua igreja, da sua Bíblia, do seu Jesus. Em nenhum momento a lembrança do racismo parecia macular em nada a imagem que ela tinha da sua pátria.
A América não tinha culpa de nada. A América era grande, bela, generosa. A maldade de uns quantos não podia afetar isso em nada. Ouvi-la falar de matava de vergonha.
Se alguém no Brasil dissesse essas coisas, seria exposto imediatamente ao ridículo, expelido do ambiente como um idiota-mor ou condenado como reacionário um integralista, um fascista.
Só dois grupos, neste país, falavam do Brasil no tom afetuoso e confiante com que os americanos falavam da América.
O primeiro era os imigrantes: russos, húngaros, poloneses, judeus, alemães, romenos. Tinham escapado ao terror e à miséria de uma das grandes tiranias do século (alguns, das duas), e proclamavam, sem sombra de fingimento: "Este é um país abençoado!" Ouvindo-nos falar mal da nossa terra, protestavam: "Vocês são doidos.
Não sabem o que têm nas mãos".Eles tinham visto coisas que nós não imaginávamos, mediam a vida humana numa outra escala, para nós aparentemente inacessível. Falávamos de miséria, eles respondiam: "Vocês não sabem o que é miséria".Falávamos de ditadura, eles riam: "Vocês não sabem o que é ditadura".
No começo isso me ofendia. "Eles acham que sabem tudo", dizia com meus botões. Foi preciso que eu estudasse muito, vivesse muito, viajasse muito, para entender que tinha razão, mais razão do que então eu poderia imaginar.
A partir do momento em que entendi isso, tornei-me tão esquisito, para meus conterrâneos como um estoniano ou húngaro, com sua fala embrulhada e seu inexplicável entusiasmo pelo Brasil, eram então esquisitos para mim.
Digo, por exemplo, que um país onde um mendigo pode comer diariamente um franco assado por dois dólares é um país abençoado, e as pessoas querem me bater.
Não imaginam o que possa ter sido sonhar com um frango na Rússia, na Alemanha, na Polônia, e alimentar-se de frangos oníricos.
Elas acreditam que em Cuba os frangos dão em árvores e são propriedade pública. Aqueles velhos imigrantes tinham razão: o brasileiro está fora do mundo, tem uma medida errada da realidade.
O outro grupo onde encontrei um patriotismo autêntico foi aquele que, sem conhecê-lo, sem saber nada sobre ele, exceto o que ouvia de seus inimigos, mais temi e abominei durante duas décadas: os militares.
Caí no meio deles por mero acaso, por ocasião de um serviço editorial que prestava para a Odebrecht que me pôs temporariamente de editor de texto de um volumoso tratado "O Exército na História do Brasil".
A primeira coisa que me impressionou entre os militares foi sua preocupação sincera, quase obsessiva, com os destinos do Brasil.
Eles discutiam os problemas brasileiros como quem tivesse em mãos a responsabilidade pessoal de resolvê-los. Quem os ouvisse sem saber que eram militares teriam a impressão de estar diante de candidatos em plena campanha eleitoral, lutando por seus programas de governo e esperando subir nas pesquisas junto com a aprovação pública de suas propostas.
Quando me ocorreu que nenhum daqueles homens tinha outra expectativa ou possibilidade de ascensão social senão as promoções que automaticamente lhes viriam no quadro de carreira, no cume das quais nada mais os esperava senão a metade de um salário de jornalista médio, percebi que seu interesse pelas questões nacionais era totalmente independente da busca de qualquer vantagem pessoal.
Eles simplesmente eram patriotas, tinham o amor ao território, ao passado histórico, à identidade cultural, ao patrimônio do país, e consideravam que era do seu dever lutar por essas coisas, mesmo seguros de que nada ganhariam com isso senão antipatias e gozações.
Do mesmo modo, viam os símbolos nacionais - o hino, a bandeira, as armas da República - como condensações materiais dos valores que defendiam e do sentido de vida que tinham escolhido. Eles eram, enfim, "americanos" na sua maneira de amar a pátria sem inibições.
Procurando explicar as razões desse fenômeno, o próprio texto no qual vinha trabalhando me forneceu uma pista.
O Brasil nascera como entendida histórica na Batalha dos Guararapes, expandira-se e consolidara sua unidade territorial ao sabor de campanhas militares e alcançara pela primeira vez, um sentimento de unidade autoconsciente por ocasião da Guerra do Paraguai, uma onda de entusiasmo patriótico hoje dificilmente imaginável.
Ora, que é o amor à pátria, quando autêntico e não convencional, senão a recordação de uma epopéia vivida em comum?
Na sociedade civil, a memória dos feitos históricos perdera-se, dissolvida sob o impacto de revoluções e golpes de Estado, das modernizações desaculturantes, das modas avassaladoras, da imigração, das revoluções psicológicas introduzidas pela mídia.
Só os militares, por força da continuidade imutável das suas instituições e do seu modo de existência, haviam conservado a memória viva da construção nacional.
O que para os outros eram datas e nomes em livros didáticos de uma chatice sem par, para eles era a sua própria história, a herança de lutas, sofrimentos e vitórias compartilhadas, o terreno de onde brotava o sentido de suas vidas.
O sentimento de "Brasil", que para os outros era uma excitação epidérmica somente renovada por ocasião do carnaval ou de jogos de futebol (e já houve até quem pretendesse construir sobre essa base lúdica um grotesco simulacro de identidade nacional), era para eles o alimento diário, a consciência permanentemente renovada dos elos entre passado, presente e futuro.
Só os militares eram patriotas porque só os militares tinham consciência da história da pátria como sua história pessoal.
Daí também outra diferença. A sociedade civil, desconjuntada e atomizada, é anormalmente vulnerável a mutações psicológicas que induzidas do Exterior ou forçadas por grupos de ambiciosos intelectuais ativistas apagam do dia para a noite a memória dos acontecimentos históricos e falseiam por completo a sua imagem do passado.
De uma geração para outra, os registros desaparecem, o rosto dos personagens é alterado, o sentido todo do conjunto se perde para ser substituído, do dia para a noite, pela fantasia inventada que se adapte melhor aos novos padrões de verossimilhança, impostos pela repetição de slogans e frases-feitas.
Toda a diferença entre o que se lê hoje na mídia sobre o regime militar e os fatos revelados no site de Ternuma vem disso. Até o começo da década de 80, nenhum brasileiro, por mais esquerdista que fosse, ignorava que havia uma revolução comunista em curso, que essa revolução sempre tivera respaldo estratégico e financeiro de Cuba e da URSS, que ele havia atravessado maus bocados em 1964 e tentara se rearticular mediante as guerrilhas, sendo novamente derrotada.
Mesmo o mais hipócrita dos comunistas, discursando em favor da "democracia", sabia perfeitamente a nuance discretamente subentendida nessa palavra, isto é, sabia que não lutava por democracia nenhuma, mas pelo comunismo cubano e soviético, segundo as diretrizes da Conferência Tricontinental de Havana.
Passada uma geração tudo isso se apagou. A juventude, hoje, acredita piamente que não havia revolução comunista nenhuma, que o governo João Goulart era apenas um governo normal eleito constitucionalmente, que os terroristas da década de 70 eram patriotas brasileiros lutando pela liberdade e pela democracia.
No Brasil, a multidão não tem memória própria. Sua vida é muito descontínua, cortada por súbitas mutações modernizadoras, não compensadas por nenhum daqueles fatores de continuidade que preservava a identidade histórica do meio militar.
Não há cultura doméstica, tradições nacionais, símbolos de continuidade familiar. A memória coletiva está inteiramente a mercê de duas forças estranhas: a mídia e o sistema nacional de ensino.
Quem dominar esses dois canais mudará o passado, falseará o presente e colocará o povo no rumo de um futuro fictício.
Por isso o site de Ternuma é algo mais que a reconstituição de detalhes omitidos pela mídia.
É uma contribuição preciosa à reconquista da verdadeira perspectiva histórica de conjunto, roubada da memória brasileira por manipuladores maquiavélicos, oportunistas levianos e tagarelas sem consciência.
Perguntam-me se essa contribuição vem dos militares? Bem, de quem mais poderia vir?
Autor
Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho Filósofo e Cientista Político
Como todos os meninos da escola na minha época, eu não podia cantar o Hino Nacional ou prestar um juramento à bandeira sem sentir que estava participando de uma pantomima. A gente ria às escondidas, fazia piadas, compunha paródias escabrosas.
Os símbolos do patriotismo, para nós, eram o supra-sumo da babaquice, só igualado, de longe, pelos ritos da Igreja Católica, também abundantemente ridicularizados e parodiados entre a molecada, não raro com a cumplicidade dos pais. Os professores nos repreendiam em público, mas, em segredo, participavam da gozação geral.
Cresci, entrei no jornalismo e no Partido Comunista, freqüentei rodas de intelectuais.
Fui parar longe da atmosfera da minha infância, mas, nesse ponto, o ambiente não mudou em nada: o desprezo, a chacota dos símbolos nacionais eram idênticos entre a gente letrada e a turminha do bairro.
Na verdade, eram até piores, porque vinham reforçados pelo prestígio de atitudes cultas e esclarecidas. Graciliano Ramos, o grande Graciliano Ramos, glória do Partidão, não escrevera que o Hino era "uma estupidez"?
Mais tarde, quando conheci os EUA, levei um choque. Tudo aquilo que para nós era uma palhaçada hipócrita os americanos levavam infinitamente a sério.
Eles eram sinceramente patriotas, tinham um autêntico sentimento de pertinência, de uma raiz histórica que se prolongava nos frutos do presente, e viam os símbolos nacionais não como um convencionalismo oficial, mas como uma expressão materializada desse sentimento.
E não imaginem que isso tivesse algo a ver com riqueza e bem-estar social. Mesmo pobres e discriminados se sentiam profundamente americanos, orgulhosamente americanos, e, em vez de ter raiva da pátria porque ela os tratava mal, consideravam que os seus problemas eram causados apenas por maus políticos que traíam os ideais americanos.
Correspondi-me durante anos com uma moça negra de Birmingham, Alabama. Ali não era bem o lugar para uma moça negra se sentir muito à vontade, não é mesmo?
Mas se vocês vissem com que afeição, com que entusiasmo ela falava do seu país! E não só do seu país: também da sua igreja, da sua Bíblia, do seu Jesus. Em nenhum momento a lembrança do racismo parecia macular em nada a imagem que ela tinha da sua pátria.
A América não tinha culpa de nada. A América era grande, bela, generosa. A maldade de uns quantos não podia afetar isso em nada. Ouvi-la falar de matava de vergonha.
Se alguém no Brasil dissesse essas coisas, seria exposto imediatamente ao ridículo, expelido do ambiente como um idiota-mor ou condenado como reacionário um integralista, um fascista.
Só dois grupos, neste país, falavam do Brasil no tom afetuoso e confiante com que os americanos falavam da América.
O primeiro era os imigrantes: russos, húngaros, poloneses, judeus, alemães, romenos. Tinham escapado ao terror e à miséria de uma das grandes tiranias do século (alguns, das duas), e proclamavam, sem sombra de fingimento: "Este é um país abençoado!" Ouvindo-nos falar mal da nossa terra, protestavam: "Vocês são doidos.
Não sabem o que têm nas mãos".Eles tinham visto coisas que nós não imaginávamos, mediam a vida humana numa outra escala, para nós aparentemente inacessível. Falávamos de miséria, eles respondiam: "Vocês não sabem o que é miséria".Falávamos de ditadura, eles riam: "Vocês não sabem o que é ditadura".
No começo isso me ofendia. "Eles acham que sabem tudo", dizia com meus botões. Foi preciso que eu estudasse muito, vivesse muito, viajasse muito, para entender que tinha razão, mais razão do que então eu poderia imaginar.
A partir do momento em que entendi isso, tornei-me tão esquisito, para meus conterrâneos como um estoniano ou húngaro, com sua fala embrulhada e seu inexplicável entusiasmo pelo Brasil, eram então esquisitos para mim.
Digo, por exemplo, que um país onde um mendigo pode comer diariamente um franco assado por dois dólares é um país abençoado, e as pessoas querem me bater.
Não imaginam o que possa ter sido sonhar com um frango na Rússia, na Alemanha, na Polônia, e alimentar-se de frangos oníricos.
Elas acreditam que em Cuba os frangos dão em árvores e são propriedade pública. Aqueles velhos imigrantes tinham razão: o brasileiro está fora do mundo, tem uma medida errada da realidade.
O outro grupo onde encontrei um patriotismo autêntico foi aquele que, sem conhecê-lo, sem saber nada sobre ele, exceto o que ouvia de seus inimigos, mais temi e abominei durante duas décadas: os militares.
Caí no meio deles por mero acaso, por ocasião de um serviço editorial que prestava para a Odebrecht que me pôs temporariamente de editor de texto de um volumoso tratado "O Exército na História do Brasil".
A primeira coisa que me impressionou entre os militares foi sua preocupação sincera, quase obsessiva, com os destinos do Brasil.
Eles discutiam os problemas brasileiros como quem tivesse em mãos a responsabilidade pessoal de resolvê-los. Quem os ouvisse sem saber que eram militares teriam a impressão de estar diante de candidatos em plena campanha eleitoral, lutando por seus programas de governo e esperando subir nas pesquisas junto com a aprovação pública de suas propostas.
Quando me ocorreu que nenhum daqueles homens tinha outra expectativa ou possibilidade de ascensão social senão as promoções que automaticamente lhes viriam no quadro de carreira, no cume das quais nada mais os esperava senão a metade de um salário de jornalista médio, percebi que seu interesse pelas questões nacionais era totalmente independente da busca de qualquer vantagem pessoal.
Eles simplesmente eram patriotas, tinham o amor ao território, ao passado histórico, à identidade cultural, ao patrimônio do país, e consideravam que era do seu dever lutar por essas coisas, mesmo seguros de que nada ganhariam com isso senão antipatias e gozações.
Do mesmo modo, viam os símbolos nacionais - o hino, a bandeira, as armas da República - como condensações materiais dos valores que defendiam e do sentido de vida que tinham escolhido. Eles eram, enfim, "americanos" na sua maneira de amar a pátria sem inibições.
Procurando explicar as razões desse fenômeno, o próprio texto no qual vinha trabalhando me forneceu uma pista.
O Brasil nascera como entendida histórica na Batalha dos Guararapes, expandira-se e consolidara sua unidade territorial ao sabor de campanhas militares e alcançara pela primeira vez, um sentimento de unidade autoconsciente por ocasião da Guerra do Paraguai, uma onda de entusiasmo patriótico hoje dificilmente imaginável.
Ora, que é o amor à pátria, quando autêntico e não convencional, senão a recordação de uma epopéia vivida em comum?
Na sociedade civil, a memória dos feitos históricos perdera-se, dissolvida sob o impacto de revoluções e golpes de Estado, das modernizações desaculturantes, das modas avassaladoras, da imigração, das revoluções psicológicas introduzidas pela mídia.
Só os militares, por força da continuidade imutável das suas instituições e do seu modo de existência, haviam conservado a memória viva da construção nacional.
O que para os outros eram datas e nomes em livros didáticos de uma chatice sem par, para eles era a sua própria história, a herança de lutas, sofrimentos e vitórias compartilhadas, o terreno de onde brotava o sentido de suas vidas.
O sentimento de "Brasil", que para os outros era uma excitação epidérmica somente renovada por ocasião do carnaval ou de jogos de futebol (e já houve até quem pretendesse construir sobre essa base lúdica um grotesco simulacro de identidade nacional), era para eles o alimento diário, a consciência permanentemente renovada dos elos entre passado, presente e futuro.
Só os militares eram patriotas porque só os militares tinham consciência da história da pátria como sua história pessoal.
Daí também outra diferença. A sociedade civil, desconjuntada e atomizada, é anormalmente vulnerável a mutações psicológicas que induzidas do Exterior ou forçadas por grupos de ambiciosos intelectuais ativistas apagam do dia para a noite a memória dos acontecimentos históricos e falseiam por completo a sua imagem do passado.
De uma geração para outra, os registros desaparecem, o rosto dos personagens é alterado, o sentido todo do conjunto se perde para ser substituído, do dia para a noite, pela fantasia inventada que se adapte melhor aos novos padrões de verossimilhança, impostos pela repetição de slogans e frases-feitas.
Toda a diferença entre o que se lê hoje na mídia sobre o regime militar e os fatos revelados no site de Ternuma vem disso. Até o começo da década de 80, nenhum brasileiro, por mais esquerdista que fosse, ignorava que havia uma revolução comunista em curso, que essa revolução sempre tivera respaldo estratégico e financeiro de Cuba e da URSS, que ele havia atravessado maus bocados em 1964 e tentara se rearticular mediante as guerrilhas, sendo novamente derrotada.
Mesmo o mais hipócrita dos comunistas, discursando em favor da "democracia", sabia perfeitamente a nuance discretamente subentendida nessa palavra, isto é, sabia que não lutava por democracia nenhuma, mas pelo comunismo cubano e soviético, segundo as diretrizes da Conferência Tricontinental de Havana.
Passada uma geração tudo isso se apagou. A juventude, hoje, acredita piamente que não havia revolução comunista nenhuma, que o governo João Goulart era apenas um governo normal eleito constitucionalmente, que os terroristas da década de 70 eram patriotas brasileiros lutando pela liberdade e pela democracia.
No Brasil, a multidão não tem memória própria. Sua vida é muito descontínua, cortada por súbitas mutações modernizadoras, não compensadas por nenhum daqueles fatores de continuidade que preservava a identidade histórica do meio militar.
Não há cultura doméstica, tradições nacionais, símbolos de continuidade familiar. A memória coletiva está inteiramente a mercê de duas forças estranhas: a mídia e o sistema nacional de ensino.
Quem dominar esses dois canais mudará o passado, falseará o presente e colocará o povo no rumo de um futuro fictício.
Por isso o site de Ternuma é algo mais que a reconstituição de detalhes omitidos pela mídia.
É uma contribuição preciosa à reconquista da verdadeira perspectiva histórica de conjunto, roubada da memória brasileira por manipuladores maquiavélicos, oportunistas levianos e tagarelas sem consciência.
Perguntam-me se essa contribuição vem dos militares? Bem, de quem mais poderia vir?
Autor
Olavo de Carvalho
Assinar:
Postagens (Atom)