segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Povo esclarecido é povo politicamente correto‏

Ex-ajudante de Papai Noel e ex-guerrilheiro comandam o Ministério da Defesa

Lula: o Papai Noel de ditadores

O ex-chanceler Celso Amorim e o ex-guerrilheiro José Genoino, o
primeiro como ministro da Defesa e o segundo como assessor especial,
são exemplos de coragem e patriotismo que servem de estímulo à tropa.
Certamente os militares devem estar muito satisfeitos, orgulhosos com
a missão que têm de defender o país. O Brasil está muito bem em termo
de defesa, assim como está no combate à corrupção (os corruptos estão
com tanto medo da repressão contra eles, que o verbo corromper só se
conjuga no passado...).

Quando Evo Morales, também conhecido como “Evo Petrobale” ou “Evo
Cocale”, com seus bem nutridos soldados de 1,90m de altura, invadiram
as instalações da Petrobras na Bolívia e tomaram no grito a
propriedade brasileira, Celso Amorim, então ministro das Relações
Exteriores, disse a Lula que Morales estava no direito dele. Parece
que Lula gostou do que ouviu e nada fez em defesa da estatal
brasileira. Como “prêmio” à “coragem” de “Cocale”, Lula perdoou dívida
de 52 milhões de dólares da Bolívia para com o Brasil e ainda aceitou
que o invasor aumentasse o preço do gás que vende para nós.

Celso Amorim também auxiliou Lula a ajudar o bispo mulherengo Fernando
Lugo a cumprir promessa de campanha pela Presidência do Paraguai. O
bispo Lugo, que não levava a sério as limitações do sacerdócio e
“faturou” umas devotas, engravidando várias delas, elegeu-se
presidente do Paraguai prometendo obrigar o Brasil a pagar o “preço
justo” da energia que o país dele nos “vende”, em decorrência da
sociedade que tem na Hidrelétrica de Itaipu. Lula aceitou a imposição
do companheiro guarani e o Brasil passou a pagar 300% a mais pela
energia “comprada” do Paraguai.

O Paraguai é sócio do Brasil na Hidrelétrica de Itaipu. Como aquele
país consome apenas 5% da energia a que tem direito na sociedade,
vendia o restante ao Brasil pelo preço de custo. Fernando Lugo fez
campanha e foi eleito, acusando o nosso país de ser explorador. Ele
teria razão, se não fosse um pequeno detalhe: o Paraguai não gastou um
único centavo com a construção da mega hidrelétrica. Tudo foi
suportado pelo contribuinte brasileiro.

Para se ter uma ideia da dimensão de Itaipu, que continua sendo a
maior hidrelétrica do mundo, mais de 40 mil operários participaram da
obra. Foram 13 anos de construção, sendo gasto 15 vezes mais concreto
do que no Eurotúnel que liga a Inglaterra à França. Aliás, 15 mil
operários levaram sete anos escavando a construção do Eurotúnel, porém
o volume de escavação na construção de Itaipu é 8,5 vezes maior do que
o do empreendimento europeu. Itaipu é tão grande que hoje, 26 anos
depois de sua construção, o Paraguai só consegue consumir 5% dos 50%
da energia que lhe cabe na sociedade.

Nessa sociedade, o país vizinho só entrou com a cara. É como se um
empresário convidasse um mendigo para construir um shopping no lugar
onde este dormia. O mendigo teria 50% de direito na sociedade, sendo
que sua quota financeira no empreendimento seria paga com o
faturamento do shopping quando entrasse em funcionamento. Mutatis
mutandis (feitos os ajustes necessários), foi isso o que aconteceu no
referido empreendimento. O Paraguai não teria a menor condição de
arcar financeiramente, pois o investimento representava várias vezes o
seu PIB (Produto Interno Bruto). Então o Brasil assumiu o ônus
financeiro, sendo que a parte do Paraguai ficou para ser paga com
excedente da energia que lhe cabe na sociedade, e não consegue
consumir.

Pelo acordo, o Brasil comprava o excedente da energia a preço de
custo, sendo que a quitação da dívida do Paraguai ocorrerá no ano de
2023. A compra pelo preço de custo era justa, pois o investimento fora
realizado apenas pelo contribuinte brasileiro. Não é razoável o
Paraguai, que nada investiu, querer ter lucro em cima do investimento
brasileiro. É muito o que aquele país já ganhou, porquanto desde a
construção, no início da década de setenta, ele vem se beneficiando,
pois milhares de empregos diretos e indiretos contemplaram tanto
brasileiros como paraguaios, e a estes só coube o bônus; alem disso,
em 2023, com a quitação da dívida na sociedade, o Paraguai será dono
de 50% de um empreendimento de muitos bilhões de dólares, várias vezes
superior ao seu PIB.

Por ter cedido ao capricho do presidente Paraguaio, Lula onerou o
contribuinte brasileiro em 300% do valor da energia adquirida da quota
do Paraguai, cujo investimento foi brasileiro. O presente de Lula foi
aprovado pelo Congresso Nacional em maio desde ano. A “justificativa”
para a aprovação é que o aumento do valor da energia, que representará
algumas centenas de milhões de dólares a jorrar nos cofres paraguaios
todos os anos, não será repassado ao consumidor, pois os recursos
sairão do Tesouro Nacional. A pergunta que se faz é quem banca o
Tesouro Nacional? É o Lula com suas palestras? É o Celso Amorim com
suas aulas? Ou...

É o espoliado contribuinte brasileiro que trabalha mais de cinco meses
por ano somente para pagar impostos e terá mais uma conta a ser
suportada em razão dos caprichos megalomaníacos de uma pessoa, que
nunca deu duro para estudar (há estudantes no interior da Amazônia que
saem de suas casas 11 horas da noite para estudar no outro dia. Lula
não precisaria fazer tal sacrifício, mas ele preferiu não estudar...),
bem como se aposentou muito cedo, não sabendo como é duro trabalhar
para pagar impostos.

A propósito, em apenas oito anos de mandato, Lula endividou o Brasil
em um trilhão de reais (dívida pública interna), o que representa mais
de seiscentos bilhões de dólares. Em 20 anos de governo, os militares
endividaram o país em 100 bilhões de dólares, ou seja, em apenas oito
anos, Lula endividou o Brasil seis vezes mais do que os militares
endividaram em 20 anos de governo, sendo que os milicos fizeram várias
obras gigantescas como, por exemplo, a Hidrelétrica de Itaipu;
enquanto Lula apenas prometeu, mas não fez nenhuma obra de porte
grande. A infraestrutura do país continua a mesma do século passado. E
mais. Ao contrário dos governos Sarney, Collor, Itamar e FHC que
passaram por situações de instabilidade econômica, sendo necessário
investir em vários planos econômicos, Lula não precisou investir em
nenhum plano, pois apenas continuou com o Real.

Pois é, além de Lula ter saído passeando pelo mundo, torrando o
dinheiro suado do imposto do contribuinte no luxuoso Aerolula, ele
fazia muita “caridade”, perdoando dívidas de países devedores do
Brasil. A paixão dele era por ditadores; por exemplo, ele perdoou
dívida do Gabão, governado por um ditador, acusado de possuir bilhões
de dólares em paraísos fiscais. Se não bastassem a roubalheira com a
corrupção interna, os gastos astronômicos com cabide de empregos e
exageradas mordomias, o grande “estadista” distribuía benesses mundo a
fora. Tudo, claro, custeado pelo contribuinte brasileiro.

Lula, o Papai Noel de ditadores, saiu, mas a conta ficou. A dívida
interna está quase chegando a dois trilhões de reais. A externa, que
disseram ter sido paga em 2005 (e muita gente acreditou...), está
quase chegando a 300 bilhões de dólares. Os efeitos disso repercutem
diretamente no emprego das montanhas de recursos arrecadados com os
impostos. Só nos cinco primeiros meses do ano, foram arrecadados meio
trilhão de reais. Grande parte desse gigantesco recurso deve ter sido
utilizada para pagar juros da dívida, principalmente a interna, outra
robusta parte deve ter vazado pelo ralo da corrupção, uma parte menor,
mas de bom tamanho, deve ter sido utilizada para fazer publicidade, a
fim de ocultar a verdadeira realidade, sobrando muito pouco como
retorno à sociedade. É por isso que o Brasil está com a infraestrutura
do século passado, e a educação, saúde, segurança e outros serviços
públicos são prestados em condições piores as de países do Terceiro
Mundo.

A propósito, no livro “Viagens com o Presidente”, editora Record, 2ª
edição, p.93, está registrado para que gerações futuras saibam, já que
a atual parece não querer saber, o critério utilizado pelo
ex-presidente Lula para “conquistar o mundo”. O registro consigna a
grande importância do atual ministro da Defesa, Celso Amorim, no
magnífico trabalho desenvolvido pelo ex-presidente, que hoje ensina o
que fez nas suas palestras. Vejamos o registro:

“Nas viagens internacionais, (Lula) tem outra mania. Logo no início do
trajeto de volta ao Brasil, chama o ministro Celso Amorim e um oficial
da Aeronáutica à sua cabine e, com a ajuda de um grande mapa-múndi,
trata de ficar imaginando quais poderiam ser as próximas nações a
serem visitadas. A rotina, então, é questionar Amorim sobre as
características dos países apontados por ele no mapa, e ao militar
pergunta a respeito de questões técnicas das rotas imaginadas, como
escalas e trajetórias viáveis à aeronave.”

Como se vê, Celso Amorimo, ex-ajudante do Papai Noel de ditadores, foi
muito importante no governo passado e agora o será no Governo Dilma,
ainda mais contando com o assessoramento do ex-guerrilheiro José
Genoino. Para quem não sabe, Genoino participou da chamada Guerrilha
do Araguaia, ou melhor, ele quase participou, pois antes mesmo que
fosse dado o primeiro tiro, o nosso herói desistiu da luta. Não só
desistiu, como ajudou a seus companheiros a desistir.

Havia cerca de 90 guerrilheiros na Selva Amazônica. Os militares não
tinham certeza da existência deles, então enviaram cerca de dez homens
do serviço de inteligência para a região. Quando os guerrilheiros
souberam que os milicos estavam na área, eles fizeram igual àqueles
“corajosos” trezentos e poucos bandidos, armados de fuzis, que fugiram
do morro igual a galinhas assustadas com medo da raposa, quando dois
pequenos tanques com duas dúzias de policiais subiram o morro. Os
“valentes” guerrilheiros fizeram o mesmo, tomaram doril e sumiram na
densa selva, deixando para trás o acampamento e um faminto cachorro
vira lata.

Genoino foi pego no meio do caminho, interrogado pelos milicos, ele
disse que se chamava “Geraldo” e que era um caboclo da região. Os
militares pediram para ver a mão dele e observaram que era igual a do
Lula (a mão do caboclo é grossa, devido ao trabalho duro). “Geraldo”
foi conduzido para o acampamento abandonado. Lá chegando foi
“dedurado” pelo vira lata que foi para cima dele abanando o rabo e
fazendo ruídos característicos de cães que pedem desesperadamente
comida. Com a certeza de que “Geraldo” não era Geraldo, os militares
disseram que se ele não colaborasse, seus “documentos” seriam
extraídos com o próprio facão (ele portava um facão na cintura, quando
foi pego) e serviriam de fonte de proteína para o animal faminto.

Apavorado com o “argumento” dos militares, Genoino abriu o verbo.
Informou o nome falso que cada guerrilheiro usava, posição que ocupava
na guerrilha etc. Além disso, tirou foto e fez declaração a seus
companheiros para que se entregassem. O material foi confeccionado em
panfletos e jogado de helicópteros no meio da selva. A estratégia
funcionou, a maioria se entregou e quem não seguiu o conselho de
Genoino virou presunto.

Portanto, Genoino tem todos os requisitos para o importante cargo que
exerce, inclusive foi condecorado em maio deste ano com a “Medalha da
Vitória”. Ele faz jus à condecoração, pois é um vitorioso, ponha
vitorioso nisso...

Com efeito, a experiência e o elevado espírito nacionalista do
ex-chanceler Celso Amorim e mais a coragem do ex-guerrilheiro José
Genoino, os brasileiros podem ficar tranquilos: a defesa do país está
em boas mãos; boas, não, ótimas...

Manoel Pastana

Procurador da República e autor do livro autobiográfico De Faxineiro a
Procurador da República

www.manoelpastana.com.br

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